Meu pequeno lobo.

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Narrador, on;


- Ah! Fala sério, mãe! Sabia que todos os meus amigos, coisas e VIDA estavam no Canadá?! - Disse Edward, gritando enfurecido com sua mãe, que apenas apoiava uma mão no rosto. Chorando.

- Filho... Eu sei que está com raiva, mas...

- Mas nada! Eu odeio essa casa! Odeio essa cidade! E eu acho que te odeio também!- Dito isso, o rapaz saiu da casa, batendo ferozmente a porta logo em seguida.

Não deixou de escutar os soluços de sua amada mãe, mas pouco se importou. Estava com raiva, precisava relaxar.

Atravessou a rua sem nem olhar para os lados, indo em direção a floresta que se encontrava na frente de sua casa. Não pensava em se matar, ou algo assim, não tinha coragem para isso. Só queria que um animal selvagem fizesse o serviço.

Adentrou a mata densa até se perder, sentou-se em um tronco que estava caído no chão e abraçou seus joelhos, enfiando o rosto entre eles e desabando em lágrimas. Lembrando de toda a vida que tinha deixado para trás no Canadá.

Se passaram algumas horas e a noite caiu sobre o rapaz, a única iluminação que tinha era a luz da grande lua que dançava sobre as árvores, rodeada de estrelas que piscavam em sintonia, no ritmo dos sons de corujas, cervos e os tão temidos lobos.

- Droga... -Edward lamentou, levantando do tronco e começando a andar.

O menino atravessou a mata, pulou sobre troncos, se arranhou em espinhos pontiagudos, e tudo que conseguira foi se perder mais. Decidiu então passar a noite na floresta, achou alguns gravetos secos e tentou acender uma fogueira esfregando os dois. Mas não teve sucesso.

- ...Merda!

Edward sentou novamente.

- Tudo o que eu quero é uma vida normal! Por quê eu sou o único idiota da família que não consegue ser feliz?! Porra!

O garoto agarrou uma pedra. Por impulso. A arremessando para uma direção aleatória da floresta, após alguns segundos, inesperadamente, a pedra retornou e acertou o braço de Ed com uma força extrema, o fazendo cair e acariciar o braço logo em seguida.

Então ele se levantou, pegou um grande galho de árvore que estava ao seu lado no chão e o agarrou com força. Se alguém devolveu a pedra que ele tinha arremessado, significa que esse alguém também está com raiva. E o pior. Significa que tem alguém além de Edward naquela floresta.

- Tem alguém aí?! Apareça! -Gritava na direção que a pedra havia sido lançada.

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Edward, on;

Logo um

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Logo um... Cão? Saiu da mata, o animal era de grande porte. Porém, um pouco menor que um dog alemão e bem peludo. Ele se aproximou de mim com a cauda espessa entre as pernas. Estava tão assustado quanto eu, que caí para trás com medo do animal.

O bicho parou alguns metros a minha frente, me encarando com a cabeça baixa.

- B-Bom menino.- Gaguejei com medo, me levantando.

Ele não parecia com fome, também não parecia estar bem, na verdade, parecia estar perdido, assim como eu.

Fui me aproximando lentamente do cão, ele dava passos assustados para trás, como se eu fosse de alguma forma, machucá-lo.

Estiquei minha mão e consegui acariciar sua cabeça. Ele se relaxou por um instante, balançando sua cauda, mesmo ela estando entre as pernas.

- Está perdido, também? -Sussurro para o cão, que parece me entender.- Não se preocupe, você e eu somos amigos agora, não é?

O lobo finalmente tirou a cauda de entre as pernas, a balançando na minha frente.

Bem, acho que ele me entendeu, mesmo eu não sabendo como.

Depois de um tempo, alguns policiais, juntamente com minha mãe encontraram eu e o Alpha... Sim, eu dei um nome para ele, na floresta. Depois de uma bronca pesada, fomos de volta para casa.

Acho que minha mãe só percebeu que eu estava com um cachorro de quase 1 metro de altura quando entramos lá.

Ela encarou o Alpha com um olhar de negação, apoiando uma das mãos na bochecha e olhando para mim, em seguida.

- Não, não e não.- Falou em um tom firme.

Acariciei a cabeça do animal, que grunhiu em resposta.

- Mãe... Me desculpe ter saído daquele jeito, foi culpa de toda a pressão da mudança... -Comecei o meu discurso chantagista.- Mas... Se esse cachorro não tivesse me achado naquela floresta... Eu poderia estar morto! Ele salvou a minha vida, tudo que eu posso fazer é deixar ele passar pelo menos essa noite aqui!

Lágrimas falsas ameaçavam escorrer de meus olhos, minha mãe soltou um longo suspiro e me fitou por alguns minutos, depois do silêncio, ela concordou com a cabeça.

- Mas só se prometer se responsabilizar por todas as necessidades dele... Cuidar de um animal não é fácil, e...- A cortei.

- Eu sei mãe, obrigado por me deixar ficar com o Alpha!- Dei um beijo em sua bochecha e subi para o quarto, acompanhado do cão.

Meu quarto estava uma bagunça, são exatamente 22:00 da noite, então ninguém vai me fazer arrumar isso.

Me sentei na cama, esticando os braços e me alongando. O Alpha ficou sentado na porta, me encarando de forma curiosa. O chamei para perto e então ele subiu no meu colo, jogando seu peso em mim e me fazendo deitar e acariciá-lo. De onde será que ele vem? Isso é um mistério...

Peguei meu celular em uma mochila na cômoda ao lado da cama e liguei o wi-fi, nenhuma mensagem.

Como assim não tem nenhuma única mensagem? Nem mesmo um "oi", ou um "como vai a mudança?". Parece que realmente eles não se importam.

Lancei meu celular no outro canto da cama, coloquei meus braços em volta do grande cão e o abracei, o puxando para perto e afundando meu rosto em seu pêlo.

- Ninguém se importa...- O abracei mais um pouco.

Ele não rosnou ou deu a intenção de sair. Apenas ficou parado, com seus pelos enxugando minhas lágrimas.

Foi assim que eu adormeci naquela noite, abraçado com aquela bola de pêlos enorme.

Se passaram 9 horas depois daquilo. O céu estava radiante, o sol tocava minha pele, me despertando.

Ainda podia sentir a cabeça do Alpha em minha barriga, enfiei minhas mãos em seus pelos e comecei a acariciar sua cabeça.

- Bom dia... -Falei, sem esperar resposta.

- Hmm... Bom dia... -Ouvi uma voz fria e macia me responder.

Meu corpo se gelou nessa hora, parei de acariciar quem quer que seja e me afastei, olhando para o garoto estava abraçado em mim.

Ele tinha cabelos castanhos extremamente escuros, assim como os pelos do Alpha.

Olhos grandes e vermelhos, assim como os... Do Alpha?

E estava completamente nu.

Eu joguei ele para longe e me levantei, encarando o garoto com uma face completamente assustada e envergonhada.

Eu reconheceria esses olhos lindos em qualquer lugar, meu pequeno lobo de olhos hipnotizantes.
Não fazia sentido algum, mas mesmo assim, meus instintos me pressionavam para perguntar.

- A-Alpha?

Meu Pequeno Lobo.Onde histórias criam vida. Descubra agora