t r i n t a e d o i s

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Você sabe que é linda
Mas isso não é metade do tesouro de ouro em sua alma que você tem
Porque eu quero tudo
Com os dedos na minha boca, a fantasia de nós
Então, por favor, não me deixe cair
Então, por favor, não me deixe cair
— Beige - Yoke Lore

Adrian

Não ouço mais nada, a música animada da festa já foi interrompida desde que cheguei a conclusão de que Chloe e Thomáz, de fato, não estavam em lugar algum. Olhei no meu quarto, banheiros, cozinha, entrada da casa e os jardins. Fui em todos os malditos cômodos da casa e não achei Chloe. No meio do caminho, Julia me parou e perguntou se eu tinha visto Thomáz. Foi nesse momento que meu sangue ferveu.

Seria coincidência demais.

Eu simplesmente surtei.

Gritei para todos, sem me importar quem seria o alvo, e imediatamente a música parou. Os convidados ficaram surpresos e assustados com a minha reação.

Eu não me importava.

O calor subiu pelo meu corpo conforme eu fazia milhares de conclusões na minha cabeça. Por que os dois sumiriam no mesmo momento? Ou Thomáz a obrigou a alguma coisa? Ou eles simplesmente decidiram se conhecer melhor?

Não. Isso seria impossível.

Eu já estava surtando, e fora de mim.

Quando o calor subiu pelas minhas costas, tirei o paletó, que já começava a me irritar. Peguei o celular do bolso e liguei para ela. Não atendia. Senti uma mão no meu ombro, meu pai, e sua voz baixa e repreensiva pedir para eu parar com aquilo.

Mas eu não podia.

Não quando o meu mundo está desabando sob os meus pés nesse momento.

Os motivos zumbiam na minha cabeça como a porra de abelhas agitadas. As razões pelas quais eles sumiram. Preferia acreditar que foi mera coincidência. Que ela não faria isso comigo.

Meu pai mais uma vez tocou meu ombro, dizendo alguma coisa como eu estar alterado e chamando a atenção até demais.

E foi nesse momento que eu gritei. Não aguentava essa pressão do meu pai. Não naquele momento.

E então uma voz já conhecida soou atrás de mim.

Thomáz.

Estamos aqui.

Estamos

No plural.

Meu corpo virou, sem meu consentimento. Eu simplesmente não queria que minhas conclusões fossem certas. A figura dos dois em meio às pessoas fez eu enxergar vermelho. E não melhorou quando meus olhos captaram a mão dele no ombro dela. Foi nesse momento que eu já não via mais nada ao meu redor, apenas a raiva. Estampada em todos os meus movimentos.

Não senti quando cerrei os punhos, apenas quando estava fazendo tanta força, que parecia ter rasgado a pele da minha palma. Eu não me importava. Eu só queria tirar a mão dele do ombro de Chloe.

Avancei na sua direção. O que apenas aumentou a minha raiva, porque como instinto, ele se postou na frente de Chloe, como se estivesse protegendo ela.

De mim.

Ela não precisava se proteger de mim.

Ou precisava?

Dor tomou meu peito como nunca antes.

E com esse sentimento, lancei meu punho direito em seu maxilar, o acertando. Escutei, de longe, os cochichos de espanto das pessoas e uma movimentação. Ouvi também a voz de Chloe pedindo para eu parar.

ENTRELINHASOnde histórias criam vida. Descubra agora