Capítulo VI

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Olá seres do Universo
Aqui vos fala
Luck Snowyowl

ALGUNS DIAS DEPOIS

POVS. Alexandre

Já é Sexta - Feira e eu não consegui perguntar pra minha mãe sobre os acontecimentos dos anos 40. Mesmo não sendo mais citada, a morte de Dona Vivi ainda pairava sobre nós, deixando um clima estranho dentro de casa, fazendo com que só falassemos oh necessário nas horas das refeições. Fora delas, eu nem ouvia mais os meus pais conversarem, mas parando pra pensar, acho que nunca ouvi mesmo, só fui notar isso agora, depois da briga. E o pior que eu nem sei o que falar pro Nathaniel quando ele for mais tarde lá na biblioteca, porque eu dei certeza que conseguiria essa informação, e...

-Alexandre, cuidado com a bola - Ouço alguém me chamando

-Bol... - Porém sou interrompido quando algo atinge a minha cabeça com força, me fazendo cair no chão

Tudo fica embaçado por alguns segundos, e só consigo ver vultos em cima de mim.  Quando meus olhos voltam a focar, percebo que é um menino de pele negra me encarando

-Você está bem? - Ele está com umas linhas de expressão na sua testa, por ele estar franzindo as sobrancelhas - Sem querer chuteira a bola na sua direção

-E - e - estou, obrigado, Gabriel - Gaguejo

-Hmm, não sei, sua testa tá muito vermelha - Para verificar, ele pega no meu queixo e inclina minha cabeça para o lado

-Ai - Reclamo

-Desculpa - Diz ao soltar meu queixo - Acho que é melhor levarmos você para a enfermaria

-Não precisa - Falo forçando um sorriso - Logo, logo já vou ficar bem

-Não, eu faço questão - Num rápido puxão, ele me levanta

-Se você insiste... - Murmuro

-Claro, só vou avisar pro professor rapidinho e já volto - Ele corre até o nosso educador, conversa com ele e depois volta correndo - Pronto, podemos ir - Diz dando uns tapinhas nas minhas costas

( ... )

Nãobém possível isso. Eu vivo evitando ficar perto de Gabriel, porque sempre fico nervoso peryo dele, ai a vida vai lá e me faz uma coisa dessas

Ao chegarmos na enfermaria, a responsável de lá desinfeta os arranhões na minha cabeça e põe um curativo neles

-Bom, foi mais um susto mesmo, fora os arranhões, você está bem - Explica ela ao terminar

-Eu disse pra você, Gabriel - Comento olhando pra ele

-É melhor prevenir do que remediar - Fala sorrindo

-Bom, vocês já podem voltar pra sala - Conclui a enfermeira

-Obrigado - Levanto da maca e caminho de volta a sala com Gabriel ao meu lado

Quando entro na sala, meus colegas ficam me olhando, como se sei lá, eu fosse estar com a cabeça toda enfaixada, ou algo do tipo. Mas depois disso o dia de aula passa sem mais nenhuma anormalidade.

( ... )

Após bater o sinal, pego a minha mochila e saio da escola, indo para casa. Chegando lá, vejo a minha mãe sozinha na cozinha. Ela está com uma cara estranha, que quase faz com que eu pergunte o motivo, mas se tem uma coisa que aprendi nessa semana, é que se fosse pra eu saber, ela teria me contado.

Cumprimento ela com um beijo no rosto e subo pro meu quarto, para tirar meu uniforme. Enquanto isso só consigo pensar no que eu vou falar pro Nathaniel quando ele for hoje mais tarde lá na biblioteca.

Anjo de PapelOnde histórias criam vida. Descubra agora