Capítulo 2

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No dia seguinte, tudo aconteceu sem grandes novidades. Natasha seguiu seu dia como sempre, já tinha ido a escola e tudo estava normal, a não ser por um ou outro quase surto de Priscila por causa do dever de casa que, na opinião dela, estava começando a chegar em "grande escala" e por conta disso a garota não poderia cumprir seu "afazeres" em paz, como assistir sua nova série favorita ou até mesmo ficar sem fazer absolutamente nada em casa.

Havia também um certo rumor pela escola de como seria a festa de formatura dos alunos do 3º ano aquele ano em particular. Todo ano, a festa por parte da escola contava com um tema diferente, no ano passado os formandos comemoraram no estilo discoteca dos anos 90 após a cerimônia de formatura. Ainda outro ano houve um baile à fantasias com o tema "Grécia antiga". As expectativas para aquele ano eram altas, mas não tanto para Natasha, pois quando pensava em formatura o pensamento logo migrava para seu futuro acadêmico. Quando sua mãe tocava no assunto da formatura, a garota inventava logo uma desculpa para mudar de assunto. "A gente ainda tá em Agosto, a formatura é só em dezembro" ela disse ao pai quando ele perguntou a ela sobre a formatura. Claro que os pais da garota desconfiaram, afinal, desde que entrou no ensino médio e ficou sabendo das festas de formatura a garota vivia falando sobre como achava as festas de formatura o máximo e o quanto estava louca pra ter logo a sua.

Às 13:30 da tarde, Natasha estava no carro com o pai, a caminho do trabalho. Ele dizia uma coisa ou outra de vez em quando, mas Natasha mal prestava atenção, estava meio sonolenta e e com pouca disposição.

- Filha? Tá tudo bem?- A garota não respondeu, na verdade sequer ouviu o que o pai dissera. Jhon parou o carro perto da calçada. Natasha não entendeu o porquê.

- Por que paramos? - Perguntou ao pai.

- Você não me parece muito bem, filha. Na verdade anda estranha há algum tempo, o que houve?- Natasha afundou uns centímetros no banco do carona, mesmo completando 18 anos dali a uns meses, a garota ainda era como uma criança em alguns aspectos. Falar sobre o que sentia aos seus pais era uma dessas coisas.

- Nada demais, pai. - Disse sem olhar pra ele.- Só tô preocupada em não passar de ano.

- Você é uma péssima mentirosa, sabia?- Ela sabia bem disso. Nunca foi boa em contar mentiras, pelo menos não aos seus pais. Jhon virou sua atenção ao para-brisa do carro e suspirou.- Você puxou isso de mim, sabia?

- Sério?- Natasha abandonara a postura de mentirosa e agora adotava a postura de curiosa, voltando-se um pouco na direção do pai.- Como assim?

- Eu também sou um péssimo mentiroso.- Ele disse sorrindo.- Sua mãe descobriu isso muito cedo, foi logo quando nos conhecemos na faculdade.- Pela primeira vez naquele ano, a palavra "faculdade" não causava desconforto em Natasha, isso porque o ar sonhador de seu pai era algo que sempre lhe prendia a atenção, principalmente quando falava de como ele e sua mãe se conheceram.- Teve uma vez que meu amigo, o Charlie, resolveu contar à Emily que eu era apaixonado por ela.

- E o que a mamãe fez?

- O que ela fez? Ela veio falar comigo, queria saber se era verdade. Eu era tão tímido, eu neguei tudo.- Respondeu ele sorrindo.

- Mas a mamãe acreditou?

- Acho que ela teria acreditado, se eu não tivesse gaguejado tanto quando ela veio falar comigo.- Ambos riram muito. De repente a garota se sentiu melhor, há quanto tempo ela não se sentia assim? Parecia que fazia anos que não dava uma gargalhada verdadeira.

- Ai ai, enfim - Disse Jhon agora olhando para a filha.- Você tá bem?- Natasha olhou direto nos olhos castanhos do pai.

- Agora eu estou bem melhor.

O Possível Significado do "Talvez"Onde histórias criam vida. Descubra agora