7. rosa

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rosa vermelha
representa o amor.

Perto das dez da manhã, Julie se prontificou em acordar os jovens para outro passeio na cachoeira. Enquanto uns procuravam forças para se levantar, outros aproveitavam os banheiros disponíveis. O conflito entre querer curtir a viagem e se render à ressaca foi naturalmente compartilhado. O café da manhã funcionou com sucesso como fonte de energia para os cinco jovens, que aos poucos recuperaram o brilho na expressão.

— Os noivos vão passar o dia num hotel descansando, mas os pais virão com a gente — comentou George, dando um gole no café. — Significa que agora temos reforço no time.

— Fico feliz que estejam tranquilos quanto a organização. Devem ter trabalhado horrores — disse Emma. — E sobre o jogo, lembrem que dessa vez estarei no time adversário.

O primeiro raciocínio de Emma ao acordar foi se arrepender de ter sido tão vulnerável na noite passada. A quantidade média de álcool e o comportamento dele lhe deram uma coragem que não pôde evitar. Considerou aquilo uma despedida, apesar de já ter encerrado o plano bem antes. Algo sobre o contato físico, o calor de Chan e ser o motivo do sorriso dele lhe fez querer expressar seus sentimentos com sinceridade, mesmo que para ele não fosse importante.

— Peter vai estar lá. Acha que deixei uma boa impressão? — perguntou Chan ao entrar no carro de Emma.

— Ele te elogiou bastante — disse ela, apertando os lábios num sorriso pequeno.

Song e Ron não conseguiram disfarçar as expressões quase cômicas de surpresa quando Chan tocou a mão de Emma sobre a marcha. Jade achou hilário, já que o ato romântico era normal em seu ponto de vista.

— Obrigado. Significa muito pra mim — disse Chan, sincero.

"Eu sei que sim", pensou ela, balançando a cabeça sem tirar os olhos da trilha de terra. Tinha medo de que seu coração pulasse pela janela caso continuasse por mais tempo em contato com a pele dele, então tirou a mão da marcha e ligou o rádio do carro, procurando alguma distração decente.

***

A renovação que a água oferecia naquele dia quente era tudo que alguém poderia querer. Assim que encontraram um lugar aconchegante, os times de vôlei aquático foram divididos: os pais e tios de Emma contra ela e seus amigos, Song ficou com o papel de reserva e juiz ao mesmo tempo. Decidiram que Chan teria uma chance de se redimir pelo último fracasso. Também nadaram de um lado para o outro, fizeram competição de maior fôlego e tiraram muitas fotos.

A adrenalina que ajudou a disfarçar o cansaço de seus corpos começou a se dissipar. Após comerem e beberem, os mais velhos sentaram nas pedras para conversar, Emma e Jade voltaram para a beira da água, e os três rapazes saíram para caminhar na floresta, com uma ideia diferente de descanso.

— Eles estão jurando que alguém vai correr pra ajudar caso algum deles grite — comentou Emma, fechando os olhos em direção ao sol que encontrava brecha entre as folhas. — Todo mundo sabe o que acontece quando um reclamão, um engraçadinho e um espertão saem pra caminhar sozinhos na floresta.

— A cachoeira também não nos deixaria ouvir. — Jade riu. — Desde que não se separem, eles vão saber se virar.

Os sons da água, dos pássaros e do vento através das árvores eram o escape perfeito para que Emma levasse a mente para longe. Não queria estar ciente de que perdeu o controle sobre os próximos sentimentos.

— Chan pediu pra conversar comigo mais tarde — anunciou Jade, com cuidado, agora deitada com um braço sobre os olhos. Emma sentiu a espinha gelar. — Acho que tenho uma boa noção do assunto.

o acordo | bang chanOnde histórias criam vida. Descubra agora