POV Jon

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Meu relacionamento com Sansa sempre foi diferente dos meus outros meio irmãos. Com ela havia uma trava. Talvez para agradar sua mãe, Sansa não demonstrava-me afeto. Não era rude, mas não era gentil. Às vezes quando eu treinava Com o Mestre de Armas, surpreendi-me com seus olhares contemplativos e em uma destas ocasiões, em que sustentei seu olhar, a vi corar e baixar seus olhos retirando-se imediatamente.

Não posso negar que também eu a observava com a admiração de algo quase sagrado. Sempre fora linda, e por vezes me penitenciei por pensar nela de forma que não me parecia própria, nem justa.

Nossos caminhos se romperam de modo que, as indicações eram que o destino trataria de resolver e findar qualquer proximidade ou pensamento inadequado que houvesse ocorrido no passado. Embora, com as diferenças e diminuições de um bastardo, nunca senti-me menos irmão de Robb, Bram, Arya e Rickon. Mas, com Sansa, era algo diferente e que não saberia explicar. A queria bem, mas em alguns momentos, naqueles em ela me desprezava ou me olhava com superioridade, ou ainda pior, nos momentos em que eu a contemplava e meu corpo reagia involuntário a minha racionalidade, ali, eu a detestava. Sansa sempre foi um paradoxo para mim.

Por isso, depois de tudo que vivemos quando, das formas mais estúpidas nos afastamos de nosso lar, eu, perdido, sem um rumo a tomar, após minha decisão de largar o negro, a vejo ali no pátio do Castelo Black, parecia quase celestial. Foi a imagem mais linda da qual me recordo em minha existência, e não é raro eu me pegar perdido nesta memória. Tê-la em meus braços, despertou a vontade de não larga-la jamais.

Eu estava cansado da guerra, mas ela me desafiou a mais. Eu não queria, mas prometi que a cuidaria e não mais nos separaríamos, logo, cedi a sua vontade, ainda que me custasse de novo a vida, a retomada de nosso lar.

A história que sucedeu é tão fantástica que não parece ter acontecido a mim. Um ficcionista, possivelmente, não reproduziria com tantos detalhes criativos uma saga sobre reinos, mortos que voltam, dragões e sobre como eu, Jon Snow, um bastardo que, tornou-se um legítimo lobo e dragão, e Rei do Norte.

Quando abri a porta dos aposentos nupciais, ela parecia uma nuvem, algo etéreo, que não é feito para tocar, pois desvaneceria. Os cabelos longos e vermelhos, os olhos azuis como o mar, o corpo longo e delgado, a pronúncia dos seios pelo decote da roupa íntima. Não posso negar que a cobiça tomou conta de todo meu ser, e eu nunca quis nada e nem ninguém, como queria me perder em Sansa agora.

Aproximei-me devagar e pedi permissão para beijar-lhe novamente as mãos. Ela fechou os olhos ao sentir o toque. E quase em transe, colei meu corpo ao dela, e meus lábios ao seu ouvido: _ Minha Senhora, eu prometi-lhe respeito e que não a tocaria se assim não desejasse. Cumprirei com meu compromisso, a não ser que o desejo que me consome agora diante de si, seja também algo forte para vós.

_ Eu o quero, Jon. Sempre quis, em todos os malditos momentos de minha vida. Peço-lhe perdão e preciso dizer-lhe que temo. Já fui machucada, ultrajada, e hoje tenho medo, confesso, que a consumação seja dolorosa, porque é só o que conheço, a dor. Mas, ainda mais medo eu tenho que você não me queira. Por que haveria de querer? Quem sou eu, diante de rainhas e aventureiras?

_ A única rainha que vejo diante de mim, sois vós, Minha Senhora. A mulher mais bela e que há muito tempo, arrebatou meus sentimentos e minha paz.

Beijei sua orelha e seu pescoço e ela suspirou. Minhas mãos tocaram-na sobre o tecido macio de sua roupa e pude sentir suas curvas e sua expectativa. Puxei as mangas para baixo e logo a roupa inteira tombava ao chão. Pude, enfim, ter a certeza que jamais veria algo tão belo e arrebatador para mim como Sansa, nua, iluminada apenas pelo crepitar das velas. 

Por Winterfell (Jon & Sansa)Onde histórias criam vida. Descubra agora