Seven

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Leiam as notas finais

— x —

Park Jimin

— Como você conseguiu? — O garoto da mesa ao lado cochichou, batendo os dedos na minha cadeira.

Dei de ombros.

— Você tem que me ensinar, por favor — Juntou as mãos na frente do corpo e fez um biquinho. Revirei os olhos, mas sorri com a cena.

— Eu realmente não sei como consegui resolver, eu só...

O professor pigarreou e nos olhou com a testa franzida. Nos endireitamos na cadeira e o velhote arrumou os óculos no nariz novamente, terminando de explicar a matéria.

— Próxima semana os papéis da resolução terão que estar na minha mesa quando eu entrar na sala, valendo metade dos pontos. Não irei aceitar entrega depois do horário marcado, tenham uma boa tarde — O velho saiu carregando sua pasta e deixou uma sala em burburinho para trás.

— Por favor, Jimin — O garoto de fios ruivos começou enquanto eu guardava meu material — Pela nossa amizade.

— Hoseok, não temos uma amizade — Saí da sala e observei de canto de olho o garoto juntar os livros na mão apressadamente para me acompanhar.

— Essa é uma ótima chance para construímos uma então, o que acha?

Iria responder, mas o vento soprou contra meu rosto e a primeira imagem que consegui ver foi Jeon Jungkook encostado em seu carro preto, vestido formalmente e mexendo descontraído em seu celular, sem se importar nem um pouco com os olhares atrevidos dos estudantes.

Ele me encarou de volta, mesmo existindo outros milhares de olhares em sua direção. Repuxou os lábios numa saudação à distância e olhou para o relógio enorme em seu braço.

Uau.

— Jimin?! — A cabeleira ruiva entrou no meio da minha visão — Você tá me ouvindo?

— Desculpe, o que disse?

— Que na quinta estou disponível para fazermos o trabalho juntos.

— Eu não disse que iria lhe ajudar. E eu já fiz e entreguei o meu — O ruivo bateu o pé no chão.

— Qual é, você não pode ser tão ruim assim. Eu preciso dessa nota e eu faço qualquer coisa.

— Não.

— Por favor, eu-

Hoseok tentou segurar-se em mim, mas eu estava longe o suficiente para apenas observa-lo tropeçar no batente do estacionamento e cair com os livros por cima do próprio corpo.

— Você está bem? — Estendi minha mão para o garoto.

— Aí, aí... acho que quebrei uma costela, Jimin — Revirei os olhos.

— Não tem como isso ter acontecido.

— Você tem razão, a dor é no meu pé. Eu o quebrei, posso sentir.

— Você é ridículo, Jung — Ri com aquilo e o ajudei a levantar, juntando seu material — Eu te ajudo com isso, vamos.

— Você vai me ajudar com as questões?

— Não.

E então ele simplesmente se jogou novamente no chão e começou um teatrinho claramente falso que chamava atenção.

— Aí, aí... Por que me empurrou, Park Jimin?

— Levanta, as pessoas estão olhando.

— Você vai me ajudar? — Respirei fundo, derrotado e assenti com a cabeça. Observei o ruivo levantar com um enorme sorriso no rosto e se aproximar para beijar minha bochecha.

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