Capítulo 1

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Lá estava eu com minha vida pacata, cheia de problemas e desempregada. Quando resolvi parar num barzinho rústico e elegante perto da onde eu estudava. Sempre fui uma amante da vida, mas, com essa crise, me deixou bem depressiva.

— Se eu fosse você... Não perderia a estreia da nossa artista cigana. - Abordou-me um garçom interessado na minha curiosidade pelo bar.

— Artista cigana? - Uma pergunta estúpida eu diria, que fiz.

— Hoje é dia dos ciganos... Noche de bailar! - Brincou, querendo me envolver no dia "cigano".

— Hm, conseguiu me deixar curiosa, já vai ganhar seus 10% comigo. - Retruquei um pouco contagiada com essa magia cigana.

Sentei-me numa mesa discreta, e já fui pedindo uma dose forte de tequila, para entrar no clima "latino". Não demorou muito, e anunciaram a chegada da "cigana", junto minha tequila, a música tomou conta do ambiente, e meus olhos foram para o palco improvisado para a apresentação cigana.

— Com vocês... A cigana Dasha!

Todos levantaram e aplaudiram-na calorosamente, olhei essa agitação ao meu redor e estreitei meus olhos a chegada dela.

Quando apareceu, só consegui mirar nos seus belos olhos marcantes castanhos claro, enquanto seu corpo se movia como o vento em câmera lenta para mim, achei até que foi o efeito da tequila, mas, lembrei que nem cheguei a pôr um gole na boca, desde que anunciaram sua chegada, e só consegui dizer uma palavra....

— Dasha... - Mordi os lábios levemente. Ela tinha um cabelo meio curto, pele branca quase pálida, corpo preenchido por muitos panos, mas, provavelmente deve esconder uma obra divina por trás...

Ah! E já ia me esquecendo de dizer... Sou lésbica! Não consegui olhar para outro lugar, ao não ser naquela luz que saia daquela mulher protagonizando uma cigana, ela jamais iria me notar no lugar onde estou. Peguei minha tequila, e sentei numa mesa mais próxima da sua apresentação.

— Posso me sentar aqui? - Perguntei ao senhor bem vestido, de forma educada.

— Claro, fique a vontade... Veio ver de mais perto essa jóia brilhante, não é? Sou o empresário dela.

— Uau... Ela realmente é espetacular. - Senti que ele tinha certo poder sobre ela, empresários sempre têm.

Foi quando Dasha me reparou, por estar falando com seu empresário, depois disso, cada movimento que fazia, o olhar de forma misteriosa e a dança fosse exclusivamente para mim, me senti envolvida naquele ritmo sensual dela, que mais parecia que seu corpo era a música e seus movimentos as notas, e enquanto a mim, seria a plateia única, venerando sua divina arte de dançar com tanta liberdade no sorriso e movimentos.

Jogaram uma rosa para ela no palco, a cigana Dasha pegou alegremente, e olhou para mim séria, meu coração quase parou naquele momento...

Amor ciganoOnde histórias criam vida. Descubra agora