Capítulo 2
- Senhor Heleno Roque!
Meu nome foi pronunciado naquele hospital, levantei a cabeça mesmo com lágrimas rolando em meus olhos.
- sou eu doutor.
- Nós fizemos o possível mas....
Nesse momento cair no chão, não sentia minhas pernas, as lágrimas secaram, a dor estava tão grande que meu mundo parou e as lágrimas foram embora junto com meu eu.
- Senhor Heleno! O senhor está bem?
Todos estavam em minha volta, enquanto todo meu eu se despedaçava, todos me olhavam como se fosse um ET por está ali acabado no chão daquele hospital.
- Lauraaaaaaaaaaaaaaa!
Gritei com todas as minhas forças assim que tomei conta de mim e comecei a correr por aquele hospital.
-em um dia tinha tudo que precisava para ser feliz, tinha a minha Laura e agora? Não tenho nada, não tenho mais nadaaaaa!
- Senhor! O senhor não pode entra!
Mas assim que o mesmo falou abrir a porta e entrei com todas as forças que faltavam em mim, tinha vários tubos na minha Laura, a mesma estava toda ensanguentada, seu rosto estava deformado, seu corpo todo inchado e cheio de feridas e ossos quebrados.
- Não meu amor, nãoooo! Você não pode me deixar! Lauraaaaaaa!
Comecei a beija-la enquanto gritava, minhas lágrimas caiam em seu lindo rosto o qual agora estava inchado e deformado, mas não ligava para isso, apenas queria a minha amada de volta, apenas queria ver o sorriso dela, sentir seu abraço, ouvir sua voz, apenas queria ela de volta para mim.
- Senhor!
- saiam daqui! Saiam! Vão embora! Eu quero a minha Laura! Você não pode fazer mais nada por ela então vai embora!
- senhor! Por favor!
- vá embora!
Gritei assim que levantei e o empurrei, fazendo assim o mesmo segurar em meu braço com força foi no momento em que o policial chegou.
- Heleno tenha calma! Ele quer te falar algo.
- eu não vou sair de perto dela! Não vou!
- Senhor Heleno! Sua noiva está grávida! Ela antes de morrer me pediu na ambulância para que eu te entregasse isso.
O médico falou me entregando um envelope.
- como assim? Eu ia ser pai? Ela estava grávida?
- sim! Não fale ia, você vai ser, não podemos desligar os aparelhos, o bebê ainda está vivo, só não sei por quanto tempo, ela está no quarto mês da gravidez.
Nesse momento olhei ao meu redor, estava sem saber o que fazer, ia ser pai, um pai que não vai ter a ajuda da mãe para cuidar de seu filho, sentei no chão com as costas na cama, cobrir meu rosto com meus braços e ali chorei.
Perder alguém é como perder a se mesmo, sentir a dor da perda é a pior coisa que existe, essa dor te consome até você não suportar mais.
Meses se passaram, todos os dias ia visitar meu bebê que a cada dia nos conquistava mais e mais.
Todos os dias levava rosas amarelas, sei que ela me ouvia pois dava para sentir seu chute a cada palavra que era dita.
Ver a mulher que amo ali, morta não estava sendo fácil,mas... Descidi ir em frente e lutar pela vida do nosso bebê.
Naquela noite de sexta feira fui para casa, estava muito cansado, o trabalho era muito cansativo.
Cheguei em casa, tirei meus sapatos, fui para o banheiro e tomei um bom banho, fui para nosso quarto, sentir o cheiro do perfume dela, aquilo me destruiu por dentro, chorei assim que olhei para a pentiadeira e vi o livro que a mesma estava lendo, peguei aquele livro com carinho, mas algo caiu de dentro, "Supresa!", Era o que estava escrito na capa daquele dvd, sorrir, aquilo realmente era a cara da Laura.
Coloquei aquele dvd para rolar, tinha fotos nossa, vídeos nossos, lágrimas estavam rolando em meus olhos.
- oiiiiiii amoooooor!
Ela falou sorridente no vídeo, nesse momento a mesma pulou e derrubou a câmera, a Laura ria muito daquilo.
- bem... Se você está vendo esse vídeo é porque já estamos casados... Bem...
Nesse momento a mesma pegou um sapatinho rosa.
- lembra de todos os nossos planos? Do nosso sonho de sermos papais? Bem minha vida... Você vai ser papai...
Nesse momento a mesma deixou lágrimas de emoção rolarem em seu rosto.
- a nossa menina vai se chamar Elisabeth, como a gente sempre desejou....
Não tive mais como terminar de ver aquele vídeo, as lágrimas estavam transbordando e meu corpo tremia, foi quando ouvir o celular tocar.
- Senhor Heleno!
- sim...a...sou eu
Falei segurando firme na parede.
- pesso que venha rápido para o hospital, sua filha está morrendo.
Mais difícil que perder é aprender a deixar partir
As piores despedidas são aquelas que não tiveram explicação.
Estava no hospital, tinha 5 horas e meia que os médicos estavam tentando fazer o parto, a menina estava morrendo aos poucos.
Baixei a cabeça e comecei a chorar.
- Deus! Porque? Porque quer levar tudo que tenho? Primeiro minha esposa e agora a minha filha! Porque ?
Comecei a gritar mas fiquei calado quando ouvir passos do médico.
- senhor Heleno! A sua filha nasceu, nós fizermos tudo que estava ao nosso alcance,mas ela....
- Nãoooooooooo! Minha filha nãooooooo!
Gritava desesperado, corrir para a sala onde ela estava e lá encontrei seu corpinho enrolado em um cobertor branco e uma enfermeira com ela em seus braços, peguei ela e comecei a chorar enquanto beijava aquele lindo rostinho o qual estava frio e roxinho.
Abraçava ela forte enquanto chorava.
Me apeguei a ti e você se foi...
Tudo estava preparado para seu funeral, todos estavam presentes, eram dois caixões, não estava suportando vê aquilo, horas se passaram e então já era a hora da despedida, deitei minha cabeça na barriga da minha esposa, lágrimas estavam rolando.
- desculpa! Eu não fui um bom pai, me perdoa amor, só queria ter vocês aqui comigo, amo tanto vocês, me perdoem por tudo por favor.
Nesse mesmo momento levantei a cabeça e fui para o caixãozinho da minha pequena, meu anjinho parecia que estava apenas dormindo, coloquei ela nos meus braços e abracei aquele corpinho gelado, a dor estava grande e então comecei a beijar aquele rostinho outra vez.
- desculpa minha princesa, não soube cuidar de você, não soube ser um bom pai, eu te amo meu anjinho.
Enquanto chorava as lágrimas caiam na minha princesa, cair de joelhos com ela em meus braços.
Ueeeeeeeeee ueeeeeeeeee
UeeeeeeeeeeOuvi seu choro, pensei que estava sonhando mas então senti seu corpinho voltando ao normal, minha pequena estava de olhinhos abertos olhando para mim, os médicos que estavam alí correram para socorrer minha garotinha, todos estavam muito feliz com a volta repentina da minha pequena.
- como ela está?
- ela está bem, ela é uma criança saudável, ela tem Heterocromia mas isso não é de se preocupar, ela é uma garota forte.
O doutor falou assim que colocou ela em meus braços, fiz carinho em seu narizinho e ela abriu os olhos para mim, um dos seus olhos eram azul e o outro era verde, sorrir para ela e a beijei carinhosamente.
Fim...
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Um Bebê Extraordinário
Storie breviLaura, uma mulher descidida e cheia de si, trabalhava em uma loja de vendas, era a melhor funcionária, seus cabelos eram ruivos e sua pele branca cheia de sardas as quais ficavam lindas com seus olhos azuis. Heleno um homem muito firme e amoroso, tr...