INTRODUÇÃO

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Para uma melhor compreensão do trabalho apresentado, o autor colocou as notas de rodapé entre parenteses (    ), tendo como objetivo primário: a facilitação da leitura, levando consequentemente, à uma melhor compreensão do encademanto do pensamento que foi elaborado atráves de pesquisas feitas pelo historiador. 

Os sinos do inferno tocam

Para você, mas não para mim. (1)


(1) (...) como cantavam os soldados britânicos a caminho do front (FERGUSON, 2014, p.527).

Com o surgimento da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o mundo observou as ações de todos aqueles que ansiavam pelo poder através da dominação, onde o valor da espécie humana era reduzido ao simples alistamento militar, pois bendito era aquele país que conseguia reunir um número considerável de pessoas, que estavam dispostas a morrer defendendo suas crenças e ideologias, que eram construídas a partir de um contexto cultural. Nesses aspectos, ninguém poderia imaginar que esse conflito, iria causar tamanha diferença na vida daqueles que presenciaram cada instante, e puderam ter a sorte ou o azar, de sobreviver para contar suas experiências.

A divisão da Europa estava traçada, entre as potências européias que faziam parte da formação da Tríplice Entente (2) e da Tríplice Aliança (3), levando seus soldados em 1914, ao início de estratégias militares que iriam devastar qualquer ambiente, por onde cada pelotão teria que passar, para chegar à sonhada e almejada vitória.

Nessas circunstâncias, os primeiros passos para os campos de batalhas, eram direcionados para a união e o acolhimento, onde o cuidado com o outro iria ser transformado na reformulação daquele "suposto" contexto familiar, que nos próximos anos, seria o grau de parentesco mais próximo que qualquer soldado poderia ter a oportunidade de formular. Dessa maneira, o anseio por conhecer como eram as condições de vida daquelas pessoas, quais foram às possíveis doenças (4), as dificuldades enfrentadas e por fim, os meios utilizados pelos soldados para que conseguissem escapar de todos aqueles sofrimentos; acabaram delimitando a necessidade de direcionar a pesquisa, para obter mais informações sobre esses aspectos, que foram sendo coletados, a partir de duas fontes: os jornais de época (5) e alguns diários que por sorte sobreviveram ao tempo, para realçar as traumáticas lembranças da guerra.

Utilizando-se por pauta esses argumentos e as fontes disponíveis (Jornais e Diários), que serviram para essa contextualização; a pergunta que se pretende responder durante o estudo é: como era a vida dos soldados nos campos de batalha e o que eles faziam para amenizar seus sofrimentos?

A elaboração dessaquestão teve-se como pretensão, dissecar todo o contexto social e cultural quefoi sendo construído ao redor das companhias militares, tendo o objetivo dedemonstrar que o mais difícil na vida depois de um trauma, não é simplesmentesobreviver como muitos pensam, mas sim, é tentar encontrar o equilíbrio na paznovamente, sem que haja nenhuma interferência que irá absorver aquele homem desuas traumáticas lembranças novamente.


(2) Composto originalmente, por três países centrais: França, Inglaterra e Rússia, que depois foram ampliando seus acordos políticos com outros países.


(3) Composto inicialmente por três países: Alemanha, Império Austro-Hungaro e pela Itália, que posteriormente veio a trocar de lado, indo para o primeiro grupo, devido a negociações econômicas e políticas.


(4) Conforme o número de mortos foi aumentando ao longo do conflito, as trincheiras acabavam sendo utilizadas como jazidas, o que venho a ocasionar o surgimento da Pandemia de gripe (mais conhecida como a gripe espanhola), que teve seu início em 1918 nos campos de batalhas, que acabou ramificando o número de bactérias entre aqueles que estavam no local, levando-os alguns ao inevitável óbito.


(5) Que informavam as pessoas sobre tudo o que estava acontecendo no período, em relação às possíveis alianças entre as nações, ao mesmo tempo em que eram colocados também, os relatos de alguns combatentes que realçavam o que estavam presenciando, para os jornalistas que iam à campo para coletar as informações para o periódico.





A Primeira Guerra Mundial (1914-1918): a anatomia de um traumaOnde histórias criam vida. Descubra agora