capítulo ix |

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Eu entrei em choque

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Eu entrei em choque. Sentei em uma cama, em frente à ele.

- Eu não sabia...eu...

- Tudo bem. - Falou. - Ele também é o responsável pelas marcas as minhas costas.

- Achei que tivesse sido seu patrão.

- Sim, ele era.

Aquela história toda estava me deixando louco.

- Como ele poderia ser seu pai e fazer isso? Não faz sentido.

- Ele é meu pai, mas eu não sou filho dele. - Tentou explicar, mas deixei claro que não entendia. - Ele tem três filhos e uma mulher loira de bochechas rosadas. Eu sou o problema, eu sempre fui o único problema da vida perfeita dele.

Meu interior sentiu algo que veio pesar nos meus ombros. Nunca imaginei como deve ser saber que é um fruto de adultério. Eu não sou bem o tipo de pessoa que chamam de "religioso" mas as pessoas do continente são. Na verdade, ligam mais para as tradições que para o próprio Deus delas.

Mesmo que tudo estivesse pesado, achei que deveria lembrar que algo estava sendo jogado ao mar naquela conversa toda.

- E quanto a sua mãe?

Foi assim que eu o fiz chorar e não choro de algumas lágrimas, mas o choro mais desesperado que eu já havia ouvido em toda a minha vida. Comecei a me assustar quando o vi se estapear e puxar os próprios cabelos com força. Então, segurei seus braços.

- Pode parar? - Gritei. - Você está se machucando.

- Ele matou ela! Ele matou ela por minha causa! - Falou baixo.

Sentei na cama em que o garoto estava e o sentei no meu colo, o abraçando o mais forte possível.

Deixei ele se acalmar um pouco.

- Eu sei como é difícil falar o que se sente. - Falei baixo e acrescentei: - É muito difícil olhar para o passado e rever o que nos machucam, mas às vezes é necessário.

 - Falei baixo e acrescentei: - É muito difícil olhar para o passado e rever o que nos machucam, mas às vezes é necessário

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O dia estava gelado e choveu muito do lado de fora da fábrica têxtil. Apesar da grande quantidade de mantas de algodão sendo produzidas lá dentro, todas as quarenta crianças estavam descobertas, com roupas de tecido muito fino, tremendo de frio. A única refeição do dia não havia sido dada como almoço e, mesmo assim, os pequenos corpos não paravam de se movimentar em gestos repetitivos.

[ O Garoto De Wildsea ]Onde histórias criam vida. Descubra agora