Capítulo 7 | Polaroid

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As últimas seis horas tem sido divertidas pra porra, eu estava sentindo falta de noites como essa. Emma era uma boa companhia, ela sabia como se divertir, e como divertir alguém. Mas agora estamos esgotados, fugindo da nossa realidade dentro de um bar, esperando as horas passarem as quais parecem estar se arrastando.

Eu mal me recordo quantos copos eu já bebi, mas posso ter certeza que estou louco para caralho. Parecia estar tudo mais lento e tenho a sensação de que minha cabeça está rodando literalmente. Bebidas doces não são tão nocivas quando eu havia pensado.

Emma está á poucos passos de distância de mim; ela dançava e eu observava cada movimento seu. A garota se destacava perfeitamente no meio de toda aquela gente, e aquilo parecia surreal.

Emma aponta seu dedo indicador á mim, mencionando para que fosse até ela. Eu realmente não queria me levantar, sabendo que poderia cair assim que eu fizesse. Mas arrasto meu corpo pesado para fora do banco com cuidado, e caminho em direção a Emma.

A menina envolve seus braços em meu pescoço, e me olha com sua cabeça erguida. Ela não era baixa, batia em meu queixo. Mas mesmo assim tinha que erguer sua cabeça para ter algum contato visual comigo. "Você está se divertindo?" ela me pergunta.

Eu estava, de verdade. Mas isso faz alguns minutos atrás. São exatamente cinco da manhã, e bebemos durante esse tempo todo, nos divertimos como eu não havia feito á bastante tempo, agora tudo o que eu consigo pensar é dormir depois de vomitar todo alcool que pesa no meu estomago.

"Yup" eu jogo os ombros, mentindo.

"Não seja um mentiroso." ela rola os olhos e se atrapalha com os passos. Ela estava tão mal quanto eu.

"O que acha de irmos para casa?" sugiro, notando seu estado. Ela não estava se divertindo também, eu conseguia notar isso.

"Isso. Casa." ela concorda, sacudindo a cabeça. "Seus pais vão te matar, certo?" ela ri bebada.

"Hm... isso não vai acontecer." eu digo, e a carrego comigo para fora do bar. "E os seus?" eu pergunto.

"Eu nem moro com eles." ela ri e cambaleia durante nosso caminho para o seu carro. Não ia ser uma boa ideia ela dirigir, e eu também não estava nem um pouco sóbrio, talvez tivéssemos que passar a noite dentro de seu carro esperando o efeito do alcool sumir.

Eu não sabia que ela não morava com os pais. Na verdade eu ainda não sei muita coisa sobre Emma, e talvez eu nunca vá saber tudo sobre ela. Emma não gosta de falar muito sobre si, assim como eu. Mas ela é profissional em enrolar quando perguntam algo pessoal á ela, notei isso durante toda a noite enquanto eu tentava saber um pouco mais sobre ela, falhei miseravelmente.

"E por que não?" eu pergunto, tentando saber mais.

Ela se encosta em seu carro, e cruza os braços me olhando. "E por que morar, huh?" ela diz, me enrolando como eu já deveria saber. Eu até dou risada, eu gostava da forma que ela desviava do assunto, mas também não gostava pelo fato de eu querer conhecer mais sobre ela, e ela não me dar essa oportunidade. 

"Certo, Emma." eu concordo. "Vamos pro carro, huh?" eu sugiro e ela assente.

A garota dá a volta e entra no carro, logo depois eu entro também e fecho os olhos com força. Essa tontura estava me matando. Talvez eu não devesse ingerir tanto alcool assim, como eu fiz essa noite.

"Pra onde vamos?" ela pergunta.

Eu encolho meus ombros, não sabendo realmente pra onde iriamos, ou se deveríamos ir pra algum lugar do jeito que estávamos.

"Vamos pra minha casa." ela sugere "Fica muito perto daqui, acho que não tem problema."

"Sua casa?" eu pergunto um tanto surpreso.

BESIDE [H.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora