Prólogo II.

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Ana.

Lá embaixo, a festa continuava.
E aqui em cima, uma outra iniciava-se.

Clarissa era a mulher mais linda deste planeta. Não havia quem duvidasse.
Mas, que era tão prazerosa, jamais havia passado pela minha cabeça.

Ela invadia-me em todos os sentidos. Eu já não conseguia mais controlar meus instintos calmos e passivos, como havia sido ensinada a vida inteira.
Quase sem fôlego, segurei-a pelo ombro, afastando-a brevemente.

– O que foi? – franzia o cenho, com uma feição de dúvida e uma leve frustração, como criança quando é contrariada. Eu sorri, porquê achava linda aquela expressão que só ela tinha. 

Quero dizer, tudo é lindo em Clarissa.

Observando cada traço dela, dos fios loiros da sobrancelha até o desenho da boca, agora avermelhada pelas mordidas que causei nos últimos segundos..

Suspirei.

Nada falei, apenas virei-me de costas e caminhei lentamente até a porta.

- Ana.. – Clarissa já demonstrava uma voz fraca, como quem já estivesse entregando o jogo.

De costas, apenas sorri.

Ela mantinha-se imóvel.

– Por favor.. – suspirou.

Respirei fundo e virei a chave.

Ao virar-me, encontrei seu olhar surpreso. Ela sequer mexia as pálpebras.
O quarto estava imerso em escuridão - exceto, por um abajur na cabeceira.
Dei alguns passos até o móvel, enquanto a observava caminhando até mim.

Ao tocar sua mão, senti sua palma gelada, e levei até o fecho do meu vestido. 

Ela encarou-me séria, e desceu lentamente o zíper.
Fechei os olhos, enquanto sentia seu respirar quente sob meu pescoço.

Ao encostar a pele nua das minhas costas, senti toda a minha espinha ouriçar.

Á essa altura, eu já não tinha controle sobre nenhum movimento do meu corpo.
Apenas era conduzida por meu desejo de pertencer aquela mulher..

Nem que fosse por aquele único instante.

Clarissa mordia meu queixo, enquanto eu me entrelaçava em seus braços.

- Quero ser tua. – sussurrei entre os lábios, apagando o abajur.

no control.Where stories live. Discover now