Capítulo 19

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Rose

Não me lembro ao certo, como cheguei ao meu quarto. Pequenos fragmentos de uma noite — ora perfeita, ora arruinada — passavam em minha mente.

Acordo com uma forte dor de cabeça, nunca fui muito forte para bebidas porém, aguentar aquela ceninha entre Dimitri e "Carmela" — sóbria — não dera muito certo.

"Que pesadelo!" — pensei, desejando passar o dia todo trancada no quarto. Não estava interessada em saber de "Carmela" tão cedo, quanto mais ver a cara de insatisfação de papai durante o café da manhã.

Ao me lembrar da noite anterior, haviam somente duas coisas que se encaixavam perfeitamente a situação — 1ª - "Era bom demais para ser verdade" e 2ª - "Foi bom enquanto durou!"

Em meio há tantos pensamentos e sensações, ora de alegria, ora de raiva e frustrações, uma coisa martelava incessantemente em minha mente. Fora um sonho ou eu realmente ouvi Dimitri proferir aquelas palavras tão significativas?

Antes que eu pudesse chegar a uma conclusão, ouço pequenas batidas na porta, achei que pudesse ser mamãe, insistindo para que eu descesse para o café, contudo, me vi observando aquele que fisgara meu coração.

— Bom dia Roza, espero não ter te acordado! — disse Dimitri se aproximando da cama.

— Bom dia Dimitri! — digo sem muita emoção, me sentia frustrada e envergonhada pelo final da noite anterior — Não se preocupe, eu já estava acordada!

— Como se sente? — disse ele sentando-se ao meu lado.

— A verdade? — digo.

— A verdade! — ele respondeu com um leve sorriso aos lábios, me fazendo quase esquecer de tudo o que acontecera na noite anterior.

— Me sinto... péssima! Digamos que não estou muito disposta hoje e, prefiro passar o dia no quarto. — digo, tentando ao máximo não entrar em uma desagradável 'conversa'.

— O que você esta sentindo é mais conhecido como "ressaca" — disse ele rindo, enquanto afagava uma de minhas mãos.

"Que riso encantador ele tinha! Tão perfeito!"

— Não zombe de mim Belikov! — digo num tom sério, porém acabo não contendo o riso — Deve ser mesmo! Ressaca! Quem diria Rose, quem diria! — digo, mais para mim do que para ele.

— Minha pequena Roza, não deveria beber exageradamente, poderia não ser eu a te "salvar" de uma noite desmaiada no próprio vómito! — diz ele, ainda num tom brincalhão.

Nunca havia de fato, visto esse lado brincalhão e zombeteiro de Dimitri em tantos meses de convívio. A cada dia uma nova descoberta e um sentimento crescente que não se cansava de aflorar!

— Você não seria 'você', se não salvasse pobre garotas indefesas! — digo sorrindo — Hey, poderia me fazer uma gentileza?

— Quantas você precisar, minha pobre garota indefesa! — diz ele depositando um singelo beijo no topo de minha cabeça.

— Poderia chamar minha mãe? Diga-lhe que preciso conversar com ela.

— Esta tudo bem Roza? — ele pergunta parecendo preocupado.

— Sim, só não estou disposta o suficiente para sair do quarto. Poderia chamá-la?

— Claro! — diz ele se levantando — Eu estava mesmo "ansioso" para tomar café – sozinho – com o seu pai! — ele ri, chegando a porta.

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