Jungkook
Lá fora o trovão soou alto.
O som das gotas de chuva contra as telhas ganhou espaço na minha mente, fechei meus olhos e deixei que o som de fora me invadisse como de costume, mas como bem sabem, eu deixando ou não o som de fora me invade. Porém quando estou com Taehyung me sinto capaz de decidir se quero o som de fora dentro de mim, me sentir capaz de recusar a desorientação do mundo externo é de todo a melhor parte disto.
Na verdade a melhor parte é estar com ele, como agora. Taehyung tem um potencial sublime de me fazer pousar na atenção dele, nos lábios mais invejáveis de todos e nos olhos mais incríveis do meu dia a dia. Estar com ele e me sentir o homem mais exaltado do mundo me traz ânsia de ter mais, me ensina que a cada dia tudo isso só vai melhorar se nós fizermos por onde acontecer.
Melhorar e crescer, dois verbos necessário numa vida, tanto num relacionamento.
Me deixei levar em pensamentos no mesmo tempo em que a respiração de Taehyung me obrigava á nota-lo num reflexo quase pausado, meio que suspirado. Metade do corpo dele cobria o meu, seus cabelos deitaram também sobre mim quase cobrindo meu rosto. Os dedos dos pés se enroscaram com os meus. Sua pele quente aqueceu minha pele fria, e minha respiração acompanhou o ritmo da dele.
Não está dormindo, ao contrário, bem acordado e ativo como na maior parte do tempo. Acariciando meu rosto com seu indicador, desenhando o maxilar, o enfiando no meu ouvido e rindo. Mordendo meu queixo, mordendo minha orelha, mordendo meus lábios e me deixando excitado como todos os dias faz.
E mesmo assim o evito. Mesmo que ele demonstre me amar ainda temo que ele corra para os braços de Taeyang como das vezes que ele me relatou. Sexo não é uma necessidade quando não se é feito, e enquanto eu for forte o suficiente, evitarei. Um careta total, sim, não minto.
Ser um careta de dezenove anos é triste. Pior com um namorado delirantemente gostoso.
Qualquer movimento de Taehyung me atiça, piora quando ele faz pra atiçar. Então eu espero, do fundo do meu peito, que ele pare de esfregar sua perna no meu pau como se não soubesse que aquele gesto me acende. Abro meus olhos os descendo até os dele, que estão suspensos em mim, assim como os lábios abaixo do maxilar.
Ele tinha uma pergunta, eu sabia que tinha.
— Se envolveu com outros homens antes de mim? - Perguntou surgindo com um assunto aleatório, ou exato.
Olhei os olhos dele, e lá haviam uma confusa amostra de sentimentos.
— Já, mas não muitos além de dois. Culpa do autismo. - Falei tirando o meu da reta, e então ele riu ao bater de leve em meu braço, nem chegou á ser uma agressão, parecia mais uma carícia. — Deve ser o motivo de aos dezenove anos ainda achar que transar não seja apenas carnal. Me chame de careta, mas antes saiba que só disse isso á você! - Revelei.
Taehyung fechou os olhos e sorriu convencido.
— Eu queria casar virgem, não vou te chamar de careta. - Revelou, me surpreendendo. — Às vezes, quase sempre, nós temos que aprender a nos colocar no lugar do outro antes de julgar! - Falou abraçando com força minhas costelas.
Sorri, sentindo que iria escapar de tão forte que fui abraçado.
— Exatamente! - Concordei com ele, e também o abracei na mesma intensidade. Nós dois olhamos pra o nada, quando voltei a lembrar dele dizendo sobre. — Casar virgem, o que te fez desistir?
Taehyung me olhou, percebi receio em dizer.
— O charme de Taeyang! - Confessou me vendo bufar num ato contraditório.
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Orã | taekook | Adaptação
Fiksi PenggemarCONCLUÍDA ✓ Jeon Jungkook, um jovem de dezenove anos portador do TEA Transtorno do Espectra Autista. Este mesmo jovem teve problemas em aceitar seu distúrbio no decorrer da vida tendo como consequência uma evolução do transtorno mental. Jeon nunca...