👹 O Começo Do Fim 👹

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E foi pensando seriamente, sentado na poltrona vazia da sala da casa do meu pai, que percebi que minha vida era uma grande merda.

Me lembrei, sentado na maldita poltrona, várias coisas que se ocorreram na minha vida quando eu morava aqui.

Lembrei-me da vez em que meu pai invadiu a casa quando ele estava separado da minha mãe, querendo explicações. Naquela manhã só eu estava em casa, perdido, triste, tendo uma crise existencial, mas eu o atendi, e conversei com ele. Garanti que ele estaria bem longe da minha casa, quando, com minhas pernas bambas e coração na mão, o levei ate a esquina da pensão onde ele estava dormindo naqueles dias.

Voltei para casa correndo e desesperado naquele dia, lotando o celular da minha irmã de inúmeras mensagens sem sentido mas com muita importância. Costumava dizer na maioria dos nossos diálogos o quanto queria morrer, mas era uma grande meia verdade, porque ao mesmo tempo que queria, tinha medo de pensar na morte.

O meu eu com quinze anos, ficava se perguntando o que era felicidade. O meu eu com quinze anos, era obcecado pela tal felicidade. Pensar em que ou em quem te trás felicidade, te torna sozinho e depressivo.

No fim, descobri que a felicidade vinha em pequenas coisas de pequenos combos de surpresas. Mas na minha vida, pouca coisa me dava a sensação de pura felicidade.

Acho que, encontrar a felicidade depois que perdi minha casa, se tornou ainda mais difícil. Perdi um lugar quente, com pessoas maravilhosas, e abraços que queriam dizer "eu te amo". Depois de perder o meu pequeno lugar para voltar, o que era felicidade?

Então, conheci Seokjin hyung, Yoongi e Hoseok. Mas eles tem sua própria casa, eles tem o lugar deles e sabem a onde pertencem.

E eu? Quando eu vou conseguir achar minha felicidade? Quando eu vou realmente ter um lugar para onde voltar?

Um mês se passou desde que vi Jeongguk pela última vez, desde que, talvez, eu tenha dado meu último sorriso. Foi a última vez que senti aquele sentimento quente, aquelas malditas borboletas no estômago, foi a última vez que vi os olhos de alguém queimarem por mim.

Foi a última vez que eu vi Hades.

Eu sempre fui alguém intenso. Eu nunca gostei de perder oportunidades apesar de bundão. O que eu sentia por Jeongguk era intenso demais para ser dito em voz alta, mas era lindamente verdadeiro.

Talvez não puro, ja que eu cometia os pecados da luxúria com outras pensando nele.

Pensar em Jeongguk se tornou a única coisa que me fazia levantar da cama todos os dias, e eu nem sei como. Só imaginava seu rosto, seu sorriso, sua pequena pintinha, e ele me dizendo que dias melhores iam vir, que eu tinha que me levantar e encarar o mundo de novo.

De novo. De novo. E, mais uma vez, o dia não foi melhor.

Não faço a minima ideia do porque eu ter levantado da cama para vir nesse maldito lugar, para reviver essas malditas lembranças, com pessoas tão amáveis e pessoas tão cruéis.

Meu pai morreu. Eu estou, infelizmente para uns e felizmente para outros, no enterro dele. Nunca vi tanta gente falsa e hipócrita no mesmo lugar, mas apesar disso, eu estou aqui, e garanto para a alma dele, que é de coração.

"Tá tudo bem, Chim?" Seokjin hyung perguntou, colocando a mão no meu ombro.

Ele também não parecia muito melhor que eu. Ele anda tendo pesadelos, e ele sempre acorda gritando por Wheein ou por Taehyung, mas quem está la para segurar sua mão sou eu, pouca coisa melhor, tendo mais um de meus pesadelos com a morte da minha mãe e irmã.

Ilha de Afrodite ~ pjm + jk ~Onde histórias criam vida. Descubra agora