Prólogo

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Olá seres do Universo
Vejo que nos encontramos novamente
Que interessante te rever
Mas sei porque você está aqui
Então sente-se
Porque eu vou lhe mostrar uma história

DIAS ATUAIS

POVS. -----

Acelero minha moto, em direção a cidade.  Ao ver a placa "Sejam Bem-Vindos",  eu paro meu veículo, e a deixo encostada em um canto.

Sigo o caminho até a entrada da cidade a pé,  porque não quero chamar atenção,  desejo entrar e sair sem ser avistado

Caminho lenta e silenciosamente pelas ruas da cidade,  rumo ao meu objetivo. 

Me encontro em uma cidade pequena,  com muitas mansões modernas, árvores, comércios, escolas,  hospitais...Enfim, tudo o que uma cidade recém modernizada deve ter.

Porém,  dependendo  da onde você for,  irá encontrar os últimos vestígios da cidade interiorana que ela foi. Como suas igrejas (Tanto católica como evangélicas), suas casas antigas,  seus bairros silenciosos a esse horário por só haver idosos,  seus cemitérios...E claro,  o orgulho da cidade: A Biblioteca, dita como a maior do estado,  senão for a do país, tendo como parte de seu acervo livros que hoje em dia são raríssimos,  como os dos principais autores portugueses. 

Quem vê tudo isso,  nunca iria imaginar os segredos obscuros que essa cidade guarda. Mas também podera, esses segredos foram tão bem escondidos,  que poucas pessoas sabem deles, e as que sabem, não os revelam

Por conhecidencia do destino,  ou não,  estou me encaminhando para um dos poucos registros sólidos desses segredos: O Cemitério principal da cidade. 

Ao entrar por seus portões enferrujados pela ação do tempo, vejo que ja são 20:00.  Tiro meu capuz,  enquanto sigo andando pela estradinha que eu poderia percorrer de olhos fechados, por causa das diversas vezes que vim aqui

No cemitério,  podemos ver como o dinheiro é importante em nossas vidas,  porque até na hora da morte,  ele nos classifica: Os melhores túmulos vem na frente.  O começo do cemitério está cheio dos mais lindos túmulos que você poderá imaginar,  feitos das melhores pedras,  rodeados das melhores estátuas,  enfeitado com as mais belas flores,  em um ótimo estado de conversação,  e que provavelmente abrigam as famílias mais ricas da cidade.

Entretanto,  se você for mais a fundo, verá que o nível começa a cair.  Os túmulos começam a ser menores,  as estátuas começam a desaparecer,  as pedras não são mais tão nobres assim, a grama começa a aumentar,  as flores belas a desaparecerem, e que a limpeza já não é mais tão importante assim.

Distraído com os túmulos,  eu trombo com um menino que vinha na direção contrária a minha, derrubando as flores que eu tinha na mão

-Desculpa - Ele fala apressado para mim, enquanto encara meu rosto

-Ahh, tudo bem - Eu respondo para ele

Ele pega as flores e me devolve

-Eu vou indo nessa,  tenha uma boa noite

-Você também - Falo continuando meu caminho

Meu objetivo se encontra no fim do cemitério.  Na parte mais esquecida e decadente do lugar.  Onde a maioria do que há acima da terra são lápides simples,  com somente o nome dos falecidos,  e suas datas de nascimento e morte.

A maioria das pessoas ignoram esse lugar,  já que ele é reservado para os mortos sem família ou amigos, mas que pelo menos alguém sabia o nome deles. 

E aí que está a ironia do destino.  Entre essas lápides simples,  está os segredos mais estranhos dessa cidade,  os segredos mais sombrios,  talvez seja por isso que ele está numa parte tao afastada do cemitério: Porque ninguém quer se lembrar deles.

Todos esses nomes tem coisas em comum: Todas eram pessoas sem família ou/e amigos,  todos eram pobres,  todos sumiram misteriosamente antes de morrerem,  o corpo de todos foram achados destroçados, todos tiveram seus assassinos procurados, todos não tiveram sua morte solucionada, todos morreram misteriosamente,  todos morreram sozinhos, todos receberam uma lápide da prefeitura, e por fim, todos foram esquecidos. 

A maioria delas eram pessoas bêbadas,  viciadas, desempregadas, ladras,   erradas,  festeiras, promiscuas, errantes, infelizes,  perdidas,  etc.

No entanto,  a alguém entre elas que se diferenciava nesses quesitos,  e essa pessoa se chamava Alexandre Campos

Alexandre Campos era um menino que nasceu em Junho de 1978. Filho de um pastor com uma dona de casa.

Morador de uma cidade pequena,  Alexandre só tinha três paixões na vida:  Cantar, ler e ajudar as pessoas.

Unindo essas paixões,  ele dividia seu tempo livre de duas formas: Quando tinha culto (Aos Domingos de manhã e as Quartas a noite), ele ajudava seu pai, arrumando,  limpando, organizando e quando era pedido,  cantando.  Alexandre era dono de uma voz maravilhosa, ele cantava com uma fé que emocionava quem ouvia.

Nos dias de semana, depois da escola,   ele trabalhava na biblioteca  principal da cidade como voluntário.   Ele amava estar no meio daqueles livros,  andar ao redor deles,  aprecia-los, e levar as pessoas até eles.  Ele sentia uma emoção enorme quando pegava um deles, porque sabia que havia um mundo novo a se descobrir. 

Era bom na escola,  ajudava a mãe em casa,  fazia tudo o que seus pais pediam,  era educado, inteligente,  talentoso sentimental,  doce, prestativo,  um menino maravilhoso.

Sua rotina era monótona, porém para ele,  era seu céu.  E até que essa metáfora combina com ele, porque com essa personalidade,  dono de  lindos cabelos loiros e brilhantes olhos azuis,  Alexandre Campos parecia um anjo.

Mas um dia, sua vida começou a mudar. Alexandre não sabia exatamente quando,  mas de sua cidade,  antes pacata, tinha se tornado sombria.  Pessoas foram aparecendo mortas,  suas mortes não eram explicadas,  seus assassinos não eram presos,  e suas histórias ficavam com uma interrogação

Mas Alexandre se mantia firme,  porque ele tinha fé em Deus, e que uma hora ou outra Ele salvaria seus filhos.

Porém,  como todos os anjos caem, um dia, Alexandre Campos caiu, e como todas as quedas,  essa tinha um começo, e como todos os começos,  esse tinha um nome: David

CONTINUA...

Beijos de panetone
Que Lady Gaga esteja com vocês

Anjo de PapelOnde histórias criam vida. Descubra agora