Capítulo 07

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—O que você está fazendo aqui? —Dan foi o primeiro a falar alguma coisa para o moreno cacheado que havia chegado.

—Tive vontade de ver minha tia, e você, veio apresentar a namorada?

Agora ambos estavam olhando para mim, que já estava envergonhada.

—Anna é apenas minha amiga, não que isso seja da sua conta. —Dan respondeu cruzando os braços. 

—Hmm, Anna, muito prazer em conhece-la, pode me chamar de Dillon. —Ele falou se aproximando.

Apenas dei um sorriso limitado.

Depois que entramos, todos sentamos a mesa, Dillon não parava de falar e Lucy parecia feliz em vê-lo, ao contrário de Dan.

—Mas sério, gente não se vê há muito tempo, você sumiu. —Dillon falou olhando para Dan.

—Tentei né, mas você me achou. —Ele respondeu.

Olhei para Lucy, que apenas deu uma risadinha, como se fosse completamente normal.

—Não se preocupe, Anna, eles costumam se alfinetar assim, mas é coisa deles, tenho certeza que estão felizes em se ver. —Lucy falou, ao notar minha reação com as palavras que trocaram durantes horas.

—É verdade, Dan adora se comportar como um cavalo, mas todos sabemos que na verdade ele me ama. —Dillon falou depois de dar uma última garfada na lasanha. —Mas e você, mal falou durante esse tempo, está solteira?

—Sim, você está? —Respondi.

—Claro, disponível também.  —Ele deu uma piscada.

Olhei para Dan que ainda estava com os braços cruzados e a cara fechada, olhando para o lado, e sua mãe não fazia nada além de rir discretamente.

Então Lucy levantou ao ver que todos tinham acabado de comer, exceto o tatuado emburrado, que tinha comido apenas metade, ele deveria odiar muito o seu primo para perder o apetite.

Quando Lucy começou a tirar os pratos da mesa para leva-los a cozinha, também levantei para ajuda-la, mas ela recusou minha ajuda dizendo que não queria que eu me incomodasse, mesmo assim a segui até a cozinha, eu é que não queria ficar no meio daqueles dois.

Ela estava lavando a louça, então me posicionei do outro lado para secar.

—Você sempre morou sozinha? —Perguntei tentando puxar assunto.

—Sim, desde quando comecei a morar aqui, mas os animais e alguns outros fazendeiros próximos que conheci não me deixam me sentir tão sozinha.

—Eu gosto daqui, meus pulmões agradecem pelo ar puro.

—E eu gosto de ter você aqui, você parece ser uma pessoa de bom coração, e de fato deve ser, já que meu filho te trouxe.  —Ela sorriu para mim enquanto falava. —Meu filho nunca gostou tanto de alguém o suficiente para apresenta-lo a mim.

Me senti importante por ouvi o que Lucy acabava de dizer, apesar de já saber que era importante para Dan, ouvir isso nunca era demais.

Depois conversamos um pouco mais, ela contou sobre os poucos casos que teve e não deram certo e sobre a relação complicada que teve com Richard, pai de Dan.

Então assim que terminamos, Lucy foi para a cama dormir e me deixou sozinha com Dan e seu primo, tive a leve sensação de que não seria muito agradável.
Estávamos na sala e a tv estava ligada, com as luzes apagadas, e eu no meio dos dois, decidi ficar em silêncio.

—Sabe, eu acho que já te vi em algum lugar. —Dillon falou de repente.

—Eu? Onde? —Falei voltando minha atenção para o mesmo.

—Nos meus sonhos.

Sorri tentando parecer impressionada, mas a verdade é que a cantada era extremamente clichê.

Mas não parou por aí, depois daquela cantada, vieram outras acompanhadas de elogios e tentativas de sedução, as quais não estavam dando certo, porque só me deixou desconfortável.

Dillon era muito bonito, mas sua conversa não me deixava afim dele nem nada do tipo, na verdade fez parecer que ele era muito babaca.

Depois de algumas horas, eu já estava cansada e com sono, então olhei para trás procurando meu refúgio, também conhecido como Dan, mas ele não estava mais lá.

Levantei rápidamente assim que notei a ausência de meu amigo, não era de seu feitio sair assim sem avisos, não comigo.

—Vai sair? A conversa estava tão boa e… produtiva. —Dillon fala dando um sorriso.

—Sim, tô cansada, acho que vou dormir. —Menti, na verdade eu só queria sair dali.

—Quer que eu te acompanhe?  —Ele começou a levantar.

—Não, tenho certeza que não vou me perder dentro de casa. —Falei entrando no corredor, sem lhe dar tempo de dizer mais nada, eu já estava sem paciência, e com sono.

Entrei no segundo quarto, que no caso era o de Dan, sua mãe sempre reservou o quarto para quando seu filho fosse lhe visitar, claro que tinham outros quartos de visitas, mas nem a pau que eu iria dormir sozinha, sabendo que tinha meu amigo para fazer companhia.

Assim que entrei no quarto, o encontrei deitado na cama com os olhos fechados e fones nos ouvidos, a música tocava tão alto que de longe eu conseguia ouvir.

Fechei a porta e me aproximei dele, passei a mão em seus cabelos lentamente, eu sabia que ele adorava um carinho, apesar de nunca assumir.

Ele abriu os olhos e tirou o fone dos ouvidos.

—Quando você veio para cá? —Perguntei

—Faz tempo, quis dar mais privacidade para meu "querido" primo te passar as cantadas. —Ele falou com a cara fechada.

Sorri ao notar sua reação.

—Ai, não acredito que você tá com ciúmes do seu primo.

—Eu? Claro que não, não tem nada a ver, você tá viajando. —Ele olhou para o lado. —Vocês pareciam ter se gostado tanto, por que não ficou lá conversando com ele?

—Porque a conversa dele me dá sono. É isso. —Falei ainda sentindo meus olhos pesados de cansaço. —Vim dormir com você, bad-boy.

Ele ergueu uma das sobrancelhas.

—Bad-boy?

—Sim, bad-boy, mal humorado e agora ciumento. —Falei deitando na cama ao seu lado e me cobrindo com o lençol até a cintura. —Mesmo você sendo chato, eu te amo.

Me aproximei deitando a cabeça em seu peito e ele correspondeu me abraçando e com o outro braço, apertou o botão do interruptor e apagou a luz.

Não demorou muito para que eu começasse a cair no sono nos braços dele, esquecendo totalmente da cena e de tudo o que houve de estranho antes, afinal, ainda seríamos melhores amigos e eu não pretendia mudar isso.

Antes de adormecer totalmente o ouvi sussurrar.

Também te amo.

PODE ME CHAMAR DE VELAOnde histórias criam vida. Descubra agora