Capítulo 27 - Lissa

332 36 41
                                    

Passar os sábados com Rose sempre era reconfortante e prazeroso. Considerávamos esse dia, o dia das garotas, dia de não fazer absolutamente nada que não fosse "coisas de garotas"! 

Pessoas que fazem dieta geralmente tem um dia do 'lixo', obviamente não podemos comparar nossa amizade com uma dieta, — riu de mim mesma com essa analogia — mas com certeza esse era nosso dia, recheado com os diversos cupcakes de Tia Jane, dentre muitas outras maravilhas que ela preparava!

Contudo, depois de um dia adorável e resistindo a carinha pidona de minha amiga ao querer que eu pernoitasse em sua casa, precisava voltar para minha própria residência, visto que eu e meus pais partiríamos para Brighton bem cedinho.

Esse era nosso hobby de família, curtas ou longas viagens, pequenos passeios, nada importava, o tempo de permanência ou a hora do retorno, esses eram nossos momentos felizes, as memórias que criamos juntos!

Brighton...

Acordamos bem cedo para melhor aproveitarmos nosso dia. A viagem de Londres à Brighton fora curta — cerca de 1h30 — porém foi de fato revigorante! Brighton sem dúvidas é minha cidade litorânea favorita! Há tempos não vínhamos e tudo o que eu pensava era em meu lugar favorito, o icónico Brighton Pier! Quando criança, passava horas a fora admirando a paisagem e obviamente deslumbrada com os brinquedos.

Chegando a cidade seguimos para North Laines, recheadas de varias lojinhas fofas e cafés que eu e mamãe adorávamos.

Decidimos almoçar em um restaurante mediterrâneo, muito bem falado na cidade, o "Sea breeze - Mediterranean restaurant". O que eu não poderia imaginar era que nesse local eu encontraria aquele que me fizera perder o ar e que me fizera, até mesmo, esquecer de como respirar. Seu nome... Christian Ozera!

Christian Ozera era um lindo jovem, de cabelos castanhos acobreados, olhos claros, pele reluzente que aparentava estar no auge de seus 24 anos. Sua beleza única chamara minha atenção assim que nossos olhares se cruzaram ao adentrar naquele charmoso restaurante! Contudo, a mesma intensidade que havia me atingido ao vê-lo, me fazia teme-lo por algum motivo desconhecido.

Não tardar, ao nos acomodarmos a mesa, fomos informados pelo garçom que seriamos atendidos pelo próprio dono, o que para nós foi uma surpresa. "Porque o dono nos atenderia pessoalmente?"

— Woh meu caro rapaz, nos sentimos honrados mas não vejo motivos, é nobre da parte de seu superior mas acredite não somos da realeza — disse meu pai num tom brincalhão — Poderia nos apresentar o cardápio?

O jovem garçom, assim como eu, achara graça no comentário de meu pai, contendo o riso e estendendo o cardápio atenta e rapidamente.

— Como desejar senhor! — disse ele — O senhor tem preferência para bebidas? Ou deseja indicação da casa?

— Brian, eu assumo daqui! — ouço de repente, me fazendo tirar os olhos do cardápio, levando-os em direção aquela voz rouca, predominante e sedutora.

Era ELE! Custava a acreditar que alguém tão jovem era dono de um restaurante tão prestigiado. Perguntava-me quantas cantadas ele recebia ao dia, ou quanto charme ele costumava jogar em garotas tolas e inocentes.

— Woh sim, Sr. Ozera, devo me retirar? — dizia o garçom, enquanto aquele jovem, indecifrável e um tanto cínico observava-nos a mesa.

— Fique Brian e anote os pedidos, eu apresentarei nossas especialidades e se me permitem, indicarei os melhores pratos e nossos melhores acompanhamentos! — ouço o dizer e por um segundo sinto seus olhos cravarem em mim.

Our lifeOnde histórias criam vida. Descubra agora