Capítulo 26 | Traveling

106 6 1
                                    

   Hoje era o dia do casamento da mãe da Emma. 

Louis e eu colocávamos as malas no porta-malas do carro para que pudéssemos ir, enquanto Emma fumava seu segundo maço de cigarro.

"Daqui a pouco seu pulmão vira pó." eu alfineto a garota.

Ela está nervosa, demais. Eu a entendo, faz tempo que não vê sua mãe e agora vai para o casamento dela. 

"Obrigada por lembrar." a garota rola os olhos e dá uma última tragada antes de jogar no chão, e amassar com seu coturno. "Vamos?"

"Vamos!" Louis diz ao colocar a última mala no porta-malas. "Parece que estamos na porra de uma mudança."

"Quase isso." Emma comenta e entra no carro.

"Para, são só duas horas de viagem." Louis diz e liga o carro.

Ainda consigo ouvir a voz da minha mãe na minha cabeça, me fazendo uma lista de tudo o que devo fazer e tomar cuidado. Eu sinto que voltei aos meus 10 anos quando eu ia dormir na casa de algum amigo. Certas coisas nunca mudam...

"Preparados?" Louis pergunta.

Emma estava ao seu lado, e eu a olhava pelo espelho retrovisor. Como sempre, estava deslumbrante. Seus cabelos hoje, estão mais ondulados e ela não usa maquiagem. 

"Tem outro cigarro?" Emma pergunta.

"Puta merda, Emma." Louis xinga. "Você tá parecendo uma chaminé."

Emma dá o dedo do meio pro irmão, e eu dou risada. 

Eu esperava que essa viagem fosse incrível, tanto para Emma quanto para mim. Que a gente se reencontre de alguma forma.

Louis aumenta a música do rádio e Emma põe seus pés para cima enquanto acende mais um cigarro. Logo, Louis sai da frente do prédio de Emma e entramos na estrada.

Encosto minha cabeça na janela e respiro fundo, tentando não agarrar no cinto de segurança. 

"Vai ficar tudo bem." Emma vira um pouco seu corpo e me diz. "Se quiser posso ir ai pra atrás." ela sugere.

"Tá tudo bem." eu a asseguro e lhe dou um sorriso.

Eu tomei alguns calmantes antes de vir, com toda certeza em pouco minutos eu estaria praticamente morto.

{...}

"Filho?" o homem me chama, e eu viro o rosto para o olhar.

"Oi." respondo.

"O que quer fazer no seu aniversário?" ele me pergunta.

"Eu não sei ainda." encolho meus ombros;

"O que você acha de Veneza?" ele sugere.

Ele é um cara que curte viagens, sempre planejou voar por todo mundo.

Eu dou risada.

"O que? Patético demais?" ele ri e tira os olhos da estrada para me olhar... 

Não deveria.

Meu corpo é jogado para o lado, e minha cabeça bate no vidro do carro, onde eu vejo sangue. Está quente, e quando olho para o lado.... A cabeça do meu pai repousa sobre o volante.

{...}

"Harry?" me chamam, mas a voz é distante. "Harry, acorda!" meu corpo é balançado.

Abro meus olhos assustado e minha respiração está ofegante. Estou suando e preciso de ar. 

BESIDE [H.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora