A noite estava calma como sempre no bairro Gonçalves Dias, mas havia algo terrivelmente inquieto em uma jovem moradora dali. Natasha era seu nome, uma jovem de 17 anos que estava no seu quarto fazendo mais um teste vocacional na internet a fim de receber ao menos uma dica de qual carreira seguir, era a 7ª vez que tentava naquela noite.
— Ahh que droga! — Exclamou jogando longe a almofada que estava em seu colo. — Eu não quero ser Pernsonal Trainer. Teste idiota, quem faz essas porcarias não sabe de nada.— Disse ela desligando o computador e indo se deitar.
O céu estava pontilhado de estrelas e não havia quase nenhuma nuvem, Natasha as olhava pela janela do seu quarto, estirada ali na cama ela perguntou se seria bom ela ser um daqueles pontinhos brilhantes lá em cima, talvez não tivesse de se preocupar com o futuro. Quase que ao mesmo tempo depois de pensar isso ela riu e se deu um tapinha na testa. "Eu nem existiria mais" pensou ela, "Não vemos as estrelas como elas são hoje, e sim como foram a milhares de anos atrás, sua luz ainda está vagando pelo espaço embora a estrela em si talvez já tenha até morrido". O céu a encantava e ela era apaixonada por estrelas, por isso sabia coisa ou outra sobre elas.
— Mesmo talvez estando mortas vocês são tão lindas... — Ela estava quase pegando no sono quando seu celular vibrou. Tateando por entre as cobertas ela o encontrou, a tela indicava uma ligação. Era Priscila sua melhor amiga.
— Alô?
—Por que você não responde minhas mensagens? — Perguntou Priscila, seu tom dividia um pouco de impaciência e uma risada. Ela vivia rindo.
— Ah cara, desculpa. É que...
— É que você é uma péssima amiga. Não gosta mais de mim, não quer falar comigo...
— Ei, para com o drama — Disse Natasha rindo e se sentando na cama.
— Não é drama, você me ignora — Era sonoro os "Snif snif" do choro teatral da garota. — Vou me matar, minha melhor amiga não me ama mais.
— Se você morrer quem vai sentar do meu lado na hora do almoço? Vai me deixar sozinha naquela escola justamente agora?
— Ah nem me lembre — Priscila abandonara o choro falso. — Queria ficar de férias mais um tempinho.
— Mas você vai ué, é nosso último ano.
— Eu sei, mas nem fiz nada nessas férias. Justo agora que comecei a assistir uma série muito boa não posso passar a madrugada assistindo porque amanhã começam nossas sessões de tortura. Ah, foi por isso que te liguei.
— Pra reclamar do fim das férias e da escola?
— Não, tonta. Liguei pra saber se vai querer carona amanhã pra escola. Eu peço pra minha mãe passar aí.
— Pode ser, vem aqui umas 8:00
— E aí? Como vão seus testes vocacionais? Teve algum sinal enviado do divino?
— Não, nada que combine comigo. — Um curto silêncio se seguiu após isso, como melhor amiga de Natasha, Priscila sabia bem como a amiga estava aflita quanto ao assunto.
— Ei, relaxa. Você ainda pode virar uma stripper. — Disse Priscila em tom de riso.
— Ou posso virar uma cafetona e prostituir você.
— Não me dê ideias, Natasha, eu posso acabar gostando. Enfim, tenho que aproveitar o restinho da noite e assistir minha série. A gente se vê amanhã.
— É, a gente se vê. — Após encerrar a ligação, Natasha deitou-se novamente. Submersa em pensamentos, em dúvidas, de olhos fechados se imaginou como instrutora numa academia. O pensamento a fez rir.
— Talvez um dia, né? Talvez...
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O Possível Significado do "Talvez"
Romance"Tomar decisões nem sempre é tão fácil, principalmente quando se trata do MEU futuro!". esse era o dilema de Natasha, prestes a terminar o ensino médio a garota não tem ideia de qual curso seguir nem qual profissão escolher e isso tudo lhe deixa à b...