Capítulo 1

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Às 7:00 da manhã o despertador de Natasha tocou e foi imediatamente desligado pela garota que já estava acordada bem antes disso.

— Nã-na-ni-na-não, Sr. Despertador. Hoje não foi você quem me acordou.— Dizia ela ao desligar o objeto.— Isso foi mérito meu, ok? Não vai ficar chateado, eu só tô meio maluca esses dias.— Ao parar e refletir que estava conversando com um despertador ela sentiu que "meio maluca" talvez não fosse a expressão certa para se usar na ocasião. — Eu tô mesmo maluca. - Disse a garota indo em direção ao banheiro do quarto.

Encarando o espelho do banheiro, com os cabelos totalmente emaranhados caindo sobre o rosto a garota constatou olheiras. Pôs uma mecha do seu cabelo atrás da orelha e continuou se encarando. O estresse sobre seu futuro acadêmico e profissional agora era visível em seu rosto.

— Maluca — Disse a seu reflexo no espelho — Você tá mesmo maluca.

Logo após o banho, a garota se vestiu e desceu para o café da manhã. O cabelo devidamente arrumado, mochila nas costas e uma maquiagem pra esconder as olheiras e voilá. Pronta para o dia que estava por vir.

— Ora vejam só, minha mocinha já está de pé — Disse Emily, mãe da garota enquanto preparava a mesa para o café da manhã.

— Bom dia, mãe. Cadê o papai?

— Jhon foi resolver uns assuntos antes de abrirmos o consultório hoje.— Os pais de Natasha eram médicos veterinários e trabalhavam juntos num consultório próprio no centro da cidade.- Acho que vou ter que te levar a escola hoje.

— Não precisa, a senhorita Alves vai me dar uma carona hoje. — A mãe de Natasha franziu a testa e encarou a filha com uma nítida dúvida no olhar: "Quem é senhorita Alves?"

— Hm — Disse a garota percebendo a pergunta implícita da mãe. — É a mãe da Priscila.

— Ah, claro. Mas você nunca a chamou assim. "Senhorita Alves".

— Tô treinando pro caso de precisar estudar fora, as pessoas tem um modo diferente de chamar as outras no exterior. — Disse a garota com a voz meio embargada depois de morder uma torrada.— A o sobrenome da pessoa diz quem ela é, ou algo do tipo.

— Ah entendi, então a mocinha pensa em estudar no exterior? Você tem um bom histórico, talvez consiga. Já sabe o que quer fazer?— A pergunta veio em uma péssima hora, Emily não sabia que a garota estava uma pilha de nervos por causa do assunto, nem que a simples menção disso a deixava desconfortável.

— Bem eu tava pensando em ...

— Só um instante querida — A mãe a interrompeu para atender o celular e se levantou da mesa.

— Tudo bem, mãe vai lá. — A garota disse isso mais para si mesma do que para qualquer outra pessoa ali. Minutos depois sua mãe voltava com as chaves do carro na mão e a bolsa pendurada no ombro.

— Você já vai? — Perguntou Natasha.

— Sim, seu pai precisa de mim no consultório. Boa sorte no volta as aulas de hoje. — Após dar um beijo na testa da garota, Emily saiu pela porta deixando a garota sozinha com seu café da manhã e seu pensamentos.

— Acho que perdi a fome — A garota disse encarando sua torrada com geleia de uva em uma das mãos. Após retirar a mesa do café da manhã, o celular de Natasha vibrou, anunciando a mensagem de Priscila: Tô chegando em 20 min.

— Beleza — Disse ela guardando o celular. — Dá tempo de escovar os dentes.



***

O Possível Significado do "Talvez"Onde histórias criam vida. Descubra agora