Third chapter: Letters

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Massachusetts, 12 de agosto de 1959

Querido irmão

  Estou a escrever esta carta no intuito de não os deixar preocupados. Não voltarei para casa quando planejado, acabei por ter alguns problemas e terei de ficar por mais um tempo.
No entanto, estive pensando, por que você não leva Seulgi para conhecer Massachusetts também? Aposto que ela adoraria. Durante o tempo que estive fora, vivi muitas experiências magníficas, e até bizarras, diga-se de passagem. Agora estou em uma mansão em Plymouth, não está sendo minha melhor experiência porém está sendo a mais intrigante delas.
Estou com saudades, espero vê-lo em breve, e a sua noiva também. E até mesmo Tae, mas só um pouquinho.

 
Com muito amor,
Yeri

...

Logo de manhã cedo, Olivia bate na porta de meu quarto dizendo que o carteiro passaria em uma hora, então não pude perder a oportunidade. Havia muito tempo desde a última carta que enviei à meu irmão, este que já deve estar preocupado a essa altura.
Estamos viajando as Américas fazem três meses, Meu irmão, sua noiva, o irmão dela e eu. Porém, decidi que precisava de um tempo sozinha. E cá estou eu.

Terminei de envelopar a carta e a coloquei na caixa postal, já ansiosa pelo retorno.

Mal havia acordado quando decidi escrevê-la, e agora minha vontade era de dormir novamente. Porém, lembrei-me da noite anterior, tal coisa que me deu ânimo para levantar e me trocar.

A chuva havia cessado, porém o vento ainda soava estrondoso. Tirei algumas roupas de inverno de minhas malas e as vesti, descendo até o térreo em seguida.

Nem precisei procurar por Victoria, dei de cara com ela no momento em que me coloquei a descer as escadas.
Sorri largamente, tentando expressar minha gratidão pela noite em que passei aqui. Victoria retribuiu com um sorriso amarelo, meio sem jeito pela minha forma alvissareira.

-Bom dia querida. - Largou a sacola que tinha em mãos perto da escada. Deduzi estar cheia de roupas. - Como passou a noite?

-Oh, muito bem, obrigada. - Sorri novamente, me pondo à sua frente. Estava incerta se deveria mencionar os gritos da noite passada, porém não deixaria de aguilhoar um pouco. Teria de fazer isso se quisesse descobrir algo. - Bem, apenas fiquei um pouco assustada com aqueles gritos repentinos. Você os ouviu? - Fiz minha melhor cara de inocência e desentendimento enquanto a questionava.

Victoria engoliu a seco, deixando escapar um riso nervoso. Era notório sua falta de argumentos. Ou pelo menos de algum argumento plausível.

-Oh certamente...mas não se preocupe, foi só um pequeno...- Ela ponderou por alguns instantes, na busca de palavras, ou melhor, na busca das palavras certas. - ...Apenas um pequeno acidente, nada demais. - Sorriu mais uma vez, voltando a pegar a sacola que tinha em mãos anteriormente. Obviamente essa foi a pior desculpa possível. - Creio que a senhorita partirá hoje, já que a chuva parou...

Poderia dizer que ela estava querendo se ver livre de mim, mas isso não soou tal como. Victoria queria apenas mudar de assunto, e por hora, deixaria este quieto. Investigaria mais por conta própria.

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