Capítulo 30

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Eu fiquei muito feliz quando tarde da noite Sophia me mandou uma mensagem dizendo que sua tia queria me encontrar. Isso quer dizer que finalmente minhas dúvidas iriam embora com uma boa conversa com a mulher. Depois da mensagem Sophia não deu mais notícias e eu deixei por assim mesmo. Não queria chateá-la mais do que já estava.
Quando minha mãe entrou em casa e perguntou o que tinha acontecido eu menti dizendo que aconteceu um imprevisto que Sophia teve que ir embora mais cedo.

Se eu contasse realmente sobre o que aconteceu para minha mãe era capaz dela me bater eternamente mas também já preparar um casamento entre eu e a garota loira.
Minha mãe fica dizendo sempre que eu preciso arrumar alguma mulher logo para eu não morrer sozinho. Agora mais essa.

No dia seguinte eu acordei bem disposto e com uma mensagem de Sophia dizendo onde iria encontrar sua tia, Central Park. Último lugar em que nos vimos, faz sentido. Ela estaria me esperando as dez horas da manhã para alimentar os pássaros e contar tudo. Então tomei café em minha casa mesmo e coloquei uma roupa quente já que Nova York carregava um clima frio. Nunca vou entender o clima da cidade.

Decido ir a pé mesmo até o parque, elaborando as várias perguntas na minha mente, o frio que eu achei que estivesse fazendo foi compensado com o calorzinho do sol. Não querendo mais perder tempo eu quase corro até o Central Park e quando chego no local vejo uma velha senhora corcunda coberta por uma manta grande. Vejo que ela conversava com uma menina loira. Sophia.

Respiro fundo antes de me aproximar das mulheres.

— Senhoritas. — Sophia - que estava de costas - demora um pouco para se virar. Faz careta por conta do sol batendo em seu rosto.

— Tia eu já vou indo, combinei com Melissa de que hoje eu seria somente dela. — Sophia falava carinhosamente com a idosa, segurava suas mãos fortemente. — Eu tenho certeza de que Elijah não se incomoda em levá-la para casa. — me olha.

— Não, claro que não. — me apresso em dizer.

— Ótimo. — deu um beijo na testa da mulher e de dentro de uma bolsa tirou um pacote. — Aqui estão as sementes.

— Obrigada querida, não precisa se preocupar tanto, Elijah está aqui para me proteger de qualquer coisa. — faz graça.

Sophia não responde nada e olha para mim dando um suspiro e se afastando de nós dois, ainda a observo quando ela vai até a entrada do parque e anda na direção de um carro vermelho, de lá vejo Melissa que me vê e solta um aceno de mão. Retribuo.

— Vamos jovem, os pombos já devem estar me esperando. — a senhora ao meu lado diz.

Ofereço meu braço para que ela entrelace-o e assim ela o faz. Andando devagarmente de acordo com as condições físicas da idosa nós sentamos em um banco não muito longe da entrada e ela abre o pacote em mãos, de lá vejo várias sementes e ela começa a jogá-las no chão. É imediato quando vários pombos vem para perto de nós dois quando as sementes já estão no chão. Sorrio.

— Você parece gostar da minha sobrinha.

— Ela é legal. — dou de ombros ainda observando os pombos.

— Sei que deve ter perguntas.

— Sim. Enquanto andava até aqui eu tinha pensado em várias, mas... — olho para a mulher, as rugas não tiraram sua beleza. — Por incrível que pareça todas elas sumiram.

A mulher me olha e sorri.

— Vamos começar a partir do dia em que você se foi. — ela começa e joga mais sementes no chão. — Logo assim que você partiu Beatrice ainda ficou na expectativa de que você voltaria. Mas bom, como eu sabia a verdade a fiz desistir da ideia. Arrumei um rapaz a quem ocupou metade de sua mente e ela esqueceu, parcialmente, de você.

O Medalhão dos MaresOnde histórias criam vida. Descubra agora