*V - Um pequeno epílogo

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"Só quem já viveu de olhares sabe que amor à primeira vista existe."

Autor desconhecido.

Vocês devem estar pensando o quão errado fora minha paixão por Sophia, certo? Infelizmente, trata-se de algo que não escolhemos. Por isso as decepções amorosas e as ilusões. E é por conta disso que o amor platônico é uma coisa tão comum nos dias que correm.

Tanto os rótulos que atribuímos a nós mesmos, quanto os nossos papéis na sociedade tornam proibidos certos atos que tanto almejamos. Eles nos limitam, nos sufocam, mas são necessários. Tremendamente necessários. Se não, já pensou o que isso tudo aqui viraria? Um caos, não é mesmo?

Creio que a pouca diferença de idade entre nós duas deixou a situação mais "aceitável", pelo menos é o que uso para me convencer disso. Se eu recomendo alguém a se apaixonar por uma aluna e realmente ficar com ela, como eu fiz? Nem fodendo. Nunca. Porém, uma coisa é certa: aquilo foi mágico, recíproco. Cruzar os limites com Sophia foi o melhor imprevisto que poderia me acontecer. A aleatoriedade mais específica que já vi. Tão intenso que nem a eletricidade se compararia ao que se desenrolou entre nós.

Sophia me mudou. Eu, literalmente, não sabia o que era amor até ela colocar os pés naquela sala e bagunçar minha razão toda em questão de meses. Nunca sentira algo tão pujante, tão ardente por alguém no decorrer de minha vida. Diante disso, percebi que estava vivendo ela pela metade até então.

Em suma, posso afirmar que foi sim amor à primeira vista e, pasmem, ele existe de verdade, está longe de ser só ficção. O resto foi consequência. Consequência do delicioso tom castanho-escuro dos olhos de Sophia, no qual eu jamais enjoaria de mergulhar. Das imprevisíveis esferas achocolatadas que me arrebataram e mandaram para o inferno todo o discernimento que eu julgava ter.

Nunca mais serei a mesma.

Admiráveis olhos castanhosOnde histórias criam vida. Descubra agora