Humboldt | Crisis

Prefácio

<9h> 

|Riverside|

-Jáaaaaaaaaaaaaaaaaaa vaaaaaaaaaaaaaaaaaaai paciência!!! - grito para Cath que, presumo, já acabou de passear o cão dos gémeos.

TOC TOC TOC! Continua a insistir batendo com exagerada força na porta. Abro a porta já pronta para lhe cuspir em cima o fogo de irritação que sentia, quando me apercebo que não é quem presumira ser.

-Ahahahahah!! - ri desalmadamente ao me ver reprimir o berro que ia a soltar.

-Ai Miró... AI MIRÓ!!!! - digo soltando também uma gargalhada ao ver o ar parvo dele ao rir-se ainda mais alto. - Não sabia que tinhas essa força em ti... - pico.

-Ah ah ah, que piada a senhorita tem.

-Nem sei como ainda me surpreendo que tenhas chegado mais cedo das compras que a Catarina do passeio ao cão...

-Eu muito menos! Ahah, já sabes que ela gosta de se meter por sítios novos e acaba sempre perdida em nenhures. Só podemos considerar a hipótese do seu regresso, quando recebermos a mensagem do costume:

"*Perdi-me em tal sítio. A descobrir o caminho para casa.*" dizemos já em uníssono.

-Vamos lá despachar isto. - digo dirigindo-me para o carro atafulhado de comida. - O_O!

-Que foi??

-Estás oficialmente proibido de ir sozinho à mercearia.

-Até parece que não gostas de comer estas coisas....

-Sabes bem que não é essa a questão aqui ó lerdo.

Acabamos de arrumar os mantimentos nos seus devidos lugares, sempre entre risos e conversa, quando recebemos a bendita mensagem.

-Ela não quer é fazer o almoço! - brinca Miró com a situação.

-Sei lá... O que sei sim é que qualquer dia arranja para aí uma encrenca e depois quero ver quem é que se vai armar em Capitão Iglo para a salvar. Nós claro.

-Vamos é passar esta dramatização para a cozinha enquanto fazemos o almoço, senão depois não podemos cobrar-lhes a nossa recompensa, visto que hoje era o dia do Patrick e até ele está atrasado. E aviso já que eu não me contento com menos de três garrafas do meu champanhe favorito! :D - diz com olhar esperançoso.

-Eu aceito um gato... -digo no gozo, mas rapidamente gostando demasiado da ideia – Yah! Já temos o Pão com Chouriço...

-Nem pens...

-...está na altura de também eu ser feliz e ter um gatinho fofinhoooooooooooooo!

-Mas...

-Se for macho será o Teodoro, se for fêmea... Lua! - concluo por fim.

-Aff... - Lamenta Miró sabendo que já não há volta a dar. - Mas tens de falar com eles os dois. A bem ou a mal, somos só convidados. E tratas tu do animal.

-OK – digo com o maior sorriso de vitória possível. 

<12h>

Já se houveram passado duas horas quando a Catarina decide dar sinais de vida novamente, ao irromper pela porta principal dizendo a seguinte barbaridade:

"Precisamos de nos aventurar mais malta!" atenta ela contra nós "E já sei exatamente o que vamos fazer!".

E nós, alminhas santas e puras (cof cof), sem saber a resposta que nos aguardava, respondemos "O quê O_o??" Pois é... A curiosidade matou o gato, e neste caso, matou-nos os dias de descanso que tínhamos pela frente.