Quando acordo no dia seguinte, há um peso diferente sobre meu corpo. Esse peso emite um calor agradável e algo muito macio está tocando meu pescoço também. Bêbado pela letargia do sono, acabo ronronando e chegando mais perto do que quer que fosse aquilo, apreciando o sensorial agradável. Sequer abro meus olhos, apenas me remexo um pouco, o que desencadeia grunhidos baixos e uma intensificação do aperto ao meu redor.
Espera... Grunhidos?
Meu coração acelera e essa é a deixa para que a adrenalina ardente tome conta de cada parte de mim, fico petrificado e meus olhos mantém-se fechados agora não por letargia, mas por medo genuíno.
Como o zumbi invadiu a barraca? O imbecil do Jeon Jungkook a deixou aberta? Segundo ele, não haviam zumbis por aqui. Ele teria mentido sobre isso? Que raiva!
Eu não estava com a minha arma nem com a minha faca ao meu alcance, já que o desgraçado as tirou de mim enquanto dormia. Quando cheguei ao acampamento na noite anterior, caí no colchonete da barraca e apaguei, exausto por ter passado o dia inteiro em movimento. Foi algo que notei assim que acordei de madrugada, antes da conversa profunda que tivemos, mas decidi que seria uma boa ideia deixar isso de lado.
Que maravilha! Agora eu acabaria estraçalhado por um zumbi em razão do complexo de desconfiança daquele metido a machão, assim como pela minha ingenuidade em ter me sentido seguro apenas por não estar mais sozinho.
Engulo em seco e crio coragem para olhar para baixo lentamente, me preparado para me debater feito louco e socar a cabeça daquele zumbi até que saíssem seus miolos. No entanto, a adrenalina deixa meu corpo para dar lugar a um choque gradativo quando noto o que era aquilo. O que me prendia todo esse tempo não era um zumbi. E eu, sinceramente, não sei dizer se um zumbi seria melhor ou pior.
Porque o que está sobre mim é o babaca do Jeon Jungkook.
O braço musculoso do sem noção me prende contra o colchonete fino com firmeza, metade de seu corpo pesadamente sarado sobrepuljando o meu; sua pele quente como brasa quase me faz suar no sentido literal da coisa. Meu braço direito está encurralado entre ele e a lateral do meu tronco, completamente dormente pelo peso dele. Seu rosto está virado para cima, bem rente ao meu, então posso vê-lo com uma clareza desconcertante.
As feições delicadas não condizem em nada com o seu físico avantajado, nem com seus trejeitos ignorantes. À despeito de todas as suas definições corporais, seu rosto é irritantemente adorável enquanto está dormindo. Isso me deixa indignado. Como algo assim é possível? Quase não dá pra sentir raiva dele quando ele está ressonando tão serenamente sobre meu peito, os cílios longos vibrando de vez em quando enquanto ronca baixinho feito um bebê.
Só que o “bebê” tinha um metro e oitenta de altura, um corpo ridiculamente atraente e, para piorar, estava sem a parte de cima da roupa.
O empurro para o lado sem qualquer delicadeza e me sento em seguida, acordando daquele maldito feitiço. Estou envergonhado comigo mesmo pela demora que tive para reagir. O que se passou pela minha cabeça?
O moreno descabelado acorda automaticamente, arregalando bastante aqueles dois bolebões. Ele senta na velocidade da luz e olha ao redor, alarmado.
— O quê...? — Desesperado, tateia o próprio corpo com rapidez, como se quisesse encontrar o problema. Faz menção de fazer o mesmo comigo, mas eu o lanço um olhar de aviso que lhe impede. — O que aconteceu? Desembucha!
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HE(LL)AVEN • JIKOOK
FanfictionUma cura definitiva para o câncer revela-se um vírus mortal à longo prazo, e então Park Jimin torna-se obcecado por vingança contra os responsáveis pela morte de sua família. Nesse ínterim, seu caminho acaba se cruzando com o de Jeon Jungkook, um mi...