v i n t e e d o i s

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Adrian

Nós ganhamos o jogo da temporada, e isso não significa apenas a vitória. Significa meu futuro. Mais um passo para o que eu vou me tornar daqui pra frente.

Durante os treinos para esse jogo, percebi que já estava com um caminho praticamente traçado para entrar no mundo do basquete, e que não me via fazendo outra coisa. Porém a única pessoa que me impedia disso estava na minha frente. Soltei Chloe no chão e a mantive do meu lado enquanto encarávamos meu pai.

— O que é isso? Quem é essa garota, Adrian? — Sua voz está alta e furiosa.

— Não é essa garota. É Chloe, minha namorada. — Ele saberia uma hora ou outra, então o mais fácil seria tirar de uma vez o band-aid.

— Namorada? Uma líder de torcida? Você sabe muito bem que isso só atrapalha a sua carreira que eu levei anos investindo, para chegar agora, você me arranjar problemas.

— Chloe não é um problema, pai. Eu a amo, e não será você que vai impedir isso. — Ele tinha passado dos limites. Chloe estava do meu lado apenas observando tudo. Seu rosto era impassível, apenas ouvindo e não discutindo.

— Adrian , acho melhor você conversar com o seu pai. Vou me trocar com as meninas. — Ela se aproximou do meu rosto e me deu um beijo rápido, mas antes que se afastasse, segurei seu braço.

— Não. Você fica, e ele vai. Eu não tenho nada para conversar com ele.

— Sim, vocês tem. Não quero ser a causa de um desentendimento entre vocês. Vejo você segunda. E não se esqueça, você foi incrível hoje. Te amo. — Com mais um beijo, ela correu para a porta do ginásio.

— O que você quer? — pergunto com o maxilar apertado.

— Essa garota...

— Chloe. — o interrompo.

— Ela, vai te prejudicar.

— Me prejudicar? — aquilo foi o que eu precisava para perder a razão de vez — A Chloe não me prejudica. Há apenas uma coisa que me prejudica e você é orgulhoso demais pra perceber. Ela me faz bem, melhor do que qualquer momento da minha vida. Então, não me venha com essa de que me conhece e sabe o que é melhor pra mim porque você não sabe. — Não dou tempo de ele falar, e saio da quadra.

Aquela conversa tinha me irritado mais do que o normal, e estava furioso.

Como ele pôde simplesmente aparecer dando palpites na minha vida? Como se não bastasse ter o meu futuro na palma da mão, ele queria decidir o meu presente também?

Não. Eu não deixaria.

Agora eu tinha a Chloe, e ela era tudo o que eu precisava.

Ando pelo corredor procurando sinais dela, mas não a encontro. Por fim, penso que ela já foi pra casa ou está se arrumando, e que seria melhor falar com ela mais tarde ou nos vermos segunda na escola. Simon aparece no meu campo de visão, animado.

— Cara, que jogo foi esse? Nós conseguimos deter os merdas dos Rover! Isso pede comemoração.

— Não tô com cabeça pra isso agora, Simon, mas valeu. — dou um passo para a frente, mas ele me impede.

— Ei, nada disso. Você sempre ia com a gente, não vai ser agora que você vai amarelar.

— Eu...

— Você vai.

Sabia que Simon insistia até o fim, ou me arrastaria pela orelha até essa maldita festa. Sempre que ganhamos algum jogo, comemoramos na casa de um dos jogadores. Não sabia em quem seria hoje, mas pretendia ficar pouco tempo.

ENTRELINHASOnde histórias criam vida. Descubra agora