Pensilvânia, Estados Unidos, agosto de 2001:
James Barnes, enfim chegou em casa depois de mais um dia cansativo de trabalho. Ele estacionou sua camionete na garagem, pegou sua pasta no banco passageiro ao lado, e desceu do veículo. Com passos lentos e cansados daquele dia exaustivo, Barnes subiu alguns degraus que davam para a porta de entrada da sua casa. Casa esta, que se situava em uma fazenda conhecida como Encanto Russo, de onde Barnes tirava parte de seu sustento com uma rede de produtos derivados de leite, extraído de vacas que vivem ali. Ao entrar na casa, Barnes estranhou o silêncio e a falta de movimentação. Toda vez que ele chegava do trabalho sua filha corria em sua direção para abraça-lo e sua esposa ficava olhando a cena sorrindo sentada no sofá. Barnes pôs sua pasta de trabalho em cima do sofá e começou a procurar sua esposa.
Logo após olhar todos os cômodos daquela casa razoavelmente grande, Barnes já estava começando a se preocupar, franziu a testa e começou a ficar ofegante olhando para todos os lados. De repente, ele escutou vozes vindo do quintal da casa, o único local que, de fato, ele ainda não havia olhado. Barnes saiu da cozinha as pressas e começou a correr em direção ao quintal. Quando ouviu as risadas da sua filha ele logo suspirou e abriu um sorriso. E enfim quando Barnes chegou ao quintal, viu sua filha brincando numa casa na árvore, que até então não estava ali, e sua esposa rindo e olhando atenta para a filha.
Barnes se apoiou numa coluna que sustentava o teto da varanda em frente ao quintal, suspirou aliviado depois daquele retorno nervoso a casa, e ficou olhando sorridente para sua esposa, e esperando que ela notasse sua presença.
Natasha, esposa de Barnes, finalmente viu ele ali e olhou surpresa e feliz para ele.
B: Já jantaram? - perguntou enquanto andava.
N: Ainda não. Estávamos esperando você, e eu pedi para a Ana - a babá da filha deles - sair mais cedo, e aproveitamos para brincar na nova casa da árvore que o Niko deu para a nossa filha.
B: O Niko veio hoje aqui?
N: Não, a Ana disse que ele mandou alguns homens deixar esse presente.
B: Esse presente é bem a cara do meu irmão mesmo. Como foi no trabalho hoje?
N: As garotas estavam bem agitadas. E os passos que eu ensinei hoje eram pra um balé bem romântico. Foi difícil - respondeu acompanhando um suspiro.
B: mas você conseguiu. Você é a melhor professora de dança da região. Se não for do país.
N: não exagera, para.
Barnes chegou perto de Natasha e a beijou apaixonadamente na boca.
K: Eca! - gritou Kobik, a filha dos dois, que viu a cena do beijo no topo da casa da árvore.
Barnes e Natasha viraram-se sorrindo na direção de Kobik.
B: Hora de jantar, moça. Desce daí. Amanhã você brinca mais.
K: Estraga prazeres.
B: O que disse?
K: Na-nada, papai. - respondeu rindo envergonhada e fazendo seu pai soltar uma gargalhada.
Kobik se aproximou para perto da escada de madeira que foi fixada na árvore, não tão alta, para descer dali. Enquanto olhava sua filha descendo daquela árvore, Barnes começou a ver flocos de neve saindo de sua filha, começou a ver a garota ficando da cor azul. Barnes massageou rapidamente seus olhos e sua testa, presumindo que aquilo que tinha acabado de ver fosse um cansaço passageiro.
E então, os flocos de neve começaram a sumir, e enfim, Barnes voltou a ver sua filha como ela sempre foi. Kobik correu na direção de seu pai e abraçou ele. Barnes logo trocou aquela expressão assustada pelo que acabou de acontecer e ficou sorridente por aquele abraço que ganhou de sua filha. Logo, todos entraram em casa e foram jantar.
Eles conversavam sobre como foi o dia de cada um, enquanto comiam. Em certo momento, Barnes começou a ver seu prato com alguns legumes se transformando em ossos humanos quebrados, e os outros alimentos em pedaços de corpos mutilados. Barnes, mais uma vez massageou seus olhos e sua testa, e aquela visão do seu prato sumiu. Natasha reparou em Barnes.
N: James?! - questionou Natasha preocupada - Algum problema?
B: Só cansado. - respondeu suspirando e com um leve sorriso.
N: Você trabalha muito. - disse Natasha calmamente enquanto passava a mão no rosto de Barnes. - Vamos terminar o jantar, depois vamos dormir pra que você possa descansar.
K: descansar??? - perguntou Kobik espantada. - Mas ainda vamos brincar na casa da árvore, né?!
Natasha e Barnes olharam um para o outro sorrindo.
N: nem pense nisso, garotinha. Seu pai está muito cansado. Amanhã ele vai estar melhor, e nós vamos brincar tanto, mais tanto, que ele vai ficar pior que um soldado depois da guerra.
"Soldado" e "Guerra", essas últimas palavras que Natasha disse ficaram se repetindo na mente de James em um loop infinito. Mas, mesmo confuso, Barnes colocou um sorriso discreto na face.
B: sim. Vamos brincar muito amanhã. - disse entusiasmado enquanto fazia cócegas na filha que estava ao seu lado, fazendo Kobik rir alegremente.
Enfim, poucas horas depois, logo após acompanharem Kobik ao seu quarto para que a garota dormisse, Barnes e Natasha foram para o quarto deles, bem ao lado do quarto de Kobik. Os dois deitaram-se na cama e ficaram olhando um para o outro.
N: nenhum problema vai te perturbar nessa noite, Barnes. Vai dar tudo certo. - disse sorridente.
J: O que seria de mim sem você?
N: não sei, um agricultor russo falido? -respondeu fazendo Barnes rir.
J: sair da Rússia foi a melhor escolha que tomamos. E devo isso a você também, Natasha.
N: planejamos isso juntos. - respondeu pegando na mão de Barnes.
Alguns minutos depois, os dois adormeceram.
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Duas Vidas
Fiksi PenggemarAcompanhe James Buchanan Barnes em uma aventura única de descoberta do seu passado não contado com Natasha Romanoff. Mas além do drama dessas recordações, Barnes e Natasha terão outros problemas emocionais para enfrentar. (Continuação da história "R...