v i n t e e o i t o

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Chloe

- Ele é tão lindo... - Zoe diz - pela milésima vez durante a uma hora que estamos no seu quarto -, sobre o quão bonito o amigo de Adrian, Jonas, é. Realmente, seu jeito cômico e despojado por onde passa atrai o olhar feminino curioso, somado aos olhos azuis e rosto definido. Penso sempre que esses caras são um clichê ambulante. Muito difícil você encontrar em livros de romance, que o cara é um gordinho atraente. Guliver, que faz biologia comigo, é um exemplo. Sempre me perguntei se algum dia seriam capazes de romantizar pessoas reais. Não são em todos os casos que o cara parece ter saído de uma revista da playboy, e a garota diretamente do palco da Victoria's Secret. Entretanto, casos como esses acontecem. Absorvo a paixão clara na voz de Zoe, e analiso Adrian mentalmente.

Jogador de basquete da escola, bonito dentro dos padrões, rico e até pouco tempo, já tinha ficado com metade da escola.

Forço uma careta. Ele é realmente um clichê ambulante junto aos seus amigos.

Saio dos meus devaneios quando ouço a voz de Zoe.

- E sabe, até que juntando meus olhos azuis com os dele, talvez nosso filho seja...

- Para. - a interrompo. - Isso é ridículo, Zoe! Vocês nem nunca conversaram, e você já pensa nos filhos que vocês dois, hipoteticamente, vão ter? - rio - Isso é cômico.

- Ah, por favor, Chloe! Ele é incrível, tem a minha altura, joga no time, eu sou líder de torcida...

- E os dois vão viver um romance de Glee, onde vão sair cantando pelos corredores. Só o que me faltava.

- Para de ser pessimista. Eu só penso no futuro.

- E esquece o presente. - Completo.

Ela bufa, e volta a olhar as fotos de Jonas no perfil dele.

Olho a hora no celular e percebo que já são 17:53. Provavelmente Adrian já está chegando. Como se por destino ele soubesse que estava pensando nele, meu celular apita com uma mensagem sua.

Adrian: Cheguei.

Sorrio para a mensagem, e saio da cama de Zoe rapidamente.

- Já está indo? - pergunta.

- Sim, vejo você segunda. - Digo já saindo do quarto.

- Não esqueça a camisinha! - ela grita de longe, e eu rapidamente coro. Não pensei que Adrian poderia planejar algo nesse sentido para nós dois. E rapidamente o nervosismo me domina.

Assim que o elevador chega ao térreo, desço as escadas que faltam para chegar ao portão, e vejo Adrian encostado no capô do carro. E que para completar a fantasia de bad boy, é um Jeep Renegade preto, que combina com sua jaqueta de couro.

Sorrio assim que paro na sua frente. Ele abre um sorriso de canto e me analisa de cima a baixo.

Estou com uma calça jeans escura um pouco rasgada, uma blusa branca, tênis e uma jaqueta preta, por estar um pouco frio. Não acho que esteja mal, mas o tempo que Adrian leva para analisar a minha roupa se torna desconfortante. Não sei se ele gostou ou se está pensando em como dizer que estou horrível.

- Você está... - ele quebra o silêncio mas com o olhar ainda em mim. Analisa meu rosto e fita os meus olhos - Perfeita.

Um suspiro de alívio me escapa.

- Obrigada, você também não está nada mal, se bem que...

Ele franze o cenho.

- Se bem o quê? - ele olha para as próprias roupas, e as analisa.

ENTRELINHASOnde histórias criam vida. Descubra agora