Mystogan - Lobisomens vs Vampiros

Vazio

II - Vazio

O pior vazio é quando o ser humano se sente infeliz com ele mesmo.

Depois do abraço que a Mira deu na Karen, aquele foi o momento em que as mulheres ficaram mais próximas uma da outra, mas a verdade é que o ser humano despreza com facilidade, mas odeia se sentir desprezível.

A Karen se levantou do chão e ela sentiu que deveria mudar para sobreviver, mesmo que para isso, ela tenta que enfrentar os seus fantasmas.

No dia seguinte, Karen estava em uma venda, quando viu um assalto, no mesmo instante, ela largou sua comida na mesa e foi em direção para resgatar o garotinho.

– Não machuque ele!

Gritava a jovem com as pernas tremulas, pois ela sabia que estava desafiando a morte bem na sua frente.

– Saia do caminho agora!

– Se não, eu atiro.

Gritava um dos bandidos com as mãos trêmulas.

A garota continuou de pé, e com isso, foi disparado na direção do garoto dois tiros, um deles acertou a sua perna e outro em suas costas.

Então, o jovem começou a soluçar e cuspir sangue.

E nesse exato momento, Karen se lembrou do sangue, da cor vermelha e do mundo que ela viu totalmente em caos.

Os olhos da moça se tornaram vermelhos e tudo ao seu redor também.

Com isso, a mulher estava irreconhecível, pois expor a sua natureza era desafiar os medos da sua alma.E com a fera de uma leoa, ela colocou o corpo do garoto no chão e foi para cima dos bandidos. E um deles estava muito assustado:

– Por favor, não me mate!

Implorava o homem de barbas castanhas.

– Eu não te matarei.

– Eu arrancarei a sua alma.

Dizia a mulher com um tom de voz firme e agressivo.

O vazio que a Karen tinha em seu coração, ele foi se preenchendo pelo sentimento de ódio que ela criou dos seres humanos. E com atos de crueldade, ela arrancou as pernas daquele homem. É verdade que muitos julgaram aquela mulher, mas poucos quiseram compreender realmente como ela se sente. Em seguida, as pessoas começaram a correr, pois aquela mulher com um rosto angelical, agora estava tomava pelo o seu fantasma. Com isso, após aquele assassinato, a jovem Karen estava voltando ao normal. Enquanto isso, o garotinho estava sentado no chão paralisado com aquela cena.

– Por favor, não me mate.

Dizia o garoto assustado.

E a Karen respondeu:

– Que patético!

– Nunca implore por sua vida, por mais miserável que ela seja.

– Vamos, se levante!

– E enfrente o seu problema de frente.

Após essas duras palavras, ela estendeu a mão para levantar o garoto do chão.

E ele ficou sem saber o que dizer.

– Pegue isso!

E jogou para ele um lenço.

– Agora, enxugue suas lágrimas e sorria, pois você ainda continua vivo.

Com isso, o garoto se levantou, e disse:

– Obrigado por me ajudar.

E estendeu a sua mão, dizendo:

– Eu me chamo Aslan.

O silencio ecoou entre eles, e a Karen não levantou a sua mão, mas disse:

– Eu sou Karen.

– E é só isso mesmo.

– Até a próxima.

E deu as costas para o jovem.

– Espera!

Gritou o garoto.

– O que você quer?

Perguntou a Karen.

– Me deixe ir com você.

Comentou o garoto empolgado.

E a mulher respondeu:

– Eu não sou alguém para ninguém seguir.

– Pelo ao contrário, geralmente eles fogem de mim.

– Mas, eu achei interessante que tem um humano que não teve medo de mim.

– E outra coisa, eu ando sozinha.

E o Aslan respondeu:

– Em breve nos encontraremos.

– E por favor, leve isso com você.

– O que é isso?

Perguntava a Karen intrigada.

E comentou o garoto:

– Esse é um pingente que carrega o símbolo do Torii.

– Torii?

– Como assim?

Perguntava a mulher confusa.

Aslan sorriu, e disse:

– Esse é o nome de um portal japonês.

– Dizem que quem o carrega, é protegido de espíritos malignos.

Karen estava com o colar em suas mãos enquanto olhava para o garoto.

E no final, ela acabou aceitando o presente.

– Você é um humano bem diferente dos outros.

– Talvez, você tenha aquilo que falta nas pessoas.

E o Aslan perguntou:

– E o que seria?

– Amor.

– O sentimento que é capaz de mudar toda uma história.

–Pelo menos é assim que dizem.

E o garoto retrucou:

– Mas, você também é humana.

Então, a Karen questionou:

– Humana?

...

A mulher suspirou e disse:

– Eu já não sei mais o que sou.

E após essas palavras, ela começou a caminhar até sair das vistas do garoto.