Orã | taekook | Adaptação

Vinte e dois

Um mês se passou. Neste período Taehyung assinou contrato com o time profissional de basquete interessado nele, iria se mudar pros Estados Unidos no final do ano. Ele transferiria sua faculdade pro país, tentaria administrar os jogos — que seriam muitos —, com os estudos que provavelmente seriam deixados de lado com o decorrer de seu tempo cada vez mais corrido. No mesmo mês foi até a delegacia sem noção de como prosseguir com o caso do seu video, mas tudo que recebeu foi acusações indiretas, então concluiu que deveria deixar o assunto de lado até porque se mudaria e tudo ficaria pra trás.

Tudo.

Havia decidido, deixaria tudo para trás, inclusive Jungkook.
Esqueceria de tudo, e
se não o esquecesse faria o possível
para ocupar sua mente, sua nova
vida lhe traria novas experiências,
novas vivências e novos amores. Para ele, se não havia esquecido Jungkook ainda era porque não queria, não estava realmente se esforçando. Iria se esforçar, iria até seu limite mas o esqueceria, o tiraria da mente. Não poderia sofrer por este amor para sempre, mesmo que lhe faltasse um pedaço no peito para toda eternidade iria andar com sua vida. Iria arrumar uma forma.

Suspirou e sorriu para a vista de sua cidade. Fechou os olhos e orou.

Assim como para Taehyung, para Jungkook também havia se passado um mês. E todo santo dia ele fazia questão de observar o chat do Kim, atualizar-se nas redes sociais, pois ainda tinha esperanças que ele o provasse sobre a veracidade do video, não queria confessar mas tinha esperanças mesmo preparado para partir. Porque se Taehyung chegasse no aeroporto sendo capaz de provar o contrário daquele video, Jungkook quem o pediria desculpa e se humilharia pedindo uma reconciliação, nunca quis tanto se humilhar para alguém como queria naquele momento.

O dia de Jungkook voltar à Coréia havia chegado e, arrumando uma de suas malas, parou e sorriu observando a pintura na parede, era Taehyung, eternamente enquadrado no primeiro quadro humano feito por ele. Abaixou o olhar voltando a dobrar suas roupas, deixaria o quadro no quarto já que seus pais não mudariam com ele e tudo permaneceria conservado. Hyunjae obviamente não se colocou contra a decisão de partida do filho, estava feliz por ele decidir varrer sua mente no país de origem. Eunbi de início foi contra por preferir Dinâmarca à Coréia, mas aceitou a ideia quando na mente vieram as palavras sinceras de Taehyung.

Na tarde, Jungkook pediu uma carona a sua mãe até o aeroporto, e ela o deu. No carro o momento foi silencioso e conservador, Jungkook ficou tão calado que Eunbi teve medo e questionou se ele estava bem, e ele respondeu que não em seguida sorriu, olhou para frente voltando a se calar. Piscou algumas vezes quando sua mãe suspirou, aceitando que deveria permanecer calada com ele, e os dois seguiram calados até o local de embarque.

Eunbi carregou uma mala pequena de mão e Jungkook a maior enquanto girava seu spiner, olhou o telão verificando. Se afastou indo fazer o check-in, e ao voltar observou Jimin ao lado de sua mãe, ela estava nitidamente desnorteada.

Jungkook estranhou.

— Hey, Jungkook! — O cumprimentou sem ser capaz de vendar sua desordem emocional. — Taehyung está no hospital em estado grave.

Desinquietos os olhos de Jungkook não sabiam onde pousar, perdidos com aquela indigna informação.
Uma puxada de ar parecia muito para seus pulmões. Ele abriu a boca para falar e não falou, permanecendo com os lábios abertos tentou absorver mais daquela notícia. Estado grave, vida ou morte. Linha do horizonte. Sentiu uma leve dor de cabeça assim que conseguiu pensar em Taehyung sem vida, um homem tão vivaz.
Sentiu uma leve angústia assim que imaginou-se velando o mesmo homem dos seus dias mais calorosos, morto. Gelado.

Impossível.

Jungkook tentou sorrir, talvez Taehyung estivesse rindo dele numa fast food, talvez aquilo fosse uma brincadeira sem sentido. Mas não foi capaz de sorrir pois os olhos dele finalmente pousaram em algum lugar nos olhos de Jimin, lá havia choro.