Two

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Notas Iniciais:

Oiii meus amores, sentiram saudades? ❤
Tô torcendo para gostarem do cap ❤
Boa leitura ❤

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Hitoshi acordou assustado. Estava, mais uma vez, sonhando com a mesma coisa. Com uma época que não conhece, lugares que nunca viu, mas o que sempre lhe deixa confuso é não enxergar apenas uma pessoa. A única coisa que via, era o verde, olhos verdes sinceros, apaixonado, intenso. Devia estar delirando.

Decidiu levantar, pois tinha um trabalho da faculdade para fazer e teria que ir ao museu, assistir palestras, fazer anotações, tirar fotos. As vezes se arrependia de ter escolhido esse curso, mas até gostava. Se sentia bem no meio de tantos artefatos históricos. Foi para o banheiro, tirou suas roupas e ligou o chuveiro, deixando a água fria espantar o sono. Quando finalmente saiu do banho, já estava atrasado. Vestiu uma calça preta rasgada nos joelhos, uma regata vermelha com uma caveira, camisa xadrez preta e cinza, além dos coturnos. Pegou sua mochila e saiu.

O caminho foi silencioso, não conseguia parar de pensar no sonho, tentando tirar detalhes, entender, sentir. Os olhos esmeraldinos vieram em sua mente, tão intensos, lindos, profundos. Odiava quando tinha esses sonhos, pois qualquer coisa com tons esverdeados lhe atraia. Se sentia obcecado por uma maldita cor. Foi direto para o museu, onde tinha que fazer um trabalho sobre a palestra que estava tendo, era o último dia de exposição, mesmo sendo algo relacionado ao país, os artefatos iriam rodar o mundo para enfim voltar ao Japão e ficar em definitivo.

Agradeceu aos céus quando enfim conseguiu entrar no museu, pois a palestra estava começando. Pegou seu celular e colocou para gravar, tentando sempre ficar perto da palestrante, assim o áudio ficaria mais nítido. Acabou esbarrando em alguém, mas não prestou atenção, apenas murmurou um pedido de desculpas e prestou atenção em cada palavra dita, em cada objeto exposto.

O problema começou na ala das espadas. Sua cabeça começou a doer, malditas cenas do sonho voltando quando viu uma espada. Ela era longa, tendo uma lâmina que um dia foi muito afiada e em seu cabo, tinha ele. O tom verde dos seus sonhos. Ouviu a voz da palestrante, mas estava distante. Apenas entendeu que a arma pertenceu ao guarda costas do filho do imperador, conhecido como Demônio Izuku, criado pelo general do exército.

Não notou quando começou a chorar, as cenas do sonho, as palavras da mulher, a espada, tudo vinha em sua cabeça a fazendo doer. Saiu do estado - lamentável - que se encontrava ao sentir um toque em seu ombro. Virou o rosto, afinal não estava acompanhado, foi quando o ar decidiu ficar denso demais e não entrar em seus pulmões, seu coração acelerou, suas mãos suaram frias. Eram os olhos esmeraldinas de seus sonhos, tinha certeza.

-Acho que ele foi um grande guerreiro - O homem olhou a espada, sendo imitado por Hitoshi - Sinto que essa espada protegeu muitos que eram importantes para ele... Fiquei preocupado, o grupo já saiu e pelo que vi, está fazendo um trabalho. Mas o que está me deixando aflito é te ver chorando, e mais branco que papel.

-Ah… não sei. Notei agora que estava chorando. Desculpa te preocupar - Hitoshi saiu correndo, deixando o homem para trás e procurando o grupo. Era uma atitude infantil, sabia disso. Mas quando notou já estava correndo, olhou para trás tempo suficiente para ver um sorriso no rosto do homem, ato que fez seu coração se acalmar.

[…]

Assim que pôde, Hitoshi saiu do museu. Não conseguia se concentrar em mais nada desde que viu aquele homem. Saiu andando pelas ruas sem um rumo certo e quando notou, estava em um parque. Encostou na primeira árvore que viu e tirou de sua mochila um caderno de desenho. Há muito tempo tinha adquirido o hábito de desenhar as coisas que via em seus sonhos e por conta de seu atraso, não tinha conseguido. Tirou um lápis e começou. Desenhou uma estrada, a relva que crescia perto dela, algumas árvores e por fim, desenhou um homem com roupas verdes, mas com duas espadas cravadas em seu corpo, suas vestes rasgadas.

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