Capítulo 9

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Todo dia depois do colégio vou ao hospital ver o Helliot. Levo sempre minhas anotações para ler, queria que ele não perdesse o exame, é daqui a 3 meses.

Os pais de Helliot sempre vão para casa descansar um pouco quando vou para o hospital. Mas hoje eu queria poder conversar com eles, já que Helliot não está disposto. Como eu queria que fosse ele que tivesse me explicando tudo isso.

- Você demorou demais para me contar, Helliot Jones. - Digo sorrindo. - Christian me contou em seu lugar. Por isso você se encontra nessa situação. Queria que você estivesse aqui, comigo. Praticamente todos já desconfiam de nossa relação e você nem me pediu em namoro ainda. - Sorrio com lágrimas os olhos. - Esse seria nosso momento.

A noite não demora cair, logo a hora de visita acaba e os pais de Helliot chegam.

- Posso conversar com vocês? É um assunto um tanto delicado. - A senhora Karen e o senhor Jones me encaram. - É sobre Helliote e seu passado.

- Tem razão, é bem delicado. Podemos falar disso em outro momento? - Agora já sei pra quem Helliot puxou, a senhora Karen me pede serena.

- Não, sinto muito. Mas não dá. Eu mal consigo dormir, comer, quando Christian me falou coisas sobre o passado, de Helliot, que me embrulham o estômago. - Digo com lágrimas nos olhos. - Eu só quero uma explicação, e no momento ele não pode me dá-la.

- Karen, por favor, vamos contar. - Senhor Jonas a pede.

- Tudo bem. Acho que já passou da hora. - Ela suspira. - Tudo começou quando a mãe de Helliot engravidou do traficante mais procurado da região. Na época ele era apenas um garoto que fumava machonha e ela uma menina inocente achando que Carlos eram um bom moço. Quando tudo isso se misturou Angela ficou grávida de Helliot e é óbvio que Carlos não queria a criança, tanto que pediu várias vezes para Angela abortar. Mas ela não queria e colocou Helliot em um orfanato, que no caso é o dos pais de Christian. Nesse orfanato Helliot aprontava todas, colocava fogo nos colchões dos quartos, machucava com um canivete os outros órfãos e cortava os cabelos das meninas. Era um verdadeiro pestinha, até ser adotado por mim e Frederik. Não sabiamos desse seu temperamento, pensamos que era uma criança comum. Mas estávamos totalmente enganados. Logo ele começou a demostar seu lado traquina. Aprontava todas. Chegamos até a mandá-lo para um colégio militar, mas mesmo assim não teve jeito. Até que com seus 16 anos cessou esse seu lado maldoso e abriu um lado misterioso. Principalmente quando ele chegou aos 17 e contatos sua história, que foi quando ele passou por má bocados. Chegou até a reprovar.

- E isso tudo mudou até uns dias para cá. Helliot estava todo sorridente, feliz. Acho que isso foi influência sua, senhorita Hollister. - O senhor Jones comenta.- Eu nunca tinha visto meu menino tão feliz. Os paramédicos encontraram isso no bolso de Helliot, tem seu nome nele. - Ele me entrega uma caixinha com meu nome, e quando abro tem um lindo anél fininho com pedras nele e ali mesmo começo a chorar.

- Eu... eu... - Não consigo controlar meu choro. E sinto os dois me abraçarem.

- Só temos a ti agradeçer Heaven. Você mostrou a luz pro nosso pequeno Helliot. - A senhora Karen comenta.

- E o Carlos? É verdade que ele ainda quer matar Helliot?

- Bom, ele tentou. Mas fizemos um trato com ele. Demos uma boa quantia para ele deixar nosso filho em paz. Helliot não está ciente disso. - O senhor Jones me alerta.

Depois que me esclarecem melhor sobre o passado de Helliot vou embora, pois o horário de visita tinha acabado faziam horas.
Ao caminho de casa passo pelo parque e vejo alguém conhecido sentado em um banco, e ele levanta rapidamente quando me vê.

- Heaven! - Christian exclama ao me ver. - Eu sei que você não queria me ver nem pintado de ouro, mas não posso deixar essa situação do jeito que está. Eu quero pedir seu perdão, e eu vou entender se não quiser. Quando voltei, voltei com apenas um propósito, te ter de volta. E quando percebi que tudo estava mudado, você estava mudada, tudo perdeu o sentido. Eu nem sei mais o que vou fazer da minha vida. Você sempre me oferecendo sua amizade e eu sempre queria mais, ababei perdendo tudo.- Ele diz se banhando de lágrimas.

- Christian, eu aceito sim seu perdão. Pois sei que é sincero. Mas deixando claro que você sempre me terá como amiga, desculpa pelas palavras arrogantes cuspidas de antes. Eu estava triste e descontei tudo que eu carregava em você. Não será simples esquecer o que você causou, então peço um tempo nada nos estabelecermos. E Chris, você tem sim um propósito, se tornar um grande médico. Lembra o que você me dizia? Me dizia que iria ser um grande e reconhecido médico, para que assim possa ajudar muitas pessoas que necessitavam emergemcialmente de ajuda. Ajude quem precisa amigo. Vai se sentir bem com isso. - Lhe abraço. - Tchau Christian. - Me despeço dele e vou para casa.

Chego em casa e vejo um movimento diferente, meus pais estão agitados.

- O que ouve? Foi algo com Heeliot? - Meu coração dispara.

- Senta por favor querida - Meu pai fala.

- Por favor, me falem de uma vez. - Digo já em lágrimas.

- Foi Christian, filha. Ele acabou de tentar se suicidar. - Minha mãe finalmente fala.

- Meu Deus. Impossível, eu acabei de falar com ele. - Digo já em lágrimas

- Os pais dele acabaram de nos ligar, avisando que ele se jogou da ponte Wills, mas graças a Deus havia uns mergulhadores por perto. - Meu pai fala. - No momento ele está no hospital. Quer ir vê-lo?

- Hum... Sim, eu quero. - Falo e vamos rumo ao hospital.

Christian deve estar mentalmente machucado. Toda pressão que ele sofreu, a questão de ter indo embora e deixado a familia e os amigos pra trás. Toda a dificuldade que ele levou para se adaptar em Harvard, tudo isso influenciou para sua depressão.
Fico triste em imaginar a situação que ele está passando, nunca lhe imaginei vulnerável assim, Christian costuma ser forte como ferro. Agora ele está em um hospital por tentar se matar. Meu amigo Christian nunca faria isso, ambos sofremos mudanças nesses 5 anos, mas agora, tudo que ele precisa é de uma amiga. E acho que estou disposta a ser.

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