Capítulo 8

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OSWALD'S POV

A próxima semana passou rapidamente.

No dia seguinte da confraternização da caridade, Zsasz me arrastou para fazer alguma coisa para distrair minha mente. Então nós fomos visitar Martin.

Nesse tempo, Martin tinha se apegado muito ao Zsasz, o que me preocupou um pouco. Mas a parte boa era que Zsasz começou a ensinar a linguagem de sinais para mim. Martin já sabia, mas como ninguém ao seu redor entendia, ele usava seu caderno. Mas quando eu dominar essa linguagem, seria definitivamente uma forma mais rápida para nos comunicarmos, além de que seria um código em que apenas nós sabíamos perto de outras pessoas.

No primeiro dia de visita, eu o ajudei a fazer um plano para acabar com o bullying que ele sofria. E deu certo.

Martin era extremamente diferente das outras crianças. Quando eu o perguntei o que ele queria fazer com seus atormentadores, ele me mostrou um desenho dos dois em chamas. E de alguma forma, eu me enxergava no lugar dele. Eu me lembrava de quando eu passei pela mesma experiência, e tudo o que eu queria fazer era matar meus colegas. Isso me fez criar uma afeição enorme por Martin. Por isso, eu e Zsasz o visitávamos todos os dias, e nunca queríamos ir embora. Eu odiava ter que voltar para casa e me deparar com a solidão. Nessa semana eu não havia visto Ed nem uma única vez. Nem mesmo uma ligação.

Eu ficaria preocupado se não tivesse certeza de que ele estava com Isabelle.

Enfim... Hoje era apenas mais um dia comum, em que eu visitaria Martin. Sua presença me ajudava a esquecer Ed, mesmo que por alguns segundos. Mas até chegar no orfanato, havia um longo caminho a percorrer, e em todo esse caminho eu pensava nele.

Muitas vezes eu escuto sua voz em minha mente, sabendo exatamente qual comentário ele faria em uma determinada situação. Sinto falta de seus conselhos, das brincadeiras, das conversas da madrugada... Sinto falta de quando ele brigava comigo por bagunçar a casa, na qual se encontra em uma bagunça exatamente por isso... Eu até sento falta de lavar louça com ele!

Meus olhos arderam mais uma vez ao perceber que esses momentos não voltariam mais. Não por ele não estar presente, mas sim porque eu não deixaria isso acontecer novamente.

Meu coração estava muito machucado para sentir todas essas sensações de novo. Eu não aguentaria. Estava prestes a explodir em qualquer segundo. Mas, acima de tudo, eu era seu amigo. E eu pretendia permanecer assim.

Sem mesmo perceber, olhei para a pia, me lembrando daquele dia em que nós tivemos uma briga de espuma. Isso me fez rir sozinho ao lembrar de nós correndo em círculos ao redor da bancada central da cozinha.

Não importa o quanto uma pessoa te faz sofrer, você sempre vai lembrar do quanto ela te fez sorrir.

E, merda, tudo o que eu mais desejava naquele momento era poder acordar com amnésia. Eu só queria esquecer esses detalhes estúpidos, como a sensação de seu abraço, seu tom de voz, o cheiro de seu perfume, o jeito em que ele arruma seu óculos, a forma em que covinhas aparecem em sua bochecha quando ele sorri verdadeiramente... E lá vai meu coração enlouquecendo em meu peito, porque ele era o motivo de meus pensamentos.

-Para de pensar nisso - uma voz quebrou o silêncio, me fazendo despertar.

-Nisso o quê? - perguntei a Zsasz, antes de o acompanhar até à saída.

-EdwardEdwardEdwardEdward - ele repetia diversas vezes, me fazendo dar um soco leve em seu braço - Para ser sincero, eu acho lindo o efeito que Edward provoca em você.

-Não sei do que você está falando.

-Se faz de égua que o cavalo te come.

-Zsaaaaaasz!!

Rewrite The Stars - NygmobblepotOnde histórias criam vida. Descubra agora