Ricardo estava com sua filha na pequena casa que tinha no quintal, estava ensinando como tocar piano. A menina apertava qualquer tecla e parecia se divertir até que Ricardo pegou suas pequenas mãos.
— Jullie, que tal continuarmos a música de ontem? — a menina começou a se debater.
— Me solte, sua criatura imunda. — ela puxou suas mãos com mais força.
— O que você tem? — a menina olhou para seu pai e seus olhos estavam iguais aos de um gato. — Pandora, por que você está aqui?
— Me solte ou eu te mato! — Jullie se contorcia para sair do aperto do pai. Sem resultado aproximou seu rosto da mão que segurava as suas, abriu a boca, pronta para morder, mas algo na mão dele prendeu sua atenção. Uma cicatriz no formato de um circulo e dentro havia mais alguma coisa que ela não conseguia identificar. — O que é isso na sua mão? — ela tirou os olhos da estranha cicatriz para olhar para o seu pai, aos poucos seus olhos voltaram para o dourado de sempre.
— Eu a ganhei quando comecei a ajudar minha mãe.
— Eu vou ter uma se ajudar a mamãe? — Jullie estava sorrindo agora.
— Espero que não. Não quero que se machuque. — Ricardo a abraçou. — É por isso que não volto para lá.
Jullie
— Eles vão me machucar? — perguntei para Kairo enquanto esperava ser chamada.
— Por que fariam isso?
— Bem, aquela árvore me atacou sem motivo. Eles podem fazer o mesmo. — eu disse encostando na parede.
— Eles não fazem esse tipo de coisa e eu queria falar sobre o que aconteceu, mas a Luna proibiu. — Kairo cruzou os braços.
— Por falar na Luna, por que ela não pode entrar?
— Aqui é o único lugar onde não é permitida a entrada de animais, só é permitida em emergências. — quando ia perguntar o motivo, uma voz grossa me chamou e a porta abriu. Kairo entrou na minha frente, assim que entrei, a porta fechou.
— Aproximem-se. — disse a mesma voz que chamou meu nome. Ela pertencia a um homem com cabelo preto, um rosto jovem, porém cansado. Kairo virou para mim.
— Não precisa ficar nervosa. — ele disse com um sorriso.
— Não estou nervosa. — respondi rápido demais.
— Seus olhos dizem outra coisa. — ele estendeu a mão para que eu pegasse, assim que estendi minha mão, percebi que ela tremia. Kairo a pegou. — Estarei com você o tempo todo. — seus olhos estavam dourados, ele devia estar tão nervoso quanto eu.
Olhei para a sala feita de mármore branco, no final da sala haviam duas janelas com a imagem de uma mulher, que deduzi ser a deusa deles. Em cada lado da sala haviam caçadores, consegui encontrar meus avós no meio deles. Os Grandes Sábios estavam sentados em uma plataforma mais alta, ao lado haviam três caçadores e do outro lado haviam dois e um lugar vazio.
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Dama da Noite
FantasyJullie Contti é uma adolescente com uma rara mutação nos olhos que acabou lhe trazendo algumas habilidades melhoradas, mas também a isolou de todos. Ela passou a adolescência inteira achando que só tinha sua mãe, seus dois melhores amigos e Luna, su...