“ ondas que vem, ondas que vão. ”
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O mar estava agitado naquela manhã. As ondas podiam ser ouvidas no quarto de Yerim com percepção, acordando a garota delicadamente, preenchendo seus ouvidos com o doce canto das ondas batendo contra a água salgada, despertando-a do mundo dos sonhos para a vida real.O tempo parecia nunca passar, observando o tempo nublado e escuro da manhã, contrastando com o som marítimo das ondas e o grito dos pássaros. Haviam poucos dessa vez, como se estivessem com medo de aparecer e encarar a escuridão matinal. Já estava acostumada, mas observar o dia clarear ao som da natureza se tornara um calmante para seus dias na ilha. Uma observação obrigatória, que retirava todas as impurezas e dizia-lhe: vai ficar tudo bem, este dia será especial.
Ouviu passos vindos no corredor, mas não procurou ajeitar-se na cama. Preferiu permanecer na mesma posição, virada para a janela aberta com as cortinas flutando junto ao vento, trazendo o cheiro salgado e a sujeira da areia para dentro. Nem sua mãe mais conseguia lutar contra os acasos de se morar perto do oceano, então não se importaria de encontrar dali algumas horas um chão sujo de poeira e areia. Mesmo assim, era tradição limpar o piso da casa toda.
— Yerim? Está acordada? — Yerim fez um som cansado, sem tirar os olhos de sua paisagem simples e encantadora. — Vamos, Yerim você precisa ir há escola.
E os passos se afastaram, deixando a garota sozinha novamente em sua admiração.
Prontamente, como se fosse algo mecânico e automático, a adolescente começou a se arrumar. Vestiu o uniforme velho, mas quente, calçando suas botas pelo final. Arrumou sua cama, e quando virou-se, pode ter uma visão completa da paisagem da praia com o oceano. Ao fundo, uma enorme nuvem escura cobria o céu, ameaçando trazer sua desgraça para o fim daquele fatídico dia. E ao seu redor, o tempo iluminava-se, encorajando algumas gaivotas de aparecerem e terem seu trabalho de despertador recuperado.
Yerim queria continuar ali. Passaria o dia inteiro observando o oceano, sua beleza inimaginável e ouvindo as ondas preencherem seus ouvidos com seus lamentos. Ela queria ficar em seu devaneio eternamente, mas não poderia. Fazia parte do mundo da Terra, e não do mundo oceânico.
Deixou seu quarto no mesmo horário do dia anterior, descendo as escadas de madeira da pequena casa com pressa. Na cozinha, sua mãe, irmão e avó comiam um bolo delicioso acompanhado de café preto, sem demonstrar estarem esperando a presença da adolescente. Juntou-se à eles, desconfortável, se servindo com a comida disponível na mesa.
— Vocês viram as últimas notícias? — A avó de Yerim perguntou de forma calma, como se já estivessem em uma conversa antes de Yerim aparecer na cozinha. — Estão dizendo que um temporal horrível irá atacar nossa região e uma parte do país.
— Isso é óbvio, basta ver o tempo lá fora. — A mãe olhou o céu pela pequena janelinha acima da pia, puxando a cortina. — Para perto do mar, tem um paredão enorme se formando.
— E o temporal irá acontecer durante estes três dias. — A avó encarou Yerim, piedosa. Pôs sua mão em cima da neta, fazendo um leve carinho compreensivo. — Sinto muito, Yerim. Seu aniversário acabará sendo à base de chuva.
Yerim terminou de beber seu café, limpando a boca e alegando:
— Tudo bem, vovó. Não há problema em deixar meu aniversário passar, estou tranquila.
— Eu não estou. — A mãe encheu de água o filtro, preparando mais café. — Você vai fazer quinze anos, Yerim. Precisa comemorar alguma coisa. Querendo ou não.
Yerim encolheu-se. Desde muito nova ela nunca pensara muito no assunto de festa de quinze anos, na verdade, ela não gostava de pensar em festas. Mas sua mãe, sim. Há tempos promovia ideias para o aniversário de Yerim, especialmente, o de quinze anos. E a garota rejeitava todos, sentindo-se péssima ao ver a expressão de sua mãe em sua relação. “Aonde eu errei?” Talvez fosse a frase que se passava toda vez na cabeça da mãe da adolescente ao vê-la refutanto tantas oportunidades. E depositava todas as suas esperanças no menino Yoongi, o membro mais novo da família.
Yerim sentia pena do irmão mais novo. Apesar de concordar que não era capaz de carregar o peso da família nas costas, achava ser muito cedo depositar as esperanças em uma criança que só sabia contar até vinte.
Olhou para o relógio de mesa em cima da geladeira velha, e todos fizeram o mesmo. Estava na hora. Levantou-se da cadeira, indo se limpar enquanto recebia todos os olhares da casa para si. Como se sua vida fosse uma avaliação de cada ato, sendo julgada até pela forma como caminhava, ou os pensamentos que cruzavam sua mente à todo segundo.
— Estou indo embora. — Anunciou, pondo a mochila nas costas e abrindo a porta. Foi surpreendida com a temperatura baixa e o leve vento do mar tocando sua pele, mas seguiu caminho.
— Yerim, espera! — Virou-se para trás, mantendo contato visual somente com sua mãe. — Quando voltar da escola, quero falar com você.
Yerim fechou a porta, esta sendo sua resposta final para todo o clima pesado que firmava-se dentro da casa.
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sea [⭐] joyri
Fiksi Penggemar❝ era aniversário de yerim, mas ela não estava nem um pouco feliz. sua sorte, era que tinha sooyoung como amiga virtual. ❞ ༄ joy+yeri ༄ short fic ༄ happy bday aury ♡