Capítulo 8

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Rose

Na manhã seguinte, após despertar, me levanto e faço minha higiene diária. Após alguns instantes, uma enfermeira muito simpática entra dizendo:
— Bom dia senhorita Mazur, trouxe seu café da manhã.
— Bom dia — digo sorrindo — Muito obrigada!

Não é uma novidade dizer que as refeições de hospitais não são maravilhosas, mas depois de passar dias em um cativeiro, a comida do hospital enche-me os olhos, ou melhor, me faz salivar de fome. Além do mais, preciso me fortalecer. Desde aqueles dias tenebrosos, decidi que preciso ser mais forte se não quiser me tornar uma garotinha indefesa, e nada melhor do que começar enchendo a barriga não é mesmo?!' — nada como preparar o corpo para novas atividades físicas.

Ouço uma batida na porta. Meu pai entra no quarto acompanhado pelo Dr. Richard.
— Bom dia minha filha.
— Bom dia pai! — digo com um sorriso no rosto, sabendo que logo terei alta.
— Bom dia senhorita Mazur — disse o médico — Como se sente esta manhã?
—Bom dia Doutor! Me sinto bem, apesar dos pesares. — Digo, vendo os hematomas em meus pulsos, e os curativos em meus cotovelos, braços e joelhos — Ansiosa para ir pra casa!
— Em alguns dias, ou, no mais tardar em algumas semanas, seus hematomas sumirão por completo e, fazendo diariamente as trocas dos curativos, logo estarão cicatrizados— diz ele educadamente — Sentiu algum desconforto durante à noite?
— Não, inacreditavelmente não senti nenhuma dor.
— Isso é bom! Sendo assim, não vejo porque não te dar alta. — Diz ele com um sorriso simpático — Eu vou assinar a papelada de sua alta e, se o Senhor Mazur puder me acompanhar — diz ele voltando- se para o meu pai— preciso que assine o necessário como responsável da paciente, em seguida poderá levá-la para casa.
— Obrigado(a) Dr. Richard! — Dizemos juntos em uníssono.
— Rose querida, acompanharei o Dr. Richard, enquanto isso, vista-se e arrume suas coisas. Te esperarei no saguão.
—Ok pai, em 10 minutos estarei pronta— digo feliz em poder ir para casa.

Pronta, saio do quarto esbarrando — por acidente — em alguém.

— Desculpe senhor! — digo rapidamente.

Ao encontrar os seus olhos, meu coração acelera e sinto meu rosto corar. Pisco, desviando o olhar rapidamente.

— Bom dia senhorita Mazur! Desculpe  por isso, não quis assustá-la — disse ele com um olhar  um tanto quanto enigmático, porém hipnotizante.
— Ahn... Bom dia Dimitri! — digo sem jeito — Eu já lhe disse que não precisamos de formalidades, pode me chamar de Rose — sinto um sorriso estampar meu rosto involuntariamente e coro!
— Como se sente... Rose? — diz ele com o mesmo olhar.
— Me sinto muito melhor sabendo que já posso ir para casa. E você, como passou esta última noite?
— Bem, obrigado— disse ele vago.
Então seguimos para o saguão onde meu pai já nos esperava.
Chegando em casa, avisto minha mãe próximo a porta de entrada e logo corro para abraça-lá.
— Rose! Que bom que esta em casa, como está se sentindo querida?
— Estou bem mamãe! — digo, me soltando de seu abraço apertado — É bom estar em casa. — sorriu — Bem, se vocês me dão licença, eu vou me retirar, gostaria de tomar um bom banho quente e descansar.
— Claro querida— diz minha mãe — mais tarde levarei um chá para você.

ლ Ibrahim Mazur 

— Dimitri, por favor, queira me acompanhar por uns instantes, precisamos conversar. — Digo

— Claro, Sr. Mazur!

Seguimos para o escritório, onde pedi para que Dimitri se sentasse.

— Dimitri, o motivo para termos essa conversa, se deve há um pedido especial feito pela minha filha, ao qual eu pretendo cumprir.
— Perdão, senhor?! — diz ele, nitidamente confuso— Prossiga, por favor!
— Minha filha foi bastante cuidadosa e na verdade, bem determinada eu diria. Ela pediu- me que o contrate efetivamente como o seu segurança. Então, o que me diz Dimitri — digo— Aceita essa proposta?
— Com todo respeito senhor, achei que dispensaria os meus serviços como segurança de sua filha, visto o ocorrido em meu período de trabalho.
— Confesso Dimitri, que não fiquei confortável com essa situação. Contudo, Rose me fez enxergar que você não teve culpa, na verdade, foi mais uma das vítimas. Queira me desculpar.
— Por favor, Sr. Mazur, o senhor não me deve desculpas.
— Então por favor, aceite o pedido de Rose!
Ele assenti com a cabeça.
— Você se mudará para cá e ficará com o quarto de hóspedes, me sentirei  mais confortável sabendo que estará por perto quando não estivermos em casa. Não quero que essa situação volte a se repetir, entretanto, creio que Jess não voltará a incomodar minha filha. — Digo, pensativo.
— Compreendo. Obrigado Sr. Mazur.
— Tire o dia de folga para resolver os seus assuntos particulares e sua mudança para esta casa. Volte amanhã pela manhã, por volta das 8h. — completo.
—Obrigado Senhor! Amanhã pela manhã assumirei minhas responsabilidades, se me der licença, até breve Sr. Mazur.
— Até breve Dimitri!

ღ Dimitri 

Saindo do escritório, me despedi cordialmente da Sra. Mazur— uma mulher adorável — e segui para meu apartamento alugado há pouco tempo.
Informei ao síndico sobre minha nova situação, e que sairia do apartamento pela manhã. O mesmo, disse-me que não haveria problemas, visto que eu já havia pago pelo mês.
Entrei em meu apartamento, seguindo para um banho rápido. Ao me deitar, havia algo que não saia de minha mente, foi o jeito como ele disse " entretanto, creio que Jess não voltará a incomodar minha filha". Lembro que naquele dia, ao sair com Rose em meus braços, o Sr. Mazur disse que tinha assuntos inacabados com Jess, e desde o fatídico, não o mais mencionou, até esta manhã.
Intrigado, dormi por algumas horas, levantando- me em seguida para providenciar o necessário para a mudança.

"E pensar que estarei mais próximo dela a cada dia faz um arrepio passar pela minha espinha... Rose, que poder tem sobre mim?"

Rose

Durante o jantar, soltei:
— Pai, onde está o Dimitri?
Ele me olha curioso e cauteloso  diz serenamente — Dei o dia de folga a ele , visto que terá que se organizar.
— Então... o senhor quer dizer que pensou no meu pedido? — Digo, tentando evitar o sorriso no meu rosto.
— Que pedido? — pergunta minha mãe.
— O pedido que fiz ao papai, sobre contratar Dimitri como meu segurança efetivo.— respondo tentando não transparecer minha felicidade ao deduzir que meu pedido foi aceito. — O que você quis dizer com " se organizar " pai?
— Respondendo sua primeira pergunta Rose, sim, eu pensei muito sobre seu pedido e devido ao ocorrido recentemente, sua segurança é prioridade nesse momento. Completando, dei um tempo para que Dimitri pudesse resolver seus assuntos particulares, tendo  em vista que ele se mudasse para essa casa.
" Tendo em vista que ele se mudasse para essa casa"— essas palavras... será que as ouvi corretamente?
— Amanhã pela manhã, ele será acomodado em um dos quartos de hóspedes. — continuou meu pai, tirando-me por um breve momento de meus pensamentos. — Como seu segurança particular, ele passará muito tempo ao seu lado e visto que eu e a sua mãe temos viagens a negócios, me sinto mais confortável sabendo que você estará segura com Dimitri aqui.
— Obrigada pai!!! —Digo, ainda tentando assimilar aquela informação... informação esta que fez meus pensamentos divagarem por alguns instantes.
— De nada minha garotinha!
—Pai! Eu já não sou mais uma garotinha! — Digo, sorrindo.
— Eu sei disso Rose, mas para mim você sempre será minha linda garotinha! ♡
Aproveitei o resto da noite vendo TV e descansando um pouco mais, mas a verdade é que só conseguia pensar em Dimitri  morando aqui... nesta casa... tão próximo, porém tão distante...

" Será que ele sente o que eu sinto? O que eu sinto? "  Eu mesma não cheguei a essa resposta...

ღ Dimitri

Pela manhã, caminhei até a padaria que ficava a poucos quarteirões do meu— já antigo— prédio.
Quando voltei ao apartamento, encaixotei meus últimos pertences, lancei a mochila nas costas e desci para recepção, deixando as chaves com o síndico que se despediu gentil e educadamente.

" Agora não tem mais volta... O que será  que ela pensa de mim?" — penso e parto para a residência dos Mazurs.


Mais um capítulo novo para vocês!

Espero que vocês gostem ♡

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