Anjo de Papel

Capítulo VII

Olá seres do Universo
Aqui vos fala
Luck Snowyowl

POVS. Alexandre

Depois de algumas horas, Tia Beth anuncia que já podíamos encerrar o horário de funcionamento da biblioteca. Sem pensar direito, guardo o livro que Nathaniel me deu debaixo do balcão de atendimento, pois só amanhã ele seria usado novamente, por mim, no caso

( ... )

Mesmo depois de termos concordado em vir amanhã, Tia Beth continuava meio ansiosa, percebo isso quando estamos saindo da biblioteca

-Muito obrigada novamente, meninos, vocês estão nos ajudando muito - Diz passando a mão ansiosamente na alça de sua bolsa, assim que fechamos o portão principal

-Quem ajuda quer ser ajudado, - David usa um tom arrogante ao se dirigir a Tia Beth - Ou seja: Eu só venho aqui amanhã se você me elogiar pro meu pai

-Pode deixar, David - Responde ela - Assim que eu chegar em casa vou telefonar pro seu pai, avisando que você virá amanhã também, e vou aproveitar pra elogia - lo

-Ótimo, mas se eu não ganhar aquilo que eu quero, eu não venho mais - Avisa ele

-Não posso prometer nada David, isso vai depender do seu pai

-Então trate de caprichar no elogio - Ele põe a touca da blusa na cabeça e vai embora, com um sorriso presunçoso no rosto

-Você acredita que ele pode mudar? - Pergunta Tia Beth para mim, com uma voz cansada

-Acredito que sim, ele só precisa de tempo, acabou de chegar - Afirmo, tentando soar esperançoso

-Espero que você esteja certo... - Ela vasculha em sua bolsa e me estende um molho de chaves - Guarde - as bem, você vai precisar delas para abrir a biblioteca amanhã -  Depois de se despedir de mim com um beijo no rosto, ela entra no carro, e da partida pra ir embora Assim que ela se vai, eu destranco a corrente da minha bicicleta, montou nela e vou pra minha casa

( ... )

Quando eu chego, tranco minha bicicleta e vou para a cozinha, onde encontro meus pais estão nas suas posições de sempre: Minha mãe cozinhando e meu pai lendo jornal.

-Boa noite - Cumprimento

Meu pai só me retribui com um aceno de cabeça, enquanto minha mãe sorri pra mim, me dando um beijo no rosto

-Vocês já podem lavar as mãos, a comida está pronta -  Anuncia fechando a panela

Todos lavamos as mãos e vamos nos servir, pra depois nos sentarmos a mesa.  Meu pai inicia uma oração, e só vamos comer depois de seu término. Ficamos comendo em silêncio por um tempo, como de costume, até que eu lembro que preciso avisar algo para eles

-Hmmm...Eu vou começar a ir na biblioteca em dia de Sábado, também - Pigarreio para chamar sua atenção

-Não - Diz meu pai, ainda concentrado na sua comida

-Que? - Questiono confuso

-Você já fica tempo demais nessa biblioteca, e quer ficar mais ainda? De jeito nenhum - Fala erguendo o olhar para mim

-Mas pai, eu já prometi que...

-Eu já disse que não - Diz com um tom frio, me interrompe batendo na mesa - O que essas pessoas acham? Que você não tem nada pra fazer? Pois tem sim. Tem que estudar, ajudar sua mãe em casa e treinar pro coral da igreja. Eu mando em você, Alexandre, e eu não permito que você vá

-Querido - Minha mãe se pronuncia pela primeira vez - Deixe ele ir, posso arrumar a casa sozinha - Pela cara do meu pai, eu sei que isso só está deixando ele mais irritado