38ºCapitulo- POV Harry

38.9K 1.7K 172
                                    

O meu notbook está em cima do meu colo, enquanto a Soph dorme. A febre dela foi embora ontem, mas hoje ela ainda não acordou, são onze da manhã e a minha coragem de a acordar é zero, mesmo que eu não veja os olhos dela por muito tempo e isso quase seja parvo, porque caralho, estou com ela a toda a hora, eu tenho saudades dela a saltar e a correr pelo apartamento cedo.

Ela parece ainda mais pálida, olheiras nos seus olhos, e os lábios secos, mas meio que isso é uma boa desculpa para eu a beijar, mesmo com ela adormecida, eu fico contente com qualquer contacto e eu sei perfeitamente que se ela estiver acordada ela não vai deixar-me beija-la.

Como se eu me importasse em ficar doente por um beijo.

Faltam vinte minutos para o próximo comprimido. Saiu do quarto devagar, não sem antes olhar para ela, apenas ter a certeza de que ela está no lugar.

Os meus pés batem nas escadas de maneira enquanto a forma como ela acordou a noite passada, as suas mãos apertavam tanto a sua barriga, foi assustadora, a forma como eu cheguei ao quarto quando ela gritou, eu pensei que alguém estava lá, que alguém a estava a levar. Mas tudo o que vi a pequena meninas contorcida em agustia, suor no seu corpo, e merda de cada vez que eu vejo aquilo, de cada vez que eu vejo a maneira como ela se contorce nos seus estados inconscientes, em como ela é empurrada para ela mesma, nada disto encaixa na minha cabeça, porque ela? Não é como se eu não acreditasse nela, é no medo que eu sinto por ela, na maneira como eu a vi ter ataques, em como as coisas fazem o seu corpo tão frágil.

Abano a cabeça, os pensamentos a irem-se embora, e passo as mãos pela cara, eu não dormi porra nenhuma, eu queria ter a certeza de que eu estava lá se algum pesadelo voltasse, e talvez eu pudesse acorda-la antes que se tornasse tão grande.

Eu agarro o meu telemóvel e decido que se eu vou ligar ao pai dela, vai ser agora, eu não quero a Sophia a assistir, ela vai ficar nervosa, e sinceramente ela não precisa disso na vida dela agora, eu quero que esta porra de gripe se vá e deixe a minha menina viva outra vez, isso é tudo.

Após o quarto sinal a voz de Alex faz-se ouvir, eu lembro-me de ele ter sido excessivamente simpático quando lá estávamos, mas mesmo assim.

-Harry.- o seu tom não me deixa prever nada, e gostava de o ter á minha frente.

-Alex, como vai?- a minha voz sai forte enquanto me sento no sofá.

-não tão bem como gostaria, visto que alguém está a tentar tomar posse da minha filha.- um rugido, era o que eu chamaria aquilo.

-eu não o vejo dessa forma, na verdade acho que ambos tomamos posse um do outro, a sua filha é esperta, ela não viria comigo senão soubesse que sou capaz de tomar conta dela.

-sabe o que me irrita Harry? O facto de ela nos ter deixado para ir estudar para ai porque queria ser ela a tomar conta dela, mas agora você está a fazê-lo por mim, e quer saber? Eu estou a um pequeno passo de a tirar dai.

-isso não será necessário, ela não está mais na universidade.- eu cuspo.

A linha fica morta por alguns momentos, nada de bom pode vir daqui, mas eu preciso dele para assinar os papeis, para a Sophia estar autorizada completamente a sair.

-isto é uma brincadeira?- ele pergunta curto, e decido que tenho de lhe contar alguma verdade.

-um professor dela...ele tinha em sua posse várias fotografias da Sophia, em vários momentos, o que nos dá a entender que a perseguia, e sabe eu estou mesmo a tentar mante-la a salvo, então eu fiz o que precisei para tirar de lá o bastardo, e a ela. Eu vou arranjar uma nova universidade para ela em breve.

Se a linha estava morta antes, agora ela está definitivamente parada, enquanto eu oiço respiração irregular, isso lembra-me da Sophia lá em cima, e o seu maldito nariz entupido a impedi-la de respirar corretamente.

Vision 2 - PrisonersOnde histórias criam vida. Descubra agora