Capítulo 2

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Minha cabeça rodava e eu não conseguia me localizar, onde estou mesmo?. Ah é, República Inglesa, conhecida por ter bastante população pelas terras e várias vilas espalhadas, visitados constantemente por piratas. Como eu vim parar aqui?. Eu não me lembro de nada, quer dizer... poucos fragmentos, mas nada concreto.
Ando sem rumo, esbarrando em algumas pessoas, até chegar em um local que tinha uma placa escrito Taberna do Diabo, ah ótimo, eu estou no inferno mesmo.
Entro no ambiente e vejo que é um pouco escuro e é possível ouvir os gritos altos dos homens, do lado de fora, me sento em um local afastado e vejo uma mulher vir em minha direção, sua roupa justa em seu corpo, vestindo uma calça cor de vinho e uma blusa um pouco folgada, ensacado por dentro da calça e uma bota nos pés.

─ O que deseja cavalheiro?. ─ ela pergunta sorrindo e daqui pude ver um de seus dentes de cor dourado.

─ Um... ─ quase falo café expresso, que sempre me ajuda a pensar, mas me lembro que estou no passado, mais especificamente em 1525, e que ainda não existe essa bebida. ─ Uma água.

Ela me olha com cara de deboche.

─ Não sei se o senhor viu a placa mas aqui só servimos cervejas e derivados. ─ ela me responde e eu balanço a cabeça confirmando. ─ O senhor está bem?.

─ Sim. Sim. ─ a olho. ─ Preciso ir, me desculpe pelo incômodo.

Me levanto e ainda ouço ela falar "desnorteado". Saio da taberna com a cabeça doendo e continuo andando até esbarrar em alguém, algo cai em meus pés. Vejo que a menina que vi mais cedo estava na minha frente.

─ Ah, me desculpe. ─ peço e a ajudo a guardar novamente as frutas que tinha caído da cesta.

─ Obrigada. ─ ela agradece baixinho e meneia a cabeça.

─ Posso te acompanhar?. ─ ela me olha confusa. ─ Considerando que eu não tenho nenhuma casa e estou "desnorteado", ─ faço aspas. ─ estou na sua casa e não sei o caminho.

Ela parece entender e somente assente. A acompanho.

─ Mora aqui há muito tempo?. ─ pergunto quebrando o silêncio e logo me arrependo da pergunta idiota feito por mim. É claro que sim Elijah.

─ Sim. ─ ela troca o cesto de braço.

─ Não quer que eu leve o cesto?.

Envergonhada ela passa o cesto para meu braço e percebo quão pesado está, ajeito de uma maneira que não me incomode e continuamos o caminho. Não sabia que eu tinha andado tudo isso.

─ O senhor é muito gentil. ─ ela comenta e a olho. ─ A maioria dos rapazes daqui são uns neandertal.

Acabo rindo fraco pelo modo como falou.

─ A educação da minha mãe foi bastante rigorosa. ─ respondo e olho ao redor, ainda estranhando tudo. ─ É tão estranho.

─ O quê?. ─ a menina me pergunta.

─ Aqui não é do jeito que os livros relatam.─ ela me olha confusa.

─ O que são livros?. ─ ela me pergunta curiosa.

Me surpreendo.

─ Você não sabe o que são livros?.

Ela cora e nega com a cabeça.

─ Livros é um objeto que te leva para qualquer canto mesmo que você esteja em seu quarto.

─ Mas não dá para ler navios.─ ela entorta um pouco a cabeça e rio.

─ Porque navios e livros são coisas totalmente diferentes.─ explico e ela parece entender.

─ Chegamos.─ ela para e se vira para mim.─ Poderia me mostrar o que é um livro?.

O Medalhão dos MaresOnde histórias criam vida. Descubra agora