Adrian
Nós ganhamos o jogo da temporada, e isso não significa apenas a vitória. Significa meu futuro. Mais um passo para o que eu vou me tornar daqui pra frente.
Durante os treinos para esse jogo, percebi que já estava com um caminho praticamente traçado para entrar no mundo do basquete, e que não me via fazendo outra coisa. Porém a única pessoa que me impedia disso estava na minha frente. Soltei Chloe no chão e a mantive do meu lado enquanto encarávamos meu pai.
— O que é isso? Quem é essa garota, Adrian? — Sua voz está alta e furiosa.
— Não é essa garota. É Chloe, minha namorada. — Ele saberia uma hora ou outra, então o mais fácil seria tirar de uma vez o band-aid.
— Namorada? Uma líder de torcida? Você sabe muito bem que isso só atrapalha a sua carreira que eu levei anos investindo, para chegar agora, você me arranjar problemas.
— Chloe não é um problema, pai. Eu a amo, e não será você que vai impedir isso. — Ele tinha passado dos limites. Chloe estava do meu lado apenas observando tudo. Seu rosto era impassível, apenas ouvindo e não discutindo.
— Adrian , acho melhor você conversar com o seu pai. Vou me trocar com as meninas. — Ela se aproximou do meu rosto e me deu um beijo rápido, mas antes que se afastasse, segurei seu braço.
— Não. Você fica, e ele vai. Eu não tenho nada para conversar com ele.
— Sim, vocês tem. Não quero ser a causa de um desentendimento entre vocês. Vejo você segunda. E não se esqueça, você foi incrível hoje. Te amo. — Com mais um beijo, ela correu para a porta do ginásio.
— O que você quer? — pergunto com o maxilar apertado.
— Essa garota...
— Chloe. — o interrompo.
— Ela, vai te prejudicar.
— Me prejudicar? — aquilo foi o que eu precisava para perder a razão de vez — A Chloe não me prejudica. Há apenas uma coisa que me prejudica e você é orgulhoso demais pra perceber. Ela me faz bem, melhor do que qualquer momento da minha vida. Então, não me venha com essa de que me conhece e sabe o que é melhor pra mim porque você não sabe. — Não dou tempo de ele falar, e saio da quadra.
Aquela conversa tinha me irritado mais do que o normal, e estava furioso.
Como ele pôde simplesmente aparecer dando palpites na minha vida? Como se não bastasse ter o meu futuro na palma da mão, ele queria decidir o meu presente também?
Não. Eu não deixaria.
Agora eu tinha a Chloe, e ela era tudo o que eu precisava.
Ando pelo corredor procurando sinais dela, mas não a encontro. Por fim, penso que ela já foi pra casa ou está se arrumando, e que seria melhor falar com ela mais tarde ou nos vermos segunda na escola. Simon aparece no meu campo de visão, animado.
— Cara, que jogo foi esse? Nós conseguimos deter os merdas dos Rover! Isso pede comemoração.
— Não tô com cabeça pra isso agora, Simon, mas valeu. — dou um passo para a frente, mas ele me impede.
— Ei, nada disso. Você sempre ia com a gente, não vai ser agora que você vai amarelar.
— Eu...
— Você vai.
Sabia que Simon insistia até o fim, ou me arrastaria pela orelha até essa maldita festa. Sempre que ganhamos algum jogo, comemoramos na casa de um dos jogadores. Não sabia em quem seria hoje, mas pretendia ficar pouco tempo.
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ENTRELINHAS
Lãng mạnChloe Brown e Adrian Parker tem algo em comum. Os dois amam literatura. A biblioteca Libélula, é o refúgio preferido dos dois, e coincidentemente, onde se viram pela primeira vez. Adrian é jogador de basquete do colégio Wood High School, que fica n...