Parceiro de quarto

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Jin teve que deixar o hospital. As visitas eram permitidas até as onze e quarenta e cinco da noite.

Naquela noite, Jimin estava com muita dificuldade para respirar, como se uma pedra pesada pressionasse seu peito. Sentiu-se desesperado por estar sozinho.

Mesmo cercado por todos aqueles aparelhos, o problema sempre retornava. Um oncologista o avaliou, mas o diagnóstico completo só sairia em algumas semanas, quando finalmente se saberia se era câncer ou outra doença desconhecida.

Não necessariamente seria câncer, poderia ser o início de um ou algo completamente diferente, algo ainda indefinido pelos médicos.

Jungkook estava no banho, fazendo o que podia sozinho, ou às vezes com a ajuda de Taehyung. Já fazia um tempo que não dependia tanto dos médicos, o que lhe dava alguma motivação.

Ele se olhava no espelho do banheiro hospitalar, sentado em uma cadeira de banho, sem roupas. Observava cada cicatriz em seu corpo — cinco no peito e mais algumas nas costas.

Essas marcas abalavam sua autoestima. Seu corpo estava magro, bem diferente de quando tinha dezessete anos.

Jungkook não se sentia confortável com a situação, mas o que poderia fazer? Não encontrava forças para mudar.

— Você precisa urgentemente de hipertrofia muscular, Kook — disse Taehyung, enquanto conversavam no quarto.

— Por quê? — perguntou Jungkook.

— Ainda não tirou da cabeça a ideia de não querer voltar a andar?

— Eu quero, mas... não tenho vontade... É complicado, por favor, Tae, entenda.

Ele sempre evitava esses assuntos.

— Estou dizendo isso para o seu bem. Suas pernas estão ficando magras e sem força — Taehyung ergueu a perna de Jungkook. — Está vendo? Ela nem para no lugar.

Jungkook ficou em silêncio, sem dar muita importância ao que Taehyung dizia. Ele não queria conversar sobre isso. Em um suspiro, fechou os olhos, fingindo estar dormindo, apenas para escapar da conversa.

(...)

O relógio marcava meia-noite. Jungkook ainda não tinha falado nem visto seu colega de quarto, que estava do outro lado, com uma cortina em volta para privacidade.

Deitado, ele vestia o pijama do hospital — um calção e um blusão com o brasão do hospital —, olhando para o teto, entediado.

Tentou dormir, mas havia cochilado muito durante a tarde e noite. Além disso, os sons agudos das máquinas ao lado não ajudavam, mas não podiam ser desligados. O constante "beep beep beep" perturbava seus pensamentos.

Jungkook ouviu um suspiro pesado vindo do outro lado. Ignorou a princípio, mas começou a se preocupar quando os suspiros se repetiram várias vezes e as máquinas ficaram mais barulhentas, indicando que o garoto ao lado precisava de ar.

— Você está bem? — Jungkook sussurrou, preocupado.

— Ah, você está acordado — Jimin puxou a corda que abriu a cortina, um pouco ofegante.

Ele era bonito.

— Sim... Mas você está bem?

— Não, sinto-me sufocado — disse Jimin, com a voz falhando.

Jungkook olhou para o monitor e viu que os batimentos cardíacos de Jimin estavam muito fracos, como ele imaginava.

— Quer que eu chame alguém? — perguntou Jungkook.

— Por favor, rápido. Não estou conseguindo respirar... — Jimin disse, quase sem ar.

Jungkook apertou o botão azul várias vezes para chamar as enfermeiras.

Em busca da cura - Três meses para viver.Onde histórias criam vida. Descubra agora