31ºCapitulo- POV Harry

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Os meus ouvidos são nada no meu sono e eu sou uma merda a saber se se passa alguma coisa se estou meio adormecido, mas um gemido e um palavrão tiram-me da minha inconsciência. Os meus olhos absorvem o quarto iluminado apenas pelas frestas dos estores, a cama está vazia para além do meu corpo, e o cheiro a café queimado anda pelo ar.

Esfrego os meus olhos enquanto ando para fora da cama e meto o meu cabelo no lugar. Abro a porta para ver uma Sophia com pequenas lágrimas nos cantos dos seus olhos.

-merda, o que foi?!- a minha sonolência a ir embora num abrir e fechar de olhos.

-eu queimei-me.- um beicinho nos seus lábios.

Quase riu da cara infantil dela, mas contenho-me avançando devagar até ela. Café a ferver está espalhado pelo chão, e um tabuleiro cheio de torradas posto em cima do balcão.

-que estavas a tentar fazer?- sorriu para ela, embora saiba.

-eu ia levar o pequeno-almoço para nós.- ela olha para mim.

-isso foi simpático, mas ambos sabemos que tu não és uma dona de casa nata.- riu, eu pego nela estilo noiva e vou até á casa de banho sentando-a na sanita e pescando o quite de primeiros socorros do armário.

-tu podes passar isso por água?- eu peço-lhe enquanto procuro a pomada para queimaduras.

Ela faz o que lhe peço e oiço alguns queixumes. Pego-lhe na mão e numa toalha e limpo a zona até ficar seca. Há uma bolha de água a formar-se, mas é mesmo muito pequena, pelo que não entro em pânico. Passo a pomada pela vermelhidão e ato uma ligadura entro o polegar e a mão.

-prontinha.- ponho a mão dela no seu colo e depois olho para a cara dela, as lágrimas nos cantos dos olhos desapareceram e não há vestígio de dor. Ela parece uma criança na maior parte das vezes, e deve ser por isso que sinto esta sensação de dever para com ela, ela é tão preciosa para mim, tão minha.

-eu quero beijo de bom dia.- ela volta a fazer beicinho.

-eu quero o meu pequeno-almoço.- Riu-me dela e dou-lhe um beijo casto e breve.

A Sophia está a estudar no quarto e depois de uma eternidade sem nada para fazer decido que preciso de dar um ok nos pagamentos do mês e de verificar como está a transação das ações da seguradora do meu pai.

Enquanto estou entretido posso evitar pensar demais nas coisas, se há algo que tenho vindo a aprender é que posso esconder bem as coisas dos outros, mas de alguma forma a Sophia passa a vida a descobrir o que se passa, sem eu mesmo querer, ela sempre sente que algo está mal. Posso dizer que há um certo encanto nisso, no facto de ela me conhecer tão bem como eu mesmo me conheço a mim.

A campainha toca tirando-me do meu transe e pouso o notbook na mesa da sala andando até lá na esperança de ser o Louis com uma boa notícia. A minha esperança cai quando vejo a amiga irrequieta da Soph a saltar com os seus saltos altos em cima do meu tapete persa, sem sequer dizer um bom dia.

-Bom dia...- eu franzo e olho para ela.

-oh olá Harry!- ela diz como se isto nem fosse a minha casa. Céus ela é uma cabra.

-devo preocupar-me em ter-te em minha casa, sem te ter dado a morada?- fecho a porta e sento-me no sofá pegando novamente no notbook.

-oh...posso sentar-me?- ela sorri-me. Agora ela pede, mas quando manchou o meu tapete persa nada....cabraaa.

-claro, e responde á minha pergunta.- a minha paciência e nervos a levar a minha boa educação ao meu limite.

Ela senta-se, um vestido curto e um casaco grande a cobrir a sua metade superior assim como os sapatos elegantes...ela está a levar a minha namorada a uma festa?

Vision 2 - PrisonersOnde histórias criam vida. Descubra agora