Pervertida

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Camila tomou um banho e trocou de roupa, ela saiu do quarto sem ao menos dar tchau a Shawn. Sua cabeça estava a mil, ela estava com medo.

Havia uma bicicleta encostada numa árvore do lado de fora da casa, Camila pegou a bicicleta e montou na mesma.

– Muito bem. Você só precisa manter o foco, Camila. Manter o foco. É apenas um acordo profissional, nada além disso.

A canadense começou a pedalar entrando na floresta, havia uma pequena trilha.

– Ok, eu consigo fazer isso. É um pouco difícil mas eu consigo. – Ela começou a pedalar mais rápido. – É, eu sei andar de bicicleta. – O caminho estava ficando cada vez mais fechado e as folhas do galho de uma árvore acertaram a cabeça dela. – Ah meu Deus! Eu odeio a natureza. Não consigo frear. – O caminho ficou mais livre, porém a bicicleta começou a ir mais rápido. – Para! Para! Por que você não está parando?

Ela colocou os dois pés com força no chão e a bicicleta foi um pouco para frente mas parou. Camila encostou a cabeça no cesto da bicicleta e ficou ali por uns 20 segundos.

– Eu só queria um pouquinho de ar fresco. – Uma música estava sendo tocada, mesmo que estivesse um pouco distante ela reconhecia que era uma música. – O que e isso? Que batuque é esse? – Ela levantou a cabeça um pouco receosa.

Ainda com a bicicleta ela foi quase andando em direção ao som. Vovó Carola estava de costas para uma grande fogueira num lugar mais abaixo de onde Camz estava e usava uma bata vermelha maior que ela. Camila encostou a bicicleta em uma das árvores e foi tentar descer um pouco para ver melhor não estava identificando a pessoa, ela escorregou levemente mas se agarrou com facilidade em uma plantinha.

– Ih ih ah! KAKATA! VATAPÁ! Hitachi ah! – Camila estava pronta para sair. – Venha até mim, Camila de Nova York.

– Camila?

– Sou eu, a vovó Carola. – Vovó sorriu e Camila suspirou aliviada com a mão no coração. – Estou vendo como você é curiosa. – Vovó sorriu. – Venha ver como eu agradeço a mãe terra.

– Na verdade eu nem sou tão curiosa. – Ela sorriu amarelo.

– Olhe a sua volta, a mãe terra nos deu tudo isso, assim como colocou você e Shawn juntos para se casarem. Nós temos que agradecer e pedir que você seja abundantemente fértil. – Camila fez cara de nojo. – Venha, desça aqui é junte-se a mim para celebrar.

– Não dá para agradecer daqui mesmo?

- Eu insisto. - Vovó jogou algum tipo de pó na fogueira fazendo ela aumentar, assustando Camila que apenas concordou com a cabeça. A canadense desceu e se aproximou de onde a senhora estava.

– Ok, ok. Eu vou dançar com você.

– Veja e aprenda. – Vovó começou a repetir o mesmo som de antes agora fazendo gestos com a mão enquanto levava a coluna para frente e para trás. – Muito bem, Camila. Agora você.

– Eu o que? –Ela continuava imitando vovó.

– Cante. - "O que? – O que vier a sua cabeça.

– Mas eu não conheço canto.

– Cante par a as árvores, use as vogais. Ih oh ih oh.

– Ih oh ih oh... Para as árvores. Para as árvores.

– Para o universo.

– Para o universo, para o universo. – Ela começou a jogar as mãos de um lado para o outro. – Pra janela (pra janela), pra parede (pra parede)
Até eu suar o saco (o saco)
Até essas putas todas rastejarem (rastejarem)
Para todos os filhos da puta gozadores (filho da puta!) Para todos os gozadores, merda (merda)
Para todos os filhos da puta gozadores (filho da puta!) Para todos os gozadores, merda (merda)

Vovó estava dançando mas parou e olhou confusa para Camila que agora estava dançando e rebolando. Ela deu de ombros e começou a dançar também mesmo achando a música muito estranha.

Shawn estava caminhando pela floresta em busca de Camila quando ouviu uma música, e a voz era muito familiar.

– Vovó! Vamos para o refrão. – Ela ficou de frente para a senhora e vovó sorriu começando a tentar cantar junto. – Deixe-me vê-la se abaixar. Está com medo? Está com medo?

– Está com medo?

– Abaixe até o chão está com medo? Está com medo? Deixe-me vê-la se abaixar, está com medo? Está com medo?

– Abaixa abaixa.

– Está com medo? Está com medo? Traseiro até o chão.

– Está com medo?

– Agora Para! Agora mexe. Agora Para. Agora mexe.

Camila descia até o chão e subia, ela estava de costas para Shawn que a olhava com um sorriso malicioso.

– O que é isso?

Camila parou na mesma hora que ouviu a voz dele, ela virou para o rapaz e notou seu sorrisinho cínico.

– Ah, você sabe... a vovó queria que eu cantasse com o coração.

– E foi isso que saiu do seu coração?

– É que rimava com a batida. – Ela sorriu sem graça.

– Tá, seu celular chegou. Vou a cidade buscar, quer vir comigo?

– Ah, ah claro. Ah, peraí. – Ela olhou para vovó. – Tá tudo bem se eu for com ele?

– Se é o que sei coração quer. – Vovó sorriu ainda mais se é que era possível.

Camila estranhou mas apenas deu tchau para ela e foi andando até onde Shawn estava.

- Você é uma pervertida. - Ele falou cantarolando.

- Cala a boca.

- Cala a boca

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Aaaaaa se acabem de dançar no Carnaval

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Aaaaaa se acabem de dançar no Carnaval. Não usem canudos e não tirem o glitter com água. Beijinhos.

 Beijinhos

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