Hoje é dia 17 de Janeiro de 2017, estou sentado em uma cadeira do colégio acreditando ter a aula mais chata da minha vida... Me chamo Christopher, tenho 17 anos e estou escrevendo essa historia pra passar o tempo mesmo, quem sabe um dia eu a reencontre rabiscada nesse caderno que será apenas mais um dentro do meu armário.
* * *
Bom... Não sei bem como começar... Tentarei ser breve para não tomar seu tempo. Me chamo Angelo Moretti Merlini e tenho agora vinte anos de idade, já adianto que minha história não é um conto de fadas e muito menos um filme de ação, revivo minhas memórias e as transcreverei nesses paragrafos.
A cidade em que eu morava ficava bem na serra do mar, raramente o sol surgia, comumente o clima era o úmido e nublado; sempre estudei em escola pública mas nunca fui aquele cara cheio de amigos e a minha familia ligava tanto pra mim que quando eu fiquei uma semana sem voltar pra casa a unica coisa que eu ouvi foi "fecha a porta direito, garoto" e me recordo de só voltar por culpa das aulas que começavam no dia seguinte...
O despertador toca rompendo todo o silêncio da noite, ainda meio dormindo, eu o desativo e fico na penumbra do meu quarto ouvindo a chuva caindo; tropeço na pilha de roupas jogada ao chão e suspiro fundo e tomo meu rumo... Lembro de seguir sempre a mesma rotina pela manhã levantar, tomar um café, reclamar de algo e sair... Lembro daquele maldito portão da minha casa... Mesmo com o maior cuidado ele ainda rangia como os portões do inferno se abrindo... A chuva da madrugada agora já era garoa, eu caminhava pela longa calçada até a casa de um amigo, talvez o único real amigo dessa história, que ficava no caminho até lá.
- Fala ai. - Cumprimentei Simon em quanto o esperava na calçada.
- E aí... - Retribuiu o garoto em quanto fechava a porta.
- Pronto pra mais um Loooongo ano?
- Tô nem pensando nisso. - Simon movimenta positivamente a cabeça aparentemente conformado.
Após nossa caminhada matinal chegamos ao destemido Colégio Inércia Cabral Freire lá era um lugar muito grande, pode ter sido um periodo que pra mim foi ruim, mas tinhamos uma estrutura de ensino muito boa, entretanto, o lugar que eu mais amava ficar era a biblioteca, o prédio ficava separado das demais instalações e como a minha geração era mais dos celulares, os livros já não eram muito procurados; conheço cada corredor e cada estante de lá, me sentia melhor naquele lugar do que dentro da minha própria casa.
Mal chegamos no colégio e Simon foi conhecer sua nova sala e eu para o meu santuário sagrado. Uma trilha de pedras com um largo gramado bem cortado seguido de algumas arvores dispersas guiavam para uma casa grande de pedras e madeira, as janelas tinham aqueles arcos góticos com vidraças coloridas opacas como das igrejas da santa inquisição e era lá que eu passava boa parte do meu tempo. A leitura pra mim sempre foi algo interessante, dentro de um livro eu me transportava para a terra média e lutava com Elfos e anões, ora a um passado distante, ora ia um futuro próximo... E assim foi boa parte da minha vida acadêmica, porém, no intervalo ela permanecia fechada e eu livre em um ambiente hostil.
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Ainda sem Título
RandomAinda sem título é uma hístória que eu escrevi no 2 ano do ensino médio durante a aula; carrega as viagens da mente de um adolecente estranho entediado.