Lauren Point of View— "Ás vezes é preciso se reinventar para se descobrir de novo". — Duda Molinos.
Os meus olhos prenderam-se nessa frase. Li, reli e li novamente.
Reinventar.
Descobrir-se novamente.
É inquestionável que preciso me descobrir. Tenho que saber quem eu sou. Não a Lauren que viveu em prol da irmã. E sim, a Lauren mulher. Preciso ter novamente a minha individualidade há tanto tempo perdida. Preciso encontrar-me dentro de mim novamente. Preciso deixar que a essência da minha alma transborde em meus poros.
Tenho que exaltar o meu "eu".
Desde os meus quinze anos que oprimo as minhas necessidades, desejos e sonhos para proporcionar tudo a Taylor.
Sete anos que não sei o que é ter o prazer de fazer algo apenas para mim. Negligencie-me por completo. Abandonei os meus gostos, e as pequenas coisinhas que me proporcionava um imenso prazer.
Como comprar uma blusinha nova, ou uma hidratação de pele ou de cabelo. Até mesmo uma casquinha de sorvete no shopping.
Sete anos que não sei o que é isso.
Depois que os meus pais morreram, os trabalhos que consegui arranjar com a minha pouca idade, não pagavam bem. O pouco dinheiro que arrecadava era tudo para a Taylor. Eu não podia falhar com a minha irmã, fiz de tudo para que a nossa crise não tivesse uma grande impacto na vida de Taylor.
E não teve.
Me abdiquei de tudo para vê-la feliz e satisfeita. Por muitas vezes, eu ficava sem comer para vê-la se alimentando. Ás vezes, se eu tivesse um pouquinho de sorte, conseguia comer os restos que os clientes deixavam nas bandejas. Minhas roupas eram caóticas, eu não tinha dinheiro para comprar nada para mim... Então, sempre recorria ao exército da salvação. Eram roupas usadas, algumas até um pouco deteriorada, mas se procurasse direitinho, dava para encontrar algo bonitinho.
Taylor tinha pavor das roupas de lá. Para poupá-la de estresse, as suas roupas eram compradas em lojas da preferência dela.
Nunca tive um bom celular, ao contrário de Taylor que exigia a troca anualmente de celular. Ela não aceitava nenhum Android. Lembro-me na época tinha comprado um Moto G, e ela ficou transtornada. Celulares para ela, só se fosse da Apple.
E eu acatei.
Então, faltando dois meses para o Natal, trabalhava o triplo para lhe presentear com o iPhone do lançamento.
Uma parte de mim sabia que estava mimando demais a Taylor. Mas, outra parte dizia que estava a proporcionando um pouquinho de conforto ao coração dela para suprir a perda dos nossos pais. Já que quando oferecia amor e carinho, a Taylor se reprimia. O meu amor nunca foi o suficiente para ela. Só os bens materiais. Ela me deu índices de ser interesseira, egoísta e gananciosa. Mas eu tinha tanta fé nela que acabei ignorando os sinais.
Enfim... Toda a minha adolescência girou em torno de Taylor.
Não é nenhuma novidade que ofusquei-me como mulher. Agora lendo essa frase, parecia uma indireta divina para mim.
Será que devo?
Permita-se Lauren... Reinvente-se e descubra-se... Ame-se! Meu consciente dizia em bom tom no fundo da minha cabeça.
— Porque você está olhando com psicopatia para esse outdoor? — a voz de Helena soou ao meu lado.
Estávamos no lado de fora do shopping. E o outdoor era a propaganda de um salão de beleza, parecia nos recepcionar.
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Pregnant By Accident
Fiksi Penggemar(CONCLUÍDA) Já dizia Sócrates: "Uma mulher vingativa é mais terrível do que uma leoa faminta". Obviamente que Camila Cabello não fazia a menor ideia disto, até que algo bem inusitado lhe aconteceu. Nunca imaginou em toda a sua vida que seria obrigad...