Jungkook não precisou esperar por sua mãe no fim do período de aulas, ela já estava o esperando na porta da faculdade pronta para entrar. Jungkook veio com sua bolsa pendurada em seu ombro sem entender, Eunbi vindo no sentido contrário; ela, que com seus traços deliberadamente harmônicos para sua idade, cabelo no mesmo penteado de sempre e uma camiseta jeans, transbordava essência por seu caminho percorrido.
O garoto sorriu quando a viu.
- Eu preciso ver uma coisa na coordenação rapidinho, espera aqui. - Disse o dando um selinho na bochecha.
Estavam fora da faculdade quando ela entrou, e ele ficou confuso . Se virou onde parou e observou sua mãe entrar, de leve bagunçou os cabelos.
- Tudo bem. - Respondeu para si, num baixo tom.
Com sua boa audição ouviu batidas de bola de basquete, próximas dali. Não tão próximas mas bem audíveis, tão que a mente de Jungkook não fora capaz de desfocar da audácia daquele som bem soado. Sua mente se perdeu naquilo, então Jungkook resolveu ir de encontro ao som. Caminhou até o ginásio, observando Taehyung treinando sozinho.
Ele e sua bola de basquete.
O homem tinha os cabelos levantados por uma bandana, estava com tênis esportivo próprio para o esporte que praticava e uma roupa levemente confortável. Naquele momento único e instável, ele pôde sentir desejo por alguém, uma admiração com um relativo misto de prazer como nunca antes havia sentido. Jungkook observou o corpo dele, corpo suado com roupas claras e molhadas de suor. Taehyung suava muito, transpirava com intensidade, assim como brincava com intensidade. Sorria e brincava com seu dom.
Rodopiava e encestava. Quicava a bola três vezes e por vezes fez cestas de três pelos vários ângulos possíveis.
Ele não teve chance de observá-lo, afinal estava centrado e ele escondido entre as frestas das brises na entrada do local. Jungkook o observou, sentindo seu mais íntimo reagir, sentindo necessidade dele. Se perguntava o que era aquilo, aquela vontade de tocá-lo e tê-lo em sua área de conforto.
Se perguntava... quando Taeyang chegou pelo outro lado, pela porta de emergência, surpreendeu Taehyung o girando e assim se beijaram com vontade. Jungkook viu seus corpos se perderem numa incontrolável movimentação. Eles eram intensos, intensos como à vontade que Jungkook tinha de tomá-lo.
Pela primeira vez em sua vida, Jungkook sentiu inveja de alguém, sentia inveja de Taeyang que era mais vivaz, com mais atitude e sem um distúrbio mental.
Saiu dali indo atrás de sua mãe.
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Social na casa da Bárbara, este foi o comunicado. Todos do time e mais alguns estavam convidados, Jimin e Taehyung estavam presentes como estrelinhas do time, sem deixar de comparecer. Taehyung bebia ao lado de Jimin sua cerveja barata com gosto
amargo que muito lhe agradava. Colocou a boca no gargalo da garrafa e escondeu uma das mãos no bolso da calça de couro preta, sua camisa de mesma cor, ele usava uma gargantilha preta e isso o fazia ficar 10 vezes mais charmoso, seus cabelos caiam pelas laterais do rosto.Os dois observavam Taeyang e os outros se divertirem na sinuca e o resto do pessoal dançava como se no dia seguinte não houvesse mais aulas na faculdade.
- Você é amigo do esquisito, né? - Iniciou Taehyung, como se estivessem numa conversa.
- Oi? - Rebateu nitidamente sem rumo.
Jimin estava ficando bêbado, e com os olhos miúdos de ser ver.
- Do Jungkook! - Falou Taehyung, tomando mais de sua cerveja.
Os dois se encararam. Jimin se atualizou.
- Ah sim, JK. - Disse trazendo Jeon Jungkook em mente, o autista de sua classe. - É, temos um tipo de amizade. - Informou.
Taehyung o olhava, sem desviar os olhos.
- Tá interessado? - Inquiriu com firmeza, vendo Jimin aparentemente desentendido do assunto.
- O que? No Jungkook? - Indagou pasmo com a suposição.
- Não, em mim! - Zombou Taehyung.
- Em você, sempre estive! - Rebateu num tom sincero enquanto procurava o pescoço de Taehyung, que se afastou ligeiro.
- Sai, Jimin! - Se afastou com os olhos fincados no mais baixo. - É sério, tá afim dele?
- Sabe que não sou assim. - Disse bebendo mais um gole da bebida.
- Mas não deixa de ter interesse. - Insistiu o olhando.
- Não estou afim dele, pronto, satisfeito? - disse Jimin se alterando, os dois novamente voltaram a se encarar e Jimin viu nos olhos de Taehyung o quanto ele, sim estava afim de ter Jungkook. - E você? Ta? - Perguntou sabendo sua resposta.
- É, acho que sim. - Suspendeu os ombros fazendo menos do assunto.
- E o Taeyang? - Perguntou Jimin tentando desviar o foco de Taehyung, pois mesmo que os olhos dele focassem no garoto em sua frente, à mente mirava em Jungkook.
Jungkook não era como os outros.
- O que tem Taeyang? - Indagou tomando o beat da música Bling Bling - Ikon, como ritmo. - Ele é meu ex-namorado então não me limita a nada! - Disse.
- Pensei que gostasse dele ainda. - Falou trazendo o passado à tona.
Taehyung o fitou, deixando de remexer seus músculos.
- E gosto, mas Taeyang não gosta de mim. - Disse sem lamentar, sincero como todos os dias. - Ele me traiu, lembra? Se não estamos namorando, é simplesmente pelo fato dele ter me traído, dele ter sido um babaca, ele transa bem e isso é tudo entre nós. Sexo. Não o devo nada...
Explicou entornando sua bebida pela garganta. Jimin se viu atento, sóbrio no assunto.
- Tae, é perigoso se envolver com Jungkook gostando do Taeyang. - Orientou indiretamente.
- Por que? - Indagou curioso.
- Ele é um cara bacana, não merece. - Disse sem dizer o tanto certo a ser dito.
- Qual foi? Nós dois vamos levar tudo numa boa como dois adultos, vamos somente ficar! - Falou deixando o menor mais aflito.
- Ele não é como os outros, Tae!- Alertou, revelando sem revelar.
- Jimin ele é adulto, ele vai saber como lidar com o nós. - Disse com tudo arrumado em mente.
- Nós? - Inquiriu surpreso.
- É, eu vou ficar com ele ou não me chamo Kim Taehyung! - Murmurou com um sorriso tóxico, deixando Jimin tenso.
Ao redor de Jimin, ele dançou Black Magic Woman, no mesmo instante, Taeyang soltou seu taco e veio encostar nele de maneira astuta.
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Orã | taekook | Adaptação
FanfictionCONCLUÍDA ✓ Jeon Jungkook, um jovem de dezenove anos portador do TEA Transtorno do Espectra Autista. Este mesmo jovem teve problemas em aceitar seu distúrbio no decorrer da vida tendo como consequência uma evolução do transtorno mental. Jeon nunca...