Capítulo nove

11.3K 1K 993
                                    

                                         Mais um por comemoração do aniversário da queen!

                                 __________________________x__________________________

Lauren Point of View

Altruísta é um adjetivo que define um indivíduo que pratica o altruísmo, ou seja, que se dedica aos outros. O altruísmo também é visto como sinônimo de filantropia e solidariedade.

Não nego-me esse adjetivo. E não gabo-me por ele. Também não me considero-me uma. Acho presunção me classificar como tal. Quando penso em mim, classifico-me como uma mulher que busca o bem sem desejar o mal a ninguém.

Não guardo cicatrizes nem dores passadas. Acho que esse é o meu maior defeito, não conseguir alimentar por longo prazo a raiva ou amargura por alguém. O trouxa do meu coração é muito compreensivo, ele tenta buscar o melhor das pessoas e sempre sara as feridas. Não importa o quão me magoa, mas no fundo, eu sempre perdoo fácil demais, porque ele busca justificativas para perdoar.

A prova mais viva disso é a minha própria irmã, a Taylor. Ela fez o que fez, colocou-me em uma emboscada, prendeu-me em sua armadilha e presenteou-me com um presente de grego. Mas eu ainda a amo, a amo tanto que minha alma sofre por sua ausência.

Querendo ou não, em meio da dor, a Taylor é sangue do meu sangue. Fruto do amor dos meus pais, mesmo cometendo a maior atrocidade contra mim, eu jamais poderei dá-lhe as costas ou ignorar a sua existência.

Não faz parte de mim ter raiva ou guardar rancor.

Cuidar de Camila não estava em meus planos. Mas ao vê-la sangrando, não podia simplesmente ignorar. O meu instinto gritou alto e forte em meus ouvidos que eu precisava ajudá-la, porque vê-la ferida, estranhamente era como se eu estivesse ferida também. Não sei se era a maternidade, se o fato de eu estar carregando os seus óvulos contribuíam para a nossa estranha ligação, mas eu não podia suportar vê-la sofrer, tive consciência dessa situação quando ao vê-la sagrando a dor foi tão profunda em mim que senti vontade de me rasgar.

Vê-la fragilizada na cama com os olhos carentes tão desprotegidos e pidões foi o suficiente para quebrar todas as minhas barreiras quase inexistentes e me juntar a ela na cama.

As minhas pernas tão pesadas pelo liquido retido quase deslocaram de minhas juntas para agradecer por terem repousos. Tudo foi muito rápido e confuso, não me despedi da Keana, apareci tão afobada para buscar a minha bolsa e lhe direcionei poucas palavras antes de praticamente correr para a suíte do avião – que eu nem sabia que existia –, provavelmente ela ficou confusa por minha agitação.

Mas eu não pude me culpar, minha prioridade era a Camila.

Agora, sinto-me estranhamente em paz em ter a Camila aconchegada em meus braços. Ela ressonava suavemente com o rosto encostado em meu ombro e seu nariz cravado em meu pescoço. A compressa de gelo foi desprezado no chão e o meu braço esquerdo estava envolta da cintura dela. A sua respiração quente e lenta lançava contra o meu pescoço, causando-me arrepios suaves, o cheiro do seu shampoo invadindo meu sistema sem nenhuma permissão.

Olhei-a de cima, a sua cabelereira atrapalhava um pouco a visão, mas dava para ver o seu corpo vestido com as minhas roupas. Vê-la com a t-shirt de minha banda favorita e o meu moletom predileto foi o auge do meu dia. Ficava tão lindo nela, como se minhas roupas fossem feitas simplesmente para ela usar. Senti um prazer diferenciado em vê-la vestida com as minhas roupas. Parecia até coisa de casal, mas eu queria vê-la sempre assim.

Rocei o meu nariz em seus cabelos perfumados, estranhamente o seu cheiro acalmava os enjoos que me levava a quase desprezar tudo que tinha dentro do meu estômago. O retrocesso dentro de mim parecia acalmar ao sentir o seu cheiro, era como se o feto reconhecesse o cheiro de sua mãe e acalmasse completamente.

Pregnant By AccidentOnde histórias criam vida. Descubra agora