Capítulo 3

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Eu, meu irmão e meus pais tivemos que ficar três dias hospedados em um hotel, porque a Companhia de Mudanças ainda não tinha terminado de arrumar a casa.

Assim que chegamos no hotel, eu subi com as minhas malas para o meu quarto, troquei de roupa e cai na piscina. Nadar a noite é um dos melhores momentos para pessoas como eu. Passa vinte minutos e eu vejo o meu irmão correndo em direção a piscina, ele pula, agarra os joelhos e dá uma bomba na água e assim eu perco minha privacidade. Eu fico com muita vontade de afoga-lo, mas eu me controlo e saiu da piscina.

Acordo às 10:30 da manhã, olho ao meu redor e lembro que não estou mais em casa. Deixo isso de lado, pego o notbook, entro no facebook e tento achar o perfil do Ray Sather, eu encontro, mas fico com receio de deixar um recado ou algo do tipo, então eu saiu, desligo o computador e volto a dormir.

Eu acordo de novo, mas desta vez já é 14:00 horas da tarde, troco de roupa e bato na porta do quarto dos meus pais, o Júnior abre, fala que eles sairam e fecha na minha cara. Eu volto para meu quarto, peço uma porção de batatas fritas e um copo de suco de abacaxi com hortelã, ligo a TV e começo a assistir "Girls" minha série favorita. Depois de uns dez minutos alguém bate na porta e diz - "serviço de quarto" eu abro e dou de cara com homem forte, loiro, olhos azuis, vestido com um conjunto todo branco com azul claro, um cracha de aluminio no peito esquerdo escrito Hotel Oceano Azul, Robert, camáreiro e garçom. Seu perfume era bom, mas enjoativo, provavelmente era feminino de tão doce. Ele estava com as minhas batatas e o meu suco em uma bandeja, em cima de um carrinho com uma toalha branca.

- Pedido para Andrew Moon - ele diz olhando nos meus olhos castanhos, com uma voz súave e máscula.

- Sim, sou eu - digo, desviando o olhar de seus lábios carnudos e avermelhados.

- Posso entrar? - ele fala, fazendo um sinal com a mão pedindo licença.

- Claro. - eu abro toda a porta e saiu da frente - se quiser pode ficar. - eu falo baixo, quase em pensamento para ele não ouvir.

- Esta entregue. - ele diz e volta em direção a porta.

- Obrigado. - digo quando ele passa por mim.

- Foi um prazer. - ele olha pra mim, pisca um olho e sai fechando a porta devagar.

Eu pego o suco e as batatas, coloco na comoda ao lado da cama, deito, olho pra cima, coloco uma batata na boca, tomo um gole do suco e fico pensando no que tinha acabado de acontecer, então me lembro do Ray e fico com pensamentos a mil. Não sabia mais o que fazer, nem o que estava acontecendo, pego o celular e ligo pra Jíuly.

- Alô, Bi? - ela atende e me chama pelo apelido que ela me deu quando eu contei para ela que eu sou gay.

- Oi, amiga! - eu respondo já com voz de choro.

- Que foi anjo? - ela pergunta preocupada.

- Eu tô morrendo de saudade, sem você eu não sei o que fazer. - eu falo chorando.

- Ai, para de chorar, eu também estou com muita saudade, mas eu só vou poder te visitar no ano que vem. - Ela fala como se estivesse me dando uma bronca.

- Eu sei, mas para de gritar comigo. - Eu digo meio que ameaçando desligar.

- Desculpa, mas encare a verde, viva a vida, porque eu não vou poder fazer nada 2.000 km longe de você. - Assim que ela termina de falar minha mãe bate na porta.

- Andrew, se arruma que nós vamos sair pra jantar em 20 minutos. - Ela fala e bate na porta ao mesmo tempo.

- Ok, mãe. - eu grito como se estivesse muito longe. - Amiga, eu vou desligar, preciso me arrumar, beijos, eu te amo.

- Tchau Bi, viva a vida, está bem? - diz ela querendo uma resposta.

- Esta bem! - eu cedo, respondo e desligo o celular.

Tomo um banho de cinco minutos, saiu e vou direto para as malas procurar algo para vestir. Então eu visto minha camiseta do Guns N' Rose, uma camisa social preta com listras finas na vertical por cima, tiro uma foto e posto no Instagram sem status.

Depois de dez minutos minha mãe bate na porta, eu saiu, fecho a porta, vou indo na frente e pergunto onde vamos jantar.

- Pizza Hut - o Júnior fala atropelando o que o meu pai ia falar.

- Também tô dentro - minha mãe fala querendo entrar na onda dos adolescentes.

- Eu também - digo entrando no elevador.

- Então tá ne, eu fiquei sobrando - meu pai fala como se não quisesse ir, mas na verdade ele ama pizza.

Assim que entramos no táxi o Júnior dá um grito no ouvido do taxista.

- PIZZA HUT MAIS PRÓXIMA DAQUI.

- Está bem - fala o taxista assustado e coloca a mão nos ouvidos. Então todos começam a rir, eu me seguro, mas não aguento e dou uma risada muito escandalosa e todos olham pra mim como se eu fosse um estranho.

Quando chegamos na pizzaria a primeira coisa que eu notei foi que meus pais eram as pessoas mais velhas no local e eu era o único acompanhado pelos pais. Todas as outras mesas estavam ocupadas por jovens da minha idade. Muitos estavam com a namora ou o namorado, e outros estavam em grupo.

Nós sentamos em uma mesa na parte de dentro. Fizemos o pedido e eu fui ao banheiro, quando eu saí parei e me abaixei para amarrar o cadarço. Quando me levantei, sem querer esbarrei em um garcom, eu parei para pedir desculpas e ele se virou para mim. Então foi uma surpresa tanto para mim, quanto para ele. Era o Ray Stather.

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⏰ Última atualização: Sep 28, 2014 ⏰

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