Investigando mais a fundo

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O raiar do dia se aproximava, as horas de espera se tornavam tortuosas, não tínhamos por onde prosseguir e alguns de nós, já desistiam da busca, todos estavam com pensamentos negativos, concordando com os policiais com o fato de Emy já ter partido do mundo dos vivos.

Não comentei com ninguém sobre o novo sonho mas mal podia me manter quieta, a agitação interior tomava conta de meu corpo cada vez mais ferozmente, precisava fazer algo para levantar o astral de todos ali presentes, precisava pensar em um plano útil. Mas como? Sem pistas era quase impossível que conseguíssemos algo mas não iria deixar de tentar, mesmo que sozinha. Nat despertava de seu sono, despertei de meus devaneios instantaneamente. Ela me encarou com os olhos murchos de quem acabara de acordar.

-Mira nós devemos ir até o barracão novamente. Ainda hoje. - Ela falou quase que num sussurro. Agia de forma estranha, não parecia ser a Natália que eu conhecia.

-Por que devemos voltar lá Nat? Os policiais já investigaram o local, não há nada lá. - indaguei curiosa

-Emy.. ela não vai aguentar muito tempo. Se não formos agora.. ela.. não...

Natália apagou. Parecia um desmaio repentino. Ela estava alucinando devido ao cansaço? Ou estava sonhando acordada? Não importa. Estou pensando demais.

Não sabia quando os outros acordariam então sai sem fazer barulho, afastei a moto um pouco antes de dar partida para não chamar atenção e então acelerei em direção ao casebre supostamente abandonado, precisava confirmar o que Natália dizia mas dessa vez, não teria ajuda de ninguém. Emy era nossa amiga e nem mesmo eles estavam se esforçando.

Emy dependia de mim.. ou melhor dizendo.. Emy sairia de lá comigo, mesmo que alguém se machucasse para que fosse livre.

                           ~ " ~
Algumas horas haviam se passado desde que adentrei a casa. O cheiro de mofo era asfixiante, a madeira rangia como se fosse partir ao meio a qualquer instante, o lugar parecia inabitado a décadas, era surpresa que ainda estivesse de pé.

Vasculhei cautelosamente por cada canto, cada fresta, buraco ou marca suspeita. No centro da sala havia um sofá de courino, a única coisa ainda intacta no lugar. Suspeito, não?

Me aproximei do móvel, passei a mão por todo ele e sentei-me emburrada. Não fazia sentido, nada fazia. Me acomodei um pouco mais e ali esperei por longos 15 minutos que mais pareceram horas até perceber.

Porque um sofá tão novo estaria recém polido em um casebre abandonado no meio de uma estrada qualquer? E ainda por cima.. estava.. marcado? O couro do sofá estava levemente afundado, indicando que alguém esteve ali a não muito tempo. Era isso. Alguém havia estado lá Mas quem e por que? Poderia ser o raptor de Emy, poderia ser um sem teto ou andarilho buscando por abrigo? Isso não importava, era melhor sair de lá antes que alguém... tarde demais.

Ouvi um estalo, como uma fechadura se destrancando. Não tinha como continuar ali mas precisava descobrir quem era. Precisava tomar os riscos, quem quer que fosse, poderia me ajudar ou acabar com tudo de vez. Não importa. É a minha chance. Talvez seja a última.

~continua

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⏰ Última atualização: Mar 13, 2019 ⏰

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